Condenado juíz que se recusava a celebrar julgamentos devido á existência de um crucifixo
22.02.2008 - ITÁLIA - Um tribunal italiano condenou quinta-feira um juiz a um ano de prisão e outro de suspensão de carreira por este suspender três audiências devido à existência de um crucifixo na sala.
Os fatos remontam ao ano de 2006, quando, no decorrer de uma audiência, o juiz Luigi Tosti denunciou um conflito de atribuições entre poderes do Estado.
O magistrado suspendeu o processo para pedir ao Ministério que se restaurasse o caráter laico do Estado sendo isso feito através da retirada de um crucifixo existente na sala, razão pela qual se recusou por três vezes a celebrar uma audiência.
O advogado do juiz anunciou que irá apelar da decisão, uma vez que o processo acabou por ser celebrado e que o seu cliente apenas pediu que fosse retirada a cruz de forma a restabelecer o aspecto laico do Estado.
"Não se pretende ofender os cristãos. Retirar o crucifixo significa eliminar um privilégio que permita que as salas dos tribunais se convertam em verdadeiros locais laicos e neutros", explicou o advogado.
A decisão de existirem crucifixos em locais públicos, como salas de tribunal e escolas, foi regulamentada em Itália em 1924 e 1928 durante o regime fascista de Benito Mussolini e confirmada em 2006.
Fonte: RTP
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Lembrando...
Crucifixos em colégios eleitorais italianos geram polêmica
10.04.2006 - Crucifixos presentes em salas de aula se tornaram hoje um motivo de polêmica em três colégios eleitorais durante o primeiro dia de votação para as eleições gerais italianas.
Alguns eleitores se recusaram a votar enquanto o símbolo cristão não fosse retirado.
No nordeste do país, um cidadão pediu que o crucifixo fosse retirado. Após uma consulta com o responsável do escritório eleitoral municipal, o objeto foi retirado de outras seis seções de votação.
Remo Sernagiotto, chefe regional do Forza Itália, partido do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, lamentou que o prefeito da localidade não tenha se manifestado para "devolver um dos símbolos mais importantes da cultura italiana a seu lugar".
Na localidade de Amelia (centro), o presidente de um colégio eleitoral ordenou no sábado à noite a retirada do crucifixo da sala de votação, o que gerou protestos entre os representantes da coalizão de centro-direita presentes no lugar.
O senador da União dos Democratas-Cristãos Maurizio Ronconi qualificou o episódio como um "sinal de intolerância" e considerou que "podia representar um ato dirigido a influenciar os eleitores".
No entanto, na localidade de Senigallia (centro), um eleitor, que se declarou ateu, decidiu não votar por não ter seu pedido de retirada do crucifixo atendido.
O cidadão pediu para emitirem um certificado de que foi "impossibilitado de votar por causa da presença do símbolo da religião católica apostólica romana, chamado crucifixo, nas salas de votação", segundo a imprensa local.
O Forza Itália criticou, em uma nota, a retirada do símbolo religioso e lembrou que ele foi reconhecido em uma sentença como "símbolo da cultura e tradições italianas".
Fonte: Folha Online
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Notícia do Jornal Folha SP 15/08/2005
Papa defende exposição de crucifixos em locais públicos
O papa Bento 16 encorajou nesta segunda-feira a presença de crucifixos em locais públicos, dizendo que Deus precisa estar na vida da comunidade. "É importante que Deus seja grande entre nós na vida pública e na vida privada", afirmou.
O discurso foi feito em uma homilia na igreja de Castel Gandolfo, cidade próxima a Roma onde o Vaticano tem seu retiro de férias. Bento 16 não mencionou casos específicos, mas a questão a respeito da presença de símbolos religiosos em locais públicos tem sido freqüente na Itália e em outros países.
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