Apostasia: Evangelhos são obra de autores desconhecidos, dizem pesquisadores


Caros visitantes, antes da leitura desta notícia, quero observar que na semana passada, cito dia 20 de julho, já tinham dado a seguinte notícia:" Deus bíblico pode ser fusão de vários deuses pagãos, dizem especialistas".  (clique para ler)

Parece-me que "alguns" supostos pesquisadores, resolveram desacreditar Deus e ainda por cima misturar o profano com o Sagrado. Querem também reduzir o Santo Evangelho em apenas mais um livro histórico e sem autor definido.

Lembrando as palavras do Papa Bento XVI, em 14 de fevereiro de 2007: " Os cristãos devem anunciar o Evangelho sem temor". Acrescentou também que a luz do Evangelho é luz para a vida pessoal e sinal que orienta a vida social".

Notícia do ano de 2006:

26.05.2006 - Papa denuncia relativismo e tentativa de falsificar o evangelho: O Papa Bento XVI afirmou hoje que, na sua opinião, o relativismo domina a sociedade e que muitas pessoas e instituições "fazem pouco caso da tradição, tentam falsificar a palavra de Cristo e erradicar do evangelho a verdade, muito incômoda para o homem moderno".

"Como nos séculos passados, também hoje há pessoas e instituições que, fazendo pouco caso da tradição da Igreja, pretendem falsificar a palavra de Cristo e erradicar do evangelho a verdade, que consideram muito incômoda para o mundo moderno. Tentam dar a impressão de que tudo é relativo e que a verdade da fé depende da situação histórica e da avaliação humana", disse Bento XVI.

As palavras do pontífice foram dirigidas a dezenas de milhares de pessoas que se reuniram debaixo de chuva na praça Jozef Pilsudki, de Varsóvia, para assistir à missa que encerrou a primeira etapa da visita de quatro dias à Polônia.

O Papa acrescentou que a Igreja não pode calar a Verdade (o evangelho) e que todos os cristãos são chamados a compartilhar a responsabilidade.

Ele afirmou que todo cristão deve confrontar continuamente suas próprias convicções com os ensinamentos do evangelho e da tradição da Igreja, para permanecer fiel à palavra de Cristo.

Recentemente, em 27 de julho de 2008, o  Papa exortou aos Bispos africanos a encontrarem novos e eficazes modos de apresentar imutável verdade do Evangelho.

"Jesus Cristo é sempre o mesmo: ontem, hoje e por toda a eternidade". (Hb 13,8)

Sejam cristãos inteligentes, pensem e reflitam de coração !!!
Qual seria o motivo de tantas matérias colocando em dúvida toda a Sagrada Bíblia?

A verdade meus irmãos em Cristo é que já chegamos no tempo descrito pela Bíblia que nos diz:

“Virá o tempo em que os homens já não suportarão a sã doutrina da salvação. Desejosos de ouvir novidades escolherão para si uma multidão de mestres, ao sabor das paixões, e hão de afastar os ouvidos da verdade, aplicando-as as fábulas.” ( 2Tm.4,14 )

Também está escrito:

"Filhinhos, esta é a última hora. Vós ouvistes dizer que o anticristo vem. Eis que já há muitos anticristos, por isto conhecemos que é a última hora." (1 Jo.2,18)

Meu abraço fraterno a todos, Dilson Kutscher - www.rainhamaria.com.br

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Vamos a notícia:

Evangelhos são obra de autores desconhecidos, dizem pesquisadores

27.07.2008 - Atribuição a Mateus, Marcos, Lucas e João provavelmente aconteceu de forma tardia.
Com excessão do texto joanino, relatos parecem ter se baseado fortemente em Marcos.

Os Evangelhos do Novo Testamento, quatro relatos sobre a vida de Jesus aceitos por todas as igrejas cristãs, tradicionalmente são atribuídos a dois dos Doze Apóstolos (Mateus e João, filho de Zebedeu), a um companheiro do apóstolo Pedro (Marcos) e a um colaborador de São Paulo (Lucas). Para os atuais estudiosos da Bíblia, no entanto, o mais provável é que nenhuma dessas autorias tradicionais esteja totalmente correta. Embora muitos dos fatos contados pelos evangelistas possam realmente remontar à vida de Jesus, inconsistências e contradições deixam claro que nenhum de seus discípulos originais sentou-se pessoalmente para escrever uma biografia de Cristo.

"O que está claro é que os títulos que temos são um fenômeno editorial, que veio mais tarde", resume Luiz Felipe Ribeiro, professor de pós-graduação em história do cristianismo antigo da Universidade de Brasília (UnB), que está concluindo seu doutorado na Universidade de Toronto (Canadá). "Os títulos demoraram para aparecer no corpo do texto. Os primeiros papiros com a fórmula atual para os títulos -- 'Evangelho segundo Marcos' ou 'Evangelho segundo João', por exemplo -- são de meados do século 3 [mais de 150 anos depois da data em que os textos teriam sido escritos]."

De acordo com Ribeiro, os estudos sobre como os livros da época recebiam seus títulos e atribuições de autoria também revelam que essa fórmula (envolvendo uma estrutura gramatical do grego conhecida como acusativo) é curiosamente única dos Evangelhos; nenhum copista anterior teria pensado em falar da "Ilíada segundo Homero", por exemplo. "É muito improvável que essa mesma maneira de designar os textos surgisse de forma independente em quatro deles ao mesmo tempo. Por isso, tudo indica que se trata de uma mudança na maneira como os Evangelhos passaram a circular naquela época", diz ele.

Testemunho antigo -- ou não?

O fato é que, além dos títulos explícitos em papiros, a primeira referência a quatro Evangelhos escritos pelos autores que conhecemos tradicionalmente -- Mateus, Marcos, Lucas e João, nessa ordem -- vem do bispo Ireneu de Lyon, escrevendo por volta do 190. No começo do mesmo século, outro bispo, Papias (cuja obra original não sobreviveu, mas acabou sendo citada por escritores cristãos posteriores), menciona apenas Mateus e Marcos.

A poucas décadas de "distância" dos apóstolos originais, Papias até parece dispor de informações mais confiáveis, mas uma série de coisas em suas afirmações não batem. Primeiro, ele parece se referir a Mateus como uma simples coleção de ditos de Jesus (logia, em grego), escritos originalmente em aramaico, a língua do dia-a-dia na Palestina da época de Jesus. No entanto, Mateus é na verdade uma narrativa, e o texto que temos parece ter sido composto diretamente em grego. Já Marcos seria o secretário ou intérprete de Pedro, o qual teria anotado ("de forma desordenada", diz Papias), as pregações do líder dos apóstolos em Roma.

Além do fato de, na verdade, o Evangelho de Marcos ser uma narrativa altamente estruturada, sem sinal de desordem, ele não parece o tipo de coisa que um ex-colaborador de Pedro escreveria, afirma Ribeiro. "Existe, na verdade, uma hostilidade grande em relação a Pedro no Evangelho de Marcos, e talvez até uma rejeição de todos os Doze, que são retratados como covardes", diz o pesquisador. Todos os Evangelhos mostram Pedro vacilando e até negando Jesus, mas enquanto Mateus atenua isso com a famosa cena em que Jesus promete a seu apóstolo "as chaves do Reino do Céu", Marcos não apenas omite qualquer menção a isso como é bem provável que, originalmente, nem mostrasse Jesus aparecendo aos apóstolos depois de ressuscitar.

Explica-se: os mais antigos manuscritos do Evangelho de Marcos terminam de forma meio abrupta, no versículo 8 do capítulo 16. O relato termina com Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé -- três seguidoras de Jesus -- indo ao sepulcro de Cristo. Lá, porém, encontram a tumba aberta e um misterioso rapaz de roupas brancas (talvez um anjo) dizendo que Jesus tinha ressuscitado. As mulheres, então, fogem assustadas, "e nada diziam a ninguém, porque temiam". Tudo indica que, mais tarde, foram adicionados os versículos de 9 a 20, que encerram o Evangelho que temos hoje e contêm as aparições do Jesus ressuscitado a seus seguidores.

Marcos, o primeiro

Na verdade, apesar de a ordem dos Evangelhos nas Bíblias atuais comece com Mateus, Marcos é quase certamente o mais antigo de todos os textos, talvez escrito um pouco antes do ano 70, quando o Templo de Jerusalém foi destruído pelos romanos. O consenso entre os estudiosos é que Mateus e Lucas usaram Marcos como a base de seus próprios Evangelhos.

"Ambos se baseiam na estrutura narrativa de Marcos; Mateus e Lucas foram aumentados acrescentando-se a Marcos extratos de uma coletânea de ditos de Jesus que hoje está perdida", escreve Geza Vermes, professor emérito de estudos judaicos da Universidade de Oxford, em seu livro "Quem é quem na época de Jesus" (Editora Record), recém-lançado no Brasil. "Quando Lucas e Mateus concordam entre si a respeito de algo, também concordam com Marcos; quando são diferentes de Marcos, também são diferentes entre si", diz Ribeiro.

Além disso, Marcos é o evangelista que mais coloca expressões aramaicas na boca de Jesus ou das pessoas que entram em contato com ele, como o uso de Éfata ("abre-te") para curar um surdo-mudo e Talitha cum ("menina, levanta-te") para ressuscitar uma menina. "É o único evangelista que permite ao leitor ouvir um eco eventual das palavras de Jesus em sua própria língua", diz Vermes.

Judeus ou pagãos?

Por essas e outras, a identificação do autor de Evangelho de Marcos como pagão de nascimento -- e mesmo de Lucas ou João, autores de narrativas que parecem muito influenciadas pela cultura grega -- não é confiável quanto alguns estudiosos costumavam imaginar. "Eu, por exemplo, acho que Marcos poderia muito bem ter uma origem na Galiléia", diz Ribeiro. "De modo geral, essa dicotomia cultural muito forte entre judeus e pagãos de origem grega que a gente costuma imaginar é relativa. O judaísmo estava sob forte influência helenística fazia tempo."

A influência judaica mais clara é a de Mateus, texto talvez escrito entre os anos 80 e 90 e repleto de referências à Lei de Moisés e às profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Messias. "Mas, mesmo no caso de Lucas, há um lado judaico bastante forte. A narrativa dele começa e termina no Templo de Jerusalém, por exemplo. Jesus nunca pisa fora do território de Israel na narrativa de Lucas. Isso não me parece à toa", diz Vilson Scholz, professor de teologia exegética da Universidade Luterana do Brasil (RS) e consultor de traduções da Sociedade Bíblica do Brasil.

Scholz diz acreditar que, embora figuras como os apóstolos João e Mateus não tenham escrito pessoalmente os Evangelhos, é possível que as narrativas sejam obra de pessoas de "escolas" ligadas a eles, que teriam transmitido a tradição oral ligada aos primeiros discípulos em forma escrita. Para Scholz, o Evangelho de Lucas, escrito pelo mesmo autor dos Atos dos Apóstolos (em ambos os casos a obra é dedicada a um patrono conhecido como Teófilo, e há remissões entre um livro e outro), é o que tem associação mais plausível com o autor tradicional.

Explica-se: Lucas teria sido um médico de origem grega e, de fato, sua linguagem é uma das mais polidas e de estilo cuidadoso entre os Evangelhos, diz Scholz. Os Atos dos Apóstolos também usam o pronome "nós" em certas passagens, dando a entender que o narrador estava viajando junto com Paulo. "Eu já acho que Lucas é tão problemático [como autor verdadeiro do Evangelho] quanto os demais", afirma Ribeiro. Ele lembra que há diferenças consideráveis entre o relacionamento de Paulo com os demais membros da Igreja como é retratado em Atos e a maneira como Paulo fala de Pedro e dos demais apóstolos em suas cartas -- nesse caso, Paulo é bem mais agressivo e menos condescendente em suas críticas aos seguidores originais de Jesus.

Testemunhas oculares

Um detalhe que solapa, ao menos à primeira vista, a idéia de que alguns dos autores do Evangelho presenciaram as pregações de Jesus é a falta de uma identificação de quem escreve no próprio texto, ou mesmo de afirmações diretas de que o escritor viu tais e tais fatos acontecerem. "Isso pode ser apenas um detalhe de gênero literário -- uma tentativa de demonstrar objetividade, por exemplo", pondera Scholz.

A única exceção é o Evangelho de João -- justamente o "estranho no ninho" entre os quatro textos aceitos no Novo Testamento, por não seguir a mesma linha básica de narrativa dos outros três e apresentar uma visão teológica muito desenvolvida e elevada de Jesus, considerado o Verbo de Deus encarnado. Com base nisso, ele seria o texto mais tardio, escrito por volta do ano 100. "Muita gente vê influência da filosofia grega sobre João, mas a divisão clara do mundo entre luz e trevas, que a gente vê nele, já aparece nos Manuscritos do Mar Morto, a poucos quilômetros de Jerusalém", diz Scholz. Em um ou dois trechos, o Evangelho de João diz que "a testemunha viu" os fatos narrados acontecerem.

"Eu acho possível que esse Evangelho remonte a uma testemunha ocular, mas o que ela viu foi retrabalhado pela comunidade à qual ela pertencia", avalia Ribeiro. Seria o misterioso "discípulo amado" de Jesus -- mas esse discípulo certamente não é João, o qual é mencionado separadamente no mesmo Evangelho. "Também vemos uma tensão política entre a comunidade desse discípulo amado e o grupo que seguia Pedro, por exemplo", diz o pesquisador, lembrando que, numa das narrativas sobre o sepulcro vazio de Jesus, Pedro e o tal discípulo correm até a tumba, mas só o discípulo amado tem coragem de entrar primeiro. Seria uma forma de mostrar a precedência dela sobre Pedro.

No fundo, o que se sabe de seguro sobre os escritores dessas quatro obras-primas da cristandade primitiva está mesmo embutido no próprio texto -- e, como tal, sujeito a interpretações. É muito difícil, por enquanto, colocar uma "cara" nos evangelistas. "Enquanto não houver outras descobertas arqueológicas de peso, ficamos nesse impasse", diz Scholz.

Fonte: G1

 


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