A comunhão: de joelhos ou de pé, na mão ou na língua?


08.03.2008 - Por Dom Redovino Rizzardo, Bispo de Dourados/MS

A Livraria Vaticana acaba de lançar o livro "Dominus Est", de Atanásio Schneider, bispo auxiliar de Karaganda, no Cazaquistão. Nele, o autor aconselha os fiéis a receberem a comunhão de joelhos e na língua. O prefácio foi preparado pelo arcebispo Malcolm Ranjith, Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.

Numa entrevista concedida há poucos dias a alguns órgãos de comunicação, Dom Malcolm defende a posição de Dom Atanásio. Eis uma síntese de suas palavras:

O arcebispo começa sua argumentação citando as palavras de Bento XVI: «Receber a Eucaristia significa colocar-se em atitude de adoração dAquele que comungamos. Somente da adoração pode nascer uma acolhida profunda e verdadeira».

Para tanto, segundo Malcolm, precisa-se recorrer a ações e atitudes do corpo e do espírito que facilitem o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa pequenez ante a grandeza e a santidade infinita de Jesus Eucaristia. A melhor forma de expressar nossa reverência na missa é seguir o exemplo de Pedro, o qual, como narra o Evangelho, atirou-se de joelhos diante de Jesus dizendo: «Retira-te de mim, Senhor, porque sou pecador» (Lc 5, 8).

Atualmente - continua o arcebispo - percebemos que, em algumas igrejas, essa prática desapareceu. Seus responsáveis eliminaram todos os genuflexórios e exigem que os fiéis recebam a Eucaristia de pé. Tomaram a medida sem consultar o povo, numa época em que tanto se fala de democracia na Igreja...

Quanto a receber a comunhão na mão, o costume foi introduzido na Igreja após o Concílio Vaticano II. Quaisquer que sejam as razões apresentadas para justificar a mudança, não se pode ignorar o que está acontecendo em toda a parte onde foi implantada: ela contribuiu para um gradual enfraquecimento do respeito pela Eucaristia. Assim, o que se vê são fiéis que comungam e voltam para seus lugares como se nada de extraordinário tivesse acontecido.

Pior ainda, sabe-se de casos em que pessoas levam as hóstias para casa como souvenir, ou para usá-las em rituais satânicos. Até mesmo em grandes celebrações do Vaticano foram encontradas algumas delas jogadas pelo chão.

Constantemente, o Papa nos convida não apenas a aprofundar o significado da Eucaristia, mas também a celebrá-la com dignidade e reverência. Precisamos - diz ele - «estar conscientes dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos salientes da Oração Eucarística». E referindo-se à recepção da Sagrada Comunhão, ele nos pede «que façamos o possível para que esse gesto, na sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal com o Senhor Jesus no sacramento».

Esse o pensamento do Secretário da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. De minha parte, quero apenas acrescentar que a última palavra pertence sempre ao fiel que comunga, e não ao ministro da comunhão: ele é que decide se a recebe na mão ou na língua, de pé ou de joelhos.

Contudo, preciso concordar com Dom Malcolm, e dizer que é uma grande dor para mim verificar como, às vezes, se recebe a Eucaristia. Sendo que costumo olhar no rosto de quem se aproxima para comungar, freqüentemente vejo pessoas distraídas, olhando para os lados, falando ou até mesmo rindo; e outras, como se estivessem num desfile de modas, com trajes inadequados. Sem falar de quem pega na mão a hóstia como se fosse um mero objeto de devoção...

A mesma coisa vale para a comunhão sob as espécies do pão e do vinho: certamente, é a maneira mais correta e adequada. Mas, que tudo se faça com o cuidado e o respeito que o Sacramento merece - sem descuidar da preparação e da conscientização de quem opta por essa modalidade.

Em todo o caso, tudo isso não é ainda o mais importante: o mais importante é participar da Eucaristia com as mesmas atitudes de amor e serviço que Jesus demonstrou ao instituí-la. Caso contrário, comungar pode fazer mais mal do que bem. Quem o garante é São Paulo: «Cada um examine a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice. Pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo do Senhor, come e bebe a própria condenação. É por isso que, entre vós, há tantos fracos, doentes e até mesmo mortos» (1Cor 11, 28-30)

Fonte: Jornal O Progresso

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Nota do Portal Anjo, www.portalanjo.com

Não existe registro de nenhum caso de doença transmitida pela Santíssima Eucaristia. E, se este aspecto tiver que ser levado em consideração, a “comunhão na mão” é muito mais anti-higiênica, pois no Ofertório pegamos no dinheiro, a coisa mais suja que existe, mesmo fisicamente, especialmente as cédulas de um real, que circulam mais e são as que se escolhem para a oferta. Autoridades sanitárias já advertiram que se trata do dinheiro mais infectado. E não tem como todos lavarem as mãos até a hora da comunhão. Quanto à saliva, antes do advento da comunhão na mão os sacerdotes sabiam como administrá-la sem tocar na boca do comungante e isso pode ser repassado para os ministros.
Hugo Ferreira Pinto fone (11) 5572-9090
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