23.02.2008 - "Os cristãos no Iraque estão abandonados em si mesmos e, portanto, ao martírio". Essas são as palavras do patriarca latino de Jerusalém, Dom Michel Sabbah, que se encontra na Itália para participar de uma série de eventos.

Já na Palestina e na Jordânia, Dom Sabbah afirma que a situação dos cristãos é diferente: "Eles não sofrem perseguição, pelo contrário, em Gaza são protegidos pelo Hamas contra os grupos extremistas ligados a Al Qaeda".

"A mídia internacional afirma que os cristãos na Terra Santa são perseguidos pelos muçulmanos, mas não é verdade", esclareceu o patriarca em um encontro em Veneza. "Ou melhor, posso dizer que na história dos muçulmanos árabes não houve perseguições contra cristãos. Houve perseguições em outros países, como na Turquia, por exemplo. Para Dom Sabbah, hoje existe uma situação de respeito: "Somos conscientes de que muçulmanos e cristãos fazem parte de um único povo".

Contudo, essa harmonia não se verifica no Iraque, onde atuam grupos extremistas ligados à organização de Bin Laden. Segundo Dom Sabbah, esse grupos se dirigem aos cristãos em termos muito claros: ou devem converter-se ao Islã ou deixar o país. De outro modo, seu futuro não poderá ser garantido. "É por esse motivo que, no Iraque, os cristãos chegaram à fase do martírio, como nos primeiros séculos do cristianismo, a ponto de serem obrigados a emigrar. Se quiserem ficar, podem fazer e muitos decidem fazê-lo, mas devem preparar-se ao martírio", afirma o patriarca.

Entretanto, Dom Sabbah considera que os extremistas não terão a última palavra: "Se isso acontecer, devemos nos preparar também nós ao martírio, que provavelmente será um tempo de purificação".

Fonte: Rádio Vaticano