Brasil : Bispo vê risco em bancadas e candidaturas de padres


20.07.2008 - A CNBB pretende estimular a realização de debates nas pastorais católicas, mas vê com ressalvas a indicação de nomes de candidatos pelas dioceses na eleição deste ano.

Para o secretário-geral da entidade, dom Dimas Lara Barbosa, a estratégia de realizar prévias e recomendar políticos identificados com a Igreja é 'arriscada'.

"A realização de debates dentro dos limites, ou seja, fora do culto, é uma prática que leva o eleitor a confrontar as propostas dos candidatos. Esta é uma prática que nós incentivamos. Agora, outra coisa é a iniciativa de algumas dioceses de fazer verdadeiras prévias. Por regiões pastorais, setores, cidades, paróquias, reunindo as lideranças e indicando candidatos. Esta experiência é mais rara e mais arriscada. Você acaba se comprometendo com determinado candidato. Tem gente que acha que isso dá mais moral para cobrar e fazer com que ele possa agir de acordo com o que ele prometeu".

Em São José, a diocese afiançou candidatos ligados à causa católica em 2004, criando a 'bancada da fé' no Legislativo, mas decidiu abandonar a prática este ano.

Para dom Dimas, outro tema que é controverso é a candidatura de padres, como ocorre em Taubaté --onde o PV lançou o Padre Afonso Lobato à prefeitura.

"Existem certas decisões que funcionam bem em regime de exceção. O exemplo é o dos padres que se candidatam a cargos eletivos. De uma maneira geral, a gente entende que não é adequado. Toda vez que um padre se filia a algum partido ele está dividindo a comunidade, ou seja, aqueles que não são do seu partido não vão ter a sua simpatia."

Segundo ele, a regra é evitar o ingresso na vida pública. "A regra geral é: quanto mais o padre puder ser livre para orientar o eleitor para que ele exerça a cidadania sem precisar constranger pela força moral do padre, melhor"

Em casos em que os bispos autorizam as canidaturas, o secretário-geral da CNBB defende que os padres se afastem das atividades eclesiais durante a campanha.

"Aí é o mínimo que se pode esperar. Seria danoso que, além de ser candidato, ele ainda fizesse uso da máquina eclesial para fazer campanha para si."
 

Fonte: Valeparaibano

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Lembrando...

Bento XVI diz que sacerdotes não devem entrar na vida política
08.05.2008 - O papa Bento XVI afirmou hoje que a Igreja pode manter contato com as autoridades, desde que não se dediquem à vida política.

O pontífice fez a declaração durante a audiência com cerca de 300 fiéis da Igreja Católica Greco-Melquita, presente em grande parte do Oriente Médio, que se encontravam em peregrinação na cidade de Roma.

"Ao cumprir sua missão no contexto agitado e às vezes dramático do Oriente Médio, a Igreja se encontra em situações onde a política faz um papel que não é seu", disse o papa.

Para Bento XVI, "é importante manter contato com as autoridades, instituições e diversos partidos", mas afirmou que "não é função dos sacerdotes se dedicar à vida política. Isso é dever dos leigos".

Segundo o papa, a missão dos católicos no Oriente Médio é propor "a luz do Evangelho" para que todos se comprometam a servir o bem comum.

O pontífice afirmou que o compromisso da Igreja Melquita é "buscar sinceramente com os muçulmanos a compreensão mútua e defesa conjunta da justiça social, de valores morais, da paz e da liberdade".

Por outro lado, Bento XVI reiterou que "a busca da unidade de todos os discípulos de Jesus é uma obrigação urgente" e que "é preciso fazer todo o possível para derrubar os muros de divisão e desconfiança".

Fonte: Terra notícias

 


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