30.07.2008 - Espanha - O arcebispo de Toledo, cardeal Antonio Cañizares, denunciou a existência de um projeto social e cultural que pretende configurar uma sociedade laica sem nenhuma referência religiosa e moral, tratando de impor um pensamento niilista, eliminando de forma deliberada todo o católico na vida pública.
O purpurado fez estas declarações na abertura do curso de verão Ángel Herrera Oria e a modernização da Espanha, no Seminário Monta Corbán, de Santander. Segundo o cardeal Cañizares esse projeto não é de agora, mas vem de longe e não afeta exclusivamente a Espanha, é um clima geral no Ocidente mas que na Espanha tem uma intensidade especial, tendo-se radicalizado nos últimos anos.
Durante sua intervenção, o arcebispo de Toledo, explicou que existe uma grande revolução cultural na qual Deus não conta, e indicou que o silenciamento de Deus é um acontecimento fundamental destes tempos, não há outro que se possa comparar a isso em sua radicalidade e na gravidade de suas conseqüências.
Para o purpurado espanhol, este projeto niilista assenta-se no relativismo social, na ideologia de gênero e na laicidade, e constatou que se apresenta como um projeto de modernização da Espanha. Trata-se de uma iniciativa que afeta o social, o político e o cultural, e que busca modificar a realidade social e cultural da Espanha transformando sua identidade..
Puseram a Igreja Católica na mira, explicou o cardeal, nessas idéias, se apresenta a Igreja como inimiga da democracia e da modernização, buscando assim encurralar o religioso ao íntimo e privado.
De igual maneira, o Cañizares colocou o aborto como máximo expoente do que está acontecendo: Não é só uma questão moral, mas algo que define o que estamos vivendo na Espanha e na Europa.
O aborto é a violação do direito mais fundamental, o direito à vida, base da convivência entre os homens, já que no aborto se viola o preceito ‘não matarás’, destacou o o arcebispo de Toledo, para quem «a legislação favorecedora do aborto põe em questão o caráter humano desse novo ser vivo.
Fonte: Zenit
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Lembrando...
Arcebispo denuncia que laicismo pretende fazer da Espanha uma sociedade de ateus
29.03.2007 - MADRI - Em sua última carta semanal, o Arcebispo de Valência, Dom Agustín García-Gasco, denunciou que "o laicismo radical que nos encontramos atualmente na Espanha constitui uma utilização do poder do Estado para fundar uma sociedade como se todos os cidadãos fossem ateus, sem aceitar a realidade da liberdade religiosa e suas repercussões na vida social e pública".
Conforme informou a agência AVAN, em sua carta intitulada "Liberdade para crer", o Prelado explica que "na Espanha de hoje se detecta o interesse por estender um modo de vida onde a referência a Deus seja considerada como uma deficiência na maturidade intelectual e no pleno exercício da liberdade".
O Arcebispo de Valência considera "necessária e urgente" a tarefa de "desmascarar o `nacional-laicismo que tratam de impor", pois não deixa de ser "um fundamentalismo que nada tem que ver com a sã laicidade".
Dom García-Gasco assinalou que o laicismo radical "avança com freqüência pela falta de consistência dos próprios fiéis, que às vezes, somos atraídos pela tentação de ocultar nossa fé na vida pública".
Segundo o Prelado "resulta-nos mais fácil deixar de ser cristãos quando se chega ao trabalho, ao entrar na política, ao procurar as diversões com os amigos". Entretanto, "quem nega a Jesus Cristo e oculta sua condição cristã na vida pública, dificilmente pode acreditar que ama a Deus com sinceridade e com toda sua pessoa".
"Acreditar -ou deixar de fazê-lo- é um ato pessoal no que cada um utiliza sua liberdade para aceitar ou rechaçar a iniciativa de Deus sobre sua própria vida", adverte e esclarece que "o ato de fé é uma expressão elevada da dignidade do ser humano e da liberdade de cada pessoa" embora "tampouco tomamos esta decisão de um modo isolado".
O Arcebispo afirma que a Igreja, "que recebeu como missão própria a custódia do dom da fé", sabe que "ali onde se promove o engano, a mentira, a manipulação, a malícia, o ódio, o ressentimento, a chantagem, a coação, a fealdade, o descaramento, a injustiça, a opressão, a exploração ou qualquer tipo de violência se dificulta, até o extremo, que o ser humano possa descobrir sua própria dignidade, seu incomensurável valor e o dom do amor de Deus".
Em sua carta, anima a fomentar "uma reta compreensão da sã laicidade" que encontra "incompatíveis o exercício da coação e o ato de fé". A sã laicidade "protege quem não aceita a Deus, mas ao mesmo tempo reconhece o direito à liberdade religiosa com todas suas conseqüências que inclui o respeito de quem livremente deseja praticar sua religião de forma congruente".
Fonte: ACI