Frade Bernardino: Coletânea de memórias sobre a Serva de Deus Luísa Parte 4


Parte 4 (final)

BERNARDINO GIUSEPPE BUCCI
Frade Menor Capuchinho

LUÍSA PICCARRETA
Coletânea de memórias sobre a Serva de Deus

Risonha, ela não dava qualquer resposta. Contudo, certa vez disse: «Sim», respondendo à pergunta marota: «É o teu noivo?».

Com o passar do tempo, compreenderam que se achavam diante de um fenômeno sobrenatural: tratava-se verdadeiramente do Menino Jesus, que se manifestava sob as aparências de um adolescente. O fenômeno verificava-se cada vez que Luísa era assaltada pelas forças diabólicas.

A aparição de Jesus era a consolação para aquilo que sofrera. Certa vez, ela encontrou-se entrelaçada como uma espiral entre as barras de ferro da sua cama e foi necessária a intervenção do ferreiro para libertá-la.

A maravilha foi que o seu corpo ficou ileso.

Em outra ocasião, encontraram-na na abóbada do quarto, suspensa em um gancho onde geralmente se dependuravam os abastecimentos alimentares.

Luísa era normalmente liberada destes fenômenos com orações dirigidas à santíssima Virgem, encontrando refúgio em uma cavidade de um grande tronco de uma amoreira, ainda hoje existente nessa mesma localidade.

Outra vez, de uma pequena colina próxima da fazenda, viram levantar-se uma grande chama e, dado que Luísa gostava de brincar naquela colina, sua mãe e seu pai acorreram imediatamente ali para apagar o fogo. Foi uma corrida inútil: Luísa estava tranquilamente sentada em cima de uma rocha voltada para o alto, sem qualquer vestígio de fogo ao redor da sua pessoa.

Numerosas vezes Luísa punha-se a contemplar o sol, em pleno meio-dia, sem que os seus olhos sofressem qualquer dano. A tia Rosária confidenciou-me que este foi um fenômeno que durou até à sua morte. Com efeito, dos seus escritos podemos observar que o sol era um astro privilegiado para Luísa. Ela relacionava-o à Santíssima Trindade.

Os anos passavam, Luísa já era famosa em toda Corato e encontrávamos em plena guerra mundial. O irmão soldado da senhora Maria Doria anunciava, com uma carta enviada da Sicília, que se tinha noivado com uma moça dessa ilha.

Sua mãe ficou muito desgostada, porque o filho já era noivo de uma moça rica de Corato, um «bom partido». Era um noivado contratado pelos pais, como se costumava fazer nessa época. A Sua mãe chorava e exclamava: «Meu pobre filho, foi enfeitiçado, a máfia entrou na minha casa!». Naquele tempo, na Sicília enfurecia um bandido chamado Giuliani.

Certo dia, ela pediu à sua filha maior que fosse à casa de Luísa, lhe dissesse que é filha da sua amiga de infância e prestasse atenção as palavras que lhe reservaria.

A jovem foi à casa de Luísa, na rua Madalena; levou os cumprimentos de sua mãe, muito apreciados por Luísa, e a conversa terminou no período em que estavam nas fazendas de Torre Desesperada. Luísa acrescentou: «Quantas orações e mortificações ocorreram nesses lugares!». Agradecendo à moça a cortesia, Luísa disse que transmitisse à mãe o pedido de rezar muito, como se fazia quando estavam na fazenda, e de realizar todos os exercícios de caridade que nunca deviam ser esquecidos, a fim de que se cumprisse a Vontade de Deus.

E de repente, olhando-a, disse: «Mas por que estás triste?». E a jovem contou o caso do irmão e as preocupações da mãe.

Então, Luísa disse-lhe: «Como pode dizer que essa moça é pior que a primeira? Que ela reze ao Senhor e o seu coração será consolado».

A jovem levou a resposta de Luísa à mãe, que exclamou: «Meu filho está salvo!». Com efeito, comunicaram-lhe que a moça siciliana era de boa família, muito religiosa e na sua família havia até mesmos alguns tios sacerdotes.

Em seguida, o jovem casou-se nessa ilha e formou uma família, dando assim felicidade à mãe.

Nota do Capítulo 8

1) Reuni muitas outras narrações de cura, mas não considerei oportuno publicá-las, porque não existem documentos que comprovem os fatos. Alguns tiveram lugar durante a vida de Luísa e outros depois da sua morte. Poderiam fazer parte da coletânea geral de memórias. Por autorização do venerado arcebispo D. Giuseppe Carata, muitos episódios recolhidos sob juramento e assinados agora são conservados no arquivo da causa de beatificação da Serva de Deus, Luísa Piccarreta. Pensei em publicar o supramencionado milagre, porque me parece o mais autêntico e também distante no tempo, que dificilmente pode ser interpretado em sentido equivocado. De resto, recorde-se que este episódio não entrou na lenda, porque só o ouvi ser confirmado pela minha tia, com uma linguagem concisa e desapegada.

2) O Pe. Gennaro di Gennaro foi o confessor que obrigou Luísa a escrever as suas experiências quotidianas. Era um sacerdote de vida santíssima, que os habitantes de Corato consideravam santo. Possuía um grave defeito de pronúncia que a um certo ponto desapareceu: Luísa obteve do Senhor a sua cura, a fim de que o seu santo confessor pudesse pronunciar dignamente a Palavra de Deus.

CAPÍTULO 9

Luísa, terror dos poderes diabólicos

Lendo a autobiografia de Luísa, é fácil observar que nos primeiros tempos ela teve que enfrentar lutas tremendas contra forças diabólicas, que não pouparam sequer o seu corpo. A uma certa altura - nos seus escritos - lêem-se estas palavras: «Toquei-te, não te fiz imaculada porque já não me devo encarnar, mas tirei-te a causa do pecado». É o Senhor Jesus que as pronuncia. Para quem pensa que compreende o alcance destas asserções, é fácil que teologicamente sinta que está próximo de algo incrível. Poder-se-ia gritar ao escândalo e estigmatizar tudo isto como heresia. Não pretendo tratar aqui esta questão; os tribunais eclesiásticos terão todo o tempo para examiná-la e julgá-la. Uma coisa é certa: que em um determinado ponto da sua vida, Luísa adquire uma paz interior, uma calma serena que se projetava a partir de fora e impressionava quem tinha a sorte de a conhecer e de lhe falar. Tudo podia acontecer em seu redor, sem jamais a poder ferir. Quando foi condenada pelo Santo Ofício em 1938, todos se assustaram e se agitaram, tanto os clérigos como os fiéis em geral; parecia que um terremoto tivesse atingido e feito ruir um grande edifício, mas Luísa permaneceu calma como sempre, serena como se o caso não lhe interessasse. Submeteu-se docilmente à vontade da Igreja, entregou ao encarregado do Santo Ofício todos os seus manuscritos e continuou a sua vida plácida e tranquila, em oração, prosseguindo o seu trabalho de renda.

Portanto, Luísa parece ter sido confirmada na graça e por isso tornou-se o assombro dos demônios que diante dela fugiam ruidosamente. Alguns episódios parecem confirmá-lo.

Narra-se que quando Luísa passava por alguma parte – quando era transportada para as limpezas anuais, em uma carroça fechada – algumas casas tremiam inteiramente e ouviam-se gritos e ruídos de correntes e de pessoas que escapavam. Isto acontecia de maneira especial em um edifício que ainda se encontra em fase de reestruturação na praça do mercado de Corato. Com efeito, narra-se que nesse prédio aconteceram coisas horrendas, como mortes, forcas, torturas, etc.

Uma senhora disse que foi morar em uma casa de Rotondella, na província de Matera, onde recebera o cargo de professora de escola primária. Porém, nessa casa não se sentia absolutamente à vontade porque muitas vezes em casa encontrava um homem de aspecto horrível que procurava agarrá-la, mas a senhora defendia-se mostrando-lhe o rosário nas mãos; diante desta visão, o homem fugia. Assustada, a senhora abandonou tudo e regressou a Corato com os seus filhos. Ninguém acreditou na pobrezinha, e muitos a consideravam louca, sobretudo o seu marido que era um homem de idéias maçônicas. Não sabendo o que fazer, a senhora foi visitar Luísa, que benignamente a ouviu e confortou, disse que não tivesse medo, porque o demônio não possuía qualquer poder contra ela e exortou-a a voltar ao seu trabalho. A senhora ouviu o seu conselho, mas quis levar consigo uma fotografia de Luísa; emoldurou-a e colocou-a na mesa de cabeceira. Certa noite, enquanto recitava o Santo Rosário com os seus filhos, voltou a ver aquele homem que, aproximando-se da cama, tomou a imagem de Luísa, lançou-a no chão e, gritando, fugiu. A partir daquele momento, nada mais lhe aconteceu, e a paz e a serenidade voltaram a essa casa. A fotografia de Luísa lançada no chão com violência não sofreu danos e o seu vidro não se quebrou. Hoje essa fotografia emoldurada encontra-se na mesa de cabeceira na casa da nora daquela senhora.

Outro episódio muito recente diz respeito ao furto dos móveis. Enquanto estávamos em um encontro internacional em Costa Rica, chegou-nos a notícia de um furto na casa de Luísa. Os ladrões levaram os móveis antigos que pertenciam aos pais da Serva de Deus. Esta notícia perturbou-nos. Quando regressamos, divulgou-se a notícia de que aqueles móveis podiam ser perigosos, porque os demônios dançavam neles quando tinham o poder de tentar Luísa. E só ela os podia derrotar: livres da influência de Luísa a Santa, os demônios podiam desenfrear-se. Com efeito, não se sabe como – talvez os demônios se tinham verdadeiramente desencadeado – onde quer que esses móveis entrassem aconteciam coisas incríveis. Certa noite – é um caso único na história – os ladrões devolveram os móveis deixando-os atrás da porta da casa de Luísa. Qualquer comentário é supérfluo.

Outro caso aconteceu comigo mesmo. No ano passado, participei em um exorcismo praticado em uma igreja de São Severo pelo Padre Cipriano, decano dos exorcistas italianos. A igreja estava apinhada de pessoas que se consideravam endemoninhadas. Levei comigo uma imagem de Luísa que mostrei a uma mulher, dizendo-lhe: «Conhece-la?». A mulher olhou-a e disse que não, mas a um dado momento arregalou os olhos e ouviu-se uma voz que lhe vinha do peito e dizia: «Conheço-a... conheço-a... vai embora, vai embora!», e a senhora deu-me um pontapé para me afastar dela, enquanto tentava arrancar-me a estola. Sempre tenho comigo uma imagem ou uma relíquia de Luísa.

A santa morte de Luísa Piccarreta

Quando se divulgou a notícia da morte de Luísa, ocorrida em 4 de março de 1947, pareceu que a população de Corato parou para viver uma acontecimento único e extraordinário. Faleceu a sua Luísa, a sua Santa. E como um rio cheio, transbordou na sua casa para contemplá-la e exprimir-lhe o seu afeto àquela que muitíssimos anos foi estimada e amada por todos. O dia do seu funeral foi declarado luto na cidade. Luísa permaneceu por quatro dias exposta à veneração do público (com a autorização do médico sanitário), para satisfazer os milhares de pessoas de Corato e das redondezas que, noite e dia, acorriam à sua casa. Foi necessário recorrer à polícia para regular o fluxo de gente. Todos tinham a impressão de que Luísa se tivesse adormentada, e não fosse morta. De fato, o seu corpo colocado na cama não passou pela rigidez cadavérica: podiam-se-lhe erguer as mãos, mover a cabeça em todas as direções, dobrar os dedos sem esforço, elevar os braços e dobrá-los. Podiam-se-lhe levantar as pálpebras e observar os olhos lúcidos sem o véu da morte. Todos – forasteiros, sacerdotes, personalidades eclesiásticas e civis – queriam ver o caso único e maravilhoso. Muitíssimas pessoas cépticas saíam do câmara mortuária surpresas, chorando e renovadas. Luísa parecia viva como se um sono plácido e sereno a tivesse detido por um instante. Todos estavam convencidos de que não estava morta, e alguns diziam: «Chamai o bispo e vereis que com um sinal da cruz ela se acordará; não é Luísa, filha da obediência?». Esta esperança exprimia o amor que todos nutriam pela Serva de Deus. Mas um encontro de médicos, especialmente convocado pelas autoridades religiosas, civis e médicas, depois de um exame atento, decretou que a querida Luísa estava realmente morta. Enquanto ela ficou exposta à veneração do público, não deu qualquer sinal de corrupção, nem o seu corpo emanava cheiro de putrefação. Permaneceu sentada na sua cama, como uma rainha. Não foi possível estendê-la, motivo pelo qual se tornou necessário construir um ataúde especial em forma de «p», com as partes frontal e laterais em vidro, de maneira que todos a pudessem ver pela última vez. Luísa a Santa, que por cerca de setenta anos ficou sentada em uma cama sem nunca ser saído do seu pequeno quarto, passou no meio da imensa multidão de pessoas, carregada nos ombros por um numeroso grupo de religiosas de todas as Ordens e circundada por um grande número de sacerdotes e de religiosos. As exéquias foram celebradas na Igreja-Mãe pelo inteiro cabido, com a participação de todas as confraternidades de Corato.

Visitei várias vezes o cadáver de Luísa nos quatro dias durante os quais ela permaneceu exposta, toquei-a muitas vezes e apanhei algumas flores que eram depositadas sem cessar aos seus pés e sobre as suas pernas, flores estas que conservei ciosamente por muitos anos no meio dos meus livros. Muitas foram oferecidas a pessoas doentes que, tocando-as, encontraram a cura e puderam participar no funeral de Luísa. Na passagem do féretro, os enfermos foram colocados às portas das casas e muitos, como se narrava, receberam graças especiais. Luísa foi enterrada na capela gentílica da família Calvi. No dia 3 de julho de 1963, os seus restos mortais regressaram a Corato, para serem sepultados definitivamente na paróquia de Santa Maria Grega.

Luísa na serenidade da irmã morte.

Luísa no leito de morte. Ao seu lado vêem-se a irmã Angelina, a sua fiel Rosária e algumas irmãs do Zelo Divino, em visita.

O ataúde singular, especialmente construído com vidros laterais e frontais.

O féretro carregado nos ombros pelos fiéis da Serva de Deus.

Toda a população de Corato saúda Luísa «a Santa» pela última vez. As irmãs do Zelo Divino formam uma coroa ao féretro.

O jovem morto e ressuscitado

Antes de terminar as minhas memórias, não posso deixar de expor um episódio clamoroso.

Sempre ouvia falar de um jovem morto e ressuscitado por Luísa. Este episódio foi-me narrado pelo velho cantor cego, no cenáculo da rua Panseri.

Certo dia encontrou-se um jovem morto, estendido no chão em uma poça de sangue. Tendo tomado conhecimento da funesta notícia, a mãe não se precipitou para ver o próprio filho, mas gritando com os cabelos soltos correu rumo à casa de Luísa e, ajoelhando-se diante do seu portão, gritava: «Luísa, mataram meu filho!».

A pequena santa – assim o cantor chamava Luísa – comoveu-se e disse: «Vai tomar teu filho, porque o Senhor to restitui».

A mãe foi ajudada a levantar-se e acompanhada por algumas mulheres piedosas até ao lugar onde o filho jazia morto.

Quando viu o filho, sem ter conta dos guardas, a mãe lançou-se sobre o seu corpo, tomou-se nos braços e beijou-o, desesperada como a Senhora das Dores perto da cruz.

Mas de repente, o jovem abriu os olhos e disse: «Mamma, sto ca nan pianger» («Mamãe, estou aqui, não chores»).

Quando ouviu esta narração, toda a assembléia chorou, de maneira especial as mulheres idosas, cujos filhos tinham partido para a guerra.

Algumas vezes – mas de passagem – ouvi narrar este episódio também em casa. Lembro que, certo dia, a tia Rosária pronunciou estas palavras, dirigindo-se a meu pai: «Não comeces a dizer determinadas tolices, mas pensa em comer». Meu pai estava narrando precisamente a história do homem ressuscitado por Luísa a Santa.

Certo dia, na minha paróquia ouvi a senhora Redda, ministra da Ordem Terceira Franciscana, falar deste milagre a um grupo de mulheres. Tendo notado a minha presença, ela pôs imediatamente a mão na boca, repreendendo-se a própria imprudência; de fato, o pároco Pe. Cataldo Tota, que estava ali presente, disse: «Certas coisas não se devem dizer em público, enquanto as pessoas interessadas forem vivas».

Nunca dei importância a este episódio – narrado sempre em voz baixa – porque me parecia incrível. A tia Rosária jamais quis falar deste tema e quando lhe Divina perguntava algo, ela respondia: «Deixa estar estas tolices!».

Compreendi que tanto Luísa como o clero proibia absolutamente que se falasse sobre esse acontecimento.

A narração do velho cego parecia-me demasiado fantasiosa e enquadrada, e mais do que a um fato deveras acontecido assemelhava-se mais cm uma tragédia grega. Precedentemente, nunca quis escrever nada a este respeito, para expor a Serva de Deus Luísa Piccarreta ao ridículo (e também porque considerava que esse episódio fosse apenas fruto de fantasias populares).

Depois, quando li uma carta do Beato Aníbal Maria di Francia, em que se confirma o milagre da ressurreição de um jovem morto, julguei oportuno mencionar aqui o fenômeno de que tanto tinha ouvido falar.

Com a sua autoridade de santo, o Beato Aníbal confirma que a ressurreição daquele jovem morto teve lugar através das orações de Luísa Piccarreta.

Essa carta é datada de 5 de maio de 1927. Poucos dias mais tarde, precisamente no mês de junho desse mesmo ano, o Beato Aníbal morreu serenamente na cidade de Messina.

Carta do Beato Aníbal di Francia, enviada a Luísa Piccarreta poucos dias antes da sua piedosa morte, onde confirma o milagre ocorrido.

NOTAS BIOGRÁFICAS DO AUTOR

O Padre Bernardino Giuseppe Bucci nasceu em Corato, no dia 15 de junho de 1935, e seus pais chamavam-se Francesco Bucci e Serafina Garofalo. Décimo de doze filhos, em 1940 foi levado pela primeira vez pela tia Rosária Bucci à casa de Luísa Piccarreta que, em 1944, profetizou que ele se tornaria sacerdote.

Em 1947 assistiu ao solene funeral da Serva de Deus Luísa Piccarreta e em 1948 entrou no Seminário Seráfico de Barletta.

Em 1951, durante o curso de estudos no Seminário Seráfico de Francavilla Fontana, faleceu sua mãe, a quem ele estava intimamente ligado.

Em 1955 entrou no Santo Noviciado dos Frades Capuchinhos de Alessano, na província de Lecce, e completou os estudos filosóficos no Estudantado de Scorrano.

Em 1959 faleceu seu pai e, em 1960, foi transferido para o Estudantado Teológico de S. Fara. No dia 14 de março de 1964 recebeu a ordenação sacerdotal das mãos de Sua Ex.cia D. Nicodemos, arcebispo de Bari, na igreja dos Capuchinhos de Triggiano.

Depois de ser transferido para o Colégio Internacional em Roma, para especializar-se em Teologia missionária, regressou à sua Província e foi designado para o Convento de Scorrano como Padre espiritual do Seminário Seráfico.

Em 1968 foi a Portugal para aprender português, em vista da partida para Moçambique como missionário.

Por motivos políticos, foi adiada indeterminadamente a sua partida em missão. Voltou para a sua Província e passou a ocupar o cargo de vice-pároco na paróquia dos Capuchinhos de Barletta e o ofício de Assistente provincial da Juventude Franciscana.

Frequentou o curso de Licenciatura e de Doutorado na Faculdade ecumênica de São Nicolau em Bari e contemporaneamente, em 1972, especializou-se em letras.

Em 1976 foi promovido a superior-pároco no Convento dos Frades Menores Capuchinhos de Trinitápolis, na província de Foggia. Quando vivia ali chegou-lhe a notícia da morte da querida tia Rosária (1978) que, durante quarenta anos, serviu como assistente ao lado de Luísa Piccarreta.

Em 1980 Sua Ex.cia D. Giuseppe Carta, arcebispo de Trani, pediu-lhe que, sem citar o Beato Aníbal Maria di Francia para não servir de obstáculo para a sua causa de beatificação então em curso, reunisse os testemunhos sobre a Serva de Deus Luísa Piccarreta e imprimiu 30 mil exemplares da primeira pequena biografia sobre a Serva de Deus, traduzida em várias línguas, contribuindo assim para o conhecimento da Serva de Deus.

Em 1988 foi transferido como superior e pároco para o Convento de Triggiano, assumindo também o cargo de Secretário provincial das paróquias.

Em 1994, tendo sido eleito Definidor provincial, voltou para Trinitápolis como pároco e ali vive ainda hoje, assumindo os encargos de Definidor provincial, Secretário provincial das paróquias e Conselheiro do Secretariado nacional das paróquias.

Co-fundador da Associação da Vontade Divina juntamente com a Irmã Assunta Marigliano, por muitos anos foi Assistente espiritual da mesma Associação, que foi erigida canonicamente em Corato no dia 4 de março de 1987.

Atualmente é membro do Tribunal da causa de beatificação da Serva de Deus Luísa Piccarreta, aberta na solenidade de Cristo Rei de 1994, na Igreja Matriz de Corato, por Sua Ex.cia D. Carmelo Cassati, hoje emérito, como Promotor da Fé.

ORAÇÕES
para implorar a Beatificação da Serva de Deus
LUÍSA PICCARRETA

I

Ó Sacratíssimo Coração de meu Jesus, que na tua humilde Serva Luísa escolheste o arauto do Reino da tua Vontade Divina e o anjo da reparação das inúmeras culpas que fazem sofrer o teu Coração divino, peço-te humildemente que me conceda a graça, que pela sua intercessão imploro da tua Misericórdia, a fim de que seja glorificada na terra assim como já a premiaste no Céu. Assim seja.

Pai nosso, Ave Maria, Glória.

II

Ó divino Coração de meu Jesus, que à humilde Serva Luísa, como vítima do teu Amor, deste a força de padecer durante toda a sua vida os sofrimentos da tua dolorosa Paixão, faze com que para a tua maior glória resplandeça imediatamente sobre a sua cabeça a auréola dos Beatos. E pela sua intercessão concede-me a graça que humildemente te peço...

Pai nosso, Ave Maria, Glória.

III

Ó misericordioso Coração de meu Jesus, que pela salvação e santificação de muitas almas ti dignaste conservar por longos anos na terra a tua humilde Serva Luísa, a tua pequena Filha da Vontade Divina, escuta a minha oração: que ela seja imediatamente glorificada pela tua santa Igreja. E pela sua intercessão concede-me a graça que humildemente te peço...

Pai nosso, Ave Maria, Glória.

Nulla osta para a publicação:
Trani, 27 de novembro de 1948.
Fr. REGINALDO ADDAZZI, O.P.
Arcebispo

Oração do santinho (com relíquia), impressa imediatamente depois da morte de Luísa Piccarreta, por autorização do arcebispo Fr. Reginaldo Addazzi, O.P.

Terminado de imprimir no mês de agosto de 2000, pela tipolitografia «Miulli Francesco» – Via Roma, 52 – San Ferdinando di Puglia.

O interesse por Luísa é digno de recomendação, quer pela atenção que hoje se presta ao aprofundamento da mística (e Luísa é assim, porque com a sua contemplação e aceitação dos seus sofrimentos físicos e espirituais alcançou uma notável intimidade com Jesus), quer porque Luísa foi conhecida e frequentada por alguns dos nossos frades (Fedele de Montescaglioso, Guglielmo de Barletta, Salvatore de Corato, Terenzio de Campi Salentini, Daniele de Triggiano, Giuseppe de Francavilla Fontana, para citar apenas alguns) que puderam transmitir-lhe elementos essenciais da espiritualidade franciscana, assimilando dela o amor a Cristo e o compromisso no cumprimento da Vontade Divina (da Apresentação do Pe. Mariano Bubbico).

O Padre Bernardino Giuseppe Bucci nasceu em Corato, no dia 15 de junho de 1935.

Em 1955 entrou no Santo Noviciado dos Frades Capuchinhos de Alessano, na província de Lecce, e completou os estudos filosóficos no Estudantado de Scorrano. No dia 14 de março de 1964 recebeu a ordenação sacerdotal das mãos de Sua Ex.cia D. Nicodemos, arcebispo de Bari, na igreja dos Capuchinhos de Triggiano.

Depois de ser transferido para o Colégio Internacional em Roma, para especializar-se em Teologia missionária, regressou à sua Província e foi designado para o Convento de Scorrano como Padre espiritual do Seminário Seráfico. Frequentou o curso de Licenciatura e de Doutorado na Faculdade ecumênica de São Nicolau em Bari e contemporaneamente, em 1972, especializou-se em letras.

Co-fundador da Associação da Vontade Divina juntamente com a Irmã Assunta Marigliano, por muitos anos foi Assistente espiritual da mesma Associação, que foi erigida canonicamente em Corato no dia 4 de março de 1987.

Atualmente é membro do Tribunal da causa de beatificação da Serva de Deus Luísa Piccarreta, aberta na solenidade de Cristo Rei de 1994, na Igreja Matriz de Corato, por Sua Ex.cia D. Carmelo Cassati, hoje emérito, como Promotor da Fé.

Na capa, o olhar da Serva de Deus Luísa Piccarreta perscruta a sua cidade e a sua população.

 

( enviado pela amiga Marisa Bueloni - SP     e-mail: [email protected] )

 


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