31.07.2008 - Práticas tradicionais entre católicos podem mudar radicalmente se padres e administradores de igrejas adotarem soluções que estarão expostas em uma feira de artigos religiosos em São Paulo. Velas, velários, sinos, oratórios e até a água benta podem ganhar versão digital ou eletrônica. No caso das velas, uma das opções combina a tecnologia bluetooth para acender chamas artificiais que brilham de acordo com a moeda depositada em um cofre.
A maioria das invenções citadas acima é do empresário João Barassal Neto, de 50 anos, que vai levar pela segunda vez seus produtos para a ExpoCatólica, que ocorre em agosto no ExpoCenter Norte. Ele conta que entrou no mercado religioso após ter sido atendido há dois anos em uma promessa feita para Santa Rita.
“Tinha pedido para a santa segurar a gravidez da minha mulher e, em retribuição, ia modernizar sua igreja”, disse. “Por conta disso fiz o oratório digital, o velário e o sino que a igreja não tinha. Outras igrejas viram e começaram a pedir. Comecei a estudar o que poderia ser feito para o mercado”, conta.
Entre suas invenções, as mais simples são as velas eletrônicas individuais. Por cerca de R$ 15, compra-se uma vela para procissão, cuja “chama” é alimentada por pilhas pequenas que duram 600 horas. Por até R$ 120, o padre coloca no altar uma vela com capacidade de 72 horas de luz com direito a recarregador.
Ainda para substituir o trio cera, pavio e fogo, o devoto inventou velários eletrônicos. Os conjuntos podem ter de 24 a 576 velas. O padre que optar pelo instrumento high tech pode fazer do item uma forma de arrecadar fundos, após pagar o investimento. Os velários podem ser construídos com local para depósito de moedas.
De acordo com o valor depositado, a vela fica acesa por determinado tempo, entre 15, 30 e 60 minutos. “Normalmente, quando você vai na igreja, você compra uma vela. É justo (depositar a moeda no velário) porque você paga por sua devoção”, disse o empresário.
Segundo ele, a comunicação bluetooth é usada nos casos em que o padre quer colocar o velário aos pés de uma imagem ou altar, longe dos fiéis. O tecnologia é usada para fazer a vela acender após a colocação da moeda no cofre. Há ainda aparelhos programados para, após a moeda ser colocada, recitar uma oração ou agradecimento em voz pré-gravada. “Para cada paróquia faço uma frase de apoio”, disse.
Além das velas, a empresa ainda apresentará sinos eletrônicos e oratórios que recitam automaticamente orações do santo escolhido. Entretanto, Neto acredita que sua grande invenção é o "dispensador de água benta eletrônico". Quando o fiel coloca a mão debaixo do bocal, duas gotas são expelidas.
“Muitas igrejas não têm mais pias com água benta ou garrafas invertidas por questão de higiene. A água pode ser contaminada pelo contato, porque o brasileiro tem mania de se benzer e beijar a mão”, disse o inventor. O aparelhinho deve custar em média R$ 600.
Serviço
A ExpoCatólica é apresentada pelos organizadores como uma feira internacional de produtos e serviços para igrejas, livrarias e lojas de artigos religiosos. O evento será realizado entre os dias 7 e 10 de agosto, no Pavilhão Amarelo do ExpoCenter Norte, em São Paulo. Nos dias 7 e 8, o evento é restrito a profissionais do setor, e nos dias 09 e 10, aberto ao público, com ingressos a R$ 5 ou 1 kg de alimento.
Fonte: G1
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Lembrando...
Para nossa vergonha: A igreja católica moderniza-se com técnicas de marketing.
25.04.2007 - Muitos padres estão aprendendo a usar o marketing como ferramenta para atrair e reter fiéis
Uma revolução silenciosa está acontecendo em algumas igrejas católicas de grandes centros urbanos como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belém. Boa parte delas criou o que se chama de Pastoral da Acolhida e da Comunicação, grupos onde há gente encarregada de receber os fiéis que vão às missas. São uma espécie de hostess, que recebe as pessoas na entrada, conduz até os bancos e sondam o que gostam ou com que se incomodam durante as celebrações.
As sugestões e reclamações feitas a essas pastorais já ajudam as igrejas a mudar. O banco austero de madeira, a acústica ruim de alguns templos e até a comunicação com os fiéis começa a ser alterada. Igrejas estão ganhando bancos estofados, ar-condicionado e aparelhagem de som eletrônica para que as palavras do padre sejam ouvidas sem eco ou ruídos. Várias paróquias ganharam site na internet. Os sacerdotes se comunicam por e-mail com a comunidade e até campanhas de doação de recursos para construção de novos templos já são feitas pela internet.
- O "consumidor da fé" estava sendo mal-recebido e mal-tratado. Quem fica duas horas num banco duro de igreja tem dor nas costas. Não há estacionamento para quem vai de carro e o aparelho de som velho mais atrapalha do que ajuda. O consumidor é paparicado em todo lugar, menos na igreja. Nos últimos anos isso começou a mudar, e muitos padres estão aprendendo a usar o marketing como ferramenta para atrair e reter fiéis - diz o administrador de empresas Antonio Miguel Kater Filho, diretor do Instituto Brasileiro de Marketing Católico (IBMC), uma entidade que está ajudando a Igreja a se atualizar.
Templos mais confortáveis são apenas uma parte da mudança destinada a manter os católicos e reconquistar os que debandaram para outras religiões nos últimos anos. A outra mudança está na comunicação. Esses padres estão tentando abandonar nas missas o discurso chamado de 'teologuês', cheio de filosofia, mas distante do público.
Pode parecer uma contradição, tendo um Papa como Bento XVI, defensor do tradicionalismo e de posições conservadoras. Mas não é. O que a Igreja tenta é modernizar o discurso hermético, que diz pouco ao povo, sem abrir mão do conteúdo. Esses sacerdotes buscam um sermão mais simples, mais próximo inclusive do discurso usado pelos pastores evangélicos. Na prática é fazer um sermão mais emocional e menos racional.
Outra novidade é que o dízimo passou a ser encarado com uma visão empresarial. Dízimo era sinônimo de esmola. Agora isso está mudando. A prática da confissão também está sendo resgatada.
- A confissão é a melhor ferramenta que os padres têm para fazer pesquisas qualitativas das necessidades de seus fiéis, mas foi abandonada nos últimos tempos (e como...) É possível usar a confissão para fazer um sermão que atenda a necessidade das pessoas - diz Kater.
Tome o exemplo do Santuário de Santa Terezinha, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Monsenhor Aguinaldo, o pároco, tomou aulas de marketing e aprendeu as lições. Está construindo um templo moderno, que terá ar condicionado, bancos confortáveis e som de primeira.
No site da igreja, os fiéis são convidados a contribuir. Como numa empresa que oferece promoções, a Santa Terezinha está sorteando entre os contribuintes uma passagem a Roma. O resultado é que o Santuário será construído em tempo recorde e o dízimo é um dos melhores da região. A Basílica de Nazaré, em Belém (PA), segue o mesmo modelo. Foi erguida em forma de teatro, tem vidros fumê e ninguém sofre nos 40 graus da capital paraense. Com tanto conforto, ela atrai a maioria dos casamentos realizados na cidade e a arrecadação cresce.
- Quem investe mais, tem retorno maior - diz Kater.
Kater é um consultor para padres, bispos ou outras instituições religiosas católicas que querem aprender a administrar melhor suas igrejas. Só em São Paulo, são pelo menos 40 clientes. Um de seus alunos foi o Padre Marcelo Rossi, a quem ele define como 'bom estudante', que sabe aliar a simplicidade nos discursos com grande apelo emocional. Católico, ele organiza todos os anos o Encontro de Marketing Católico, que reúne até 400 pessoas, de estudantes a padres e bispos, interessados em conhecer essas técnicas e comunicar melhor a salvação.
Para ele, o Papa João Paulo II foi um grande 'marqueteiro' para a igreja. O gesto de beijar o solo sempre que chegava a um país visitado, diz Kater, humanizou a igreja e a aproximou das pessoas. Ele avalia que, com Bento XVI, a igreja perdeu um pouco nesse campo. O novo Papa é mais intelectualizado, defensor dos dogmas da igreja e assumiu o posto com mais idade.
- A visita dele ao Brasil coloca os católicos novamente no centro das discussões e num momento de reflexão - diz Kater.
(Fonte: BRASIL | CONSUMIDOR FIEL)
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OBS: Mais um pontapé doloroso na Igreja que nasceu numa manjedoura emprestada, morreu cravada numa cruz de pau e foi enterrada num túmulo emprestado. Sim aquela que teve repartidas as vestes, e sorteada a túnica. Esta, a verdadeira, entre os pobres dos pobres, rumo as riquezas celestiais, aquela acima, a fantasia de tais padres, a torpe máquina de arrecadar das seitas, o nefando comércio da fé. Ai deles no dia em que voltar o Homem da Cruz, armado de cordas para expulsar tais vendilhões do templo.
Cadeiras estofadas, ao invés do tome a sua cruz e me siga. Neste ambiente, de que adianta o resgate da confissão, se a salvação é impossível sem a cruz Não será também uma fórmula de marketing para arrecadar mais Ó mercenários, ó marqueteiros da fé, não tereis muito tempo de negócios ainda.
Extraido do site www.recados.aarao.nom.br
do amigo Arnaldo Haas, de Vidal Ramos SC.