18.07.2008 - MONTEVIDÉU - A Igreja Católica Uruguaia considerou "não razoável" o projeto de lei aprovado pelo Senado na quarta-feira, com votos da coalizão governista Frente Ampla, que possibilita a adoção de crianças por casais homossexuais.
Não parece razoável de nenhum ponto de vista que, com essa limitação de crianças e essa grande lista de espera de casais, pensemos neste caminho - disse o monsenhor Luis del Castillo, secretário da Conferência Episcopal Uruguaia.
O sacerdote declarou ao jornal Últimas Notícias que não está em condições de determinar se é "prejudicial" para as crianças ser adotadas por casais homossexuais, mas afirmou que existe "abundante material" bibliográfico que "afirma isso".
A iniciativa da bancada governista, que inclui modificações no Código da Criança e do Adolescente, reuniu na véspera uma maioria de 17 votos sobre 25 presentes e passou o projeto para a tramitação na Câmara dos Deputados.
As mudanças pretendem reduzir os prazos para os processos de adoção e apontam o Instituto da Criança e do Adolescente (Inau) como órgão competente para intervir sobre a matéria.
- O fato de serem heterossexuais e casados, não torna uma família melhor que outra que não é casada - afirmou a legisladora Margarita Percovich, defensora do projeto. A senadora governista acrescentou que, segundo o projeto, os recém-nascidos deverão ser entregues a suas famílias adotivas antes dos 45 dias e os maiores de dois anos, em 90 dias.
Os opositores questionaram a adoção de crianças por famílias homossexuais porque "o ambiente em que se cria e se desenvolve uma criança vai condicioná-la", afirma o senador Francisco Gallinal. A legalidade das decisões do Instituto da Criança e do Adolescente em relação às adoções também é questionada pela oposição.
Fonte: Globo online