Santa Sé anuncia perda do estado clerical de Ex-bispo Lugo


31.07.2008 - VATICANO, 30 Jul. 08 / 01:31 pm (ACI).- A Santa Sé, através da Nunciatura Apostólica no Paraguai, anunciou a concessão da perda do estado clerical do ex-bispo e Presidente eleito deste país, Fernando Lugo.
No comunicado com data de hoje e assinado pelo Prefeito da Congregação para os Bispos, Cardeal Giovanni Batista Ré, dá-se a conhecer o decreto deste dicastério com o qual lhe concede a perda do estado clerical ao Presidente eleito do Paraguai.
Nele se lembra que "Sua Excelência Dom Fernando Armindo Lugo Méndez, S.V.D., Bispo Emérito de São Pedro, solicitou em 18 de dezembro de 2006 a perda do estado clerical para apresentar-se às eleições à Presidência da República do Paraguai".
Seguidamente, se precisa que "a Santa Sé, depois de ter tentado dissuadir a Dom Fernando Lugo para que não se apresentasse como candidato à Presidência da República (cf. CIC cân. 285&2), suspendeu-o do exercício do ministério sacerdotal".
"A recente situação que se criou com a eleição de Dom Fernando Lugo como Presidente da República do Paraguai exige voltar a considerar, pelo bem do País e para que se distinga claramente e de modo definitivo entre cargo de Presidente da República e o exercício do ministério episcopal, o pedido que apresentou em seu dia para que lhe fora concedida a perda do estado clerical", prossegue o decreto.
Depois desta explicação, o decreto ressalta que "de fato, sua aceitação do cargo de Presidente da República do Paraguai não é compatível com as obrigações do ministério episcopal e do estado clerical".
"Assim, tendo examinado cuidadosamente todas as circunstâncias, Sua Santidade Bento XVI concedeu para ele a perda do estado clerical, com a conseguinte perda dos direitos inerentes ao mesmo, dispensando-o ao mesmo tempo dos votos religiosos feitos na Sociedade do Verbo Divino, da obrigação do celibato (cf. CIC cân. 291) e das demais obrigações que o estado clerical comporta (cf. CIC cân. 292)".
Finalmente, sublinha o decreto, "o Sumo Pontífice exorta ao Senhor Fernando Armindo Lugo Méndez a ser fiel à fé católica em que foi batizado e a levar uma vida coerente com o Evangelho".
Ao finalizar o comunicado, a Nunciatura no Paraguai confirma que "a atuação eclesiástica no caso do Senhor Fernando Lugo se deveu exclusivamente a razões canônicas e pastorais" e lembra que "a Igreja, sem abdicar a seu papel profético, continuará em suas relações com as Autoridades Civis inspirando-se na Constituição "Gaudium et Spes" do Concílio Vaticano II, segundo a qual 'a comunidade política e a Igreja são entre si independentes e autônomas em seu próprio campo. Entretanto, ambas, embora por diversos títulos, estão ao serviço da vocação pessoal e social dos mesmos homens'".

Fonte: ACI

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Lembrando...

Bento XVI diz que sacerdotes não devem entrar na vida política

08.05.2008 - O papa Bento XVI afirmou hoje que a Igreja pode manter contato com as autoridades, desde que não se dediquem à vida política.

O pontífice fez a declaração durante a audiência com cerca de 300 fiéis da Igreja Católica Greco-Melquita, presente em grande parte do Oriente Médio, que se encontravam em peregrinação na cidade de Roma.

"Ao cumprir sua missão no contexto agitado e às vezes dramático do Oriente Médio, a Igreja se encontra em situações onde a política faz um papel que não é seu", disse o papa.

Para Bento XVI, "é importante manter contato com as autoridades, instituições e diversos partidos", mas afirmou que "não é função dos sacerdotes se dedicar à vida política. Isso é dever dos leigos".

Segundo o papa, a missão dos católicos no Oriente Médio é propor "a luz do Evangelho" para que todos se comprometam a servir o bem comum.

O pontífice afirmou que o compromisso da Igreja Melquita é "buscar sinceramente com os muçulmanos a compreensão mútua e defesa conjunta da justiça social, de valores morais, da paz e da liberdade".

Por outro lado, Bento XVI reiterou que "a busca da unidade de todos os discípulos de Jesus é uma obrigação urgente" e que "é preciso fazer todo o possível para derrubar os muros de divisão e desconfiança".

Fonte: Terra notícias


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