Excomunhão atinge quem provoca aborto e os que física ou moralmente cooperam


01.12.2007 - Cardeal Araujo Sales assinala incoerência quando se trata do tema do aborto.

Por Alexandre Ribeiro

RIO DE JANEIRO - -Ao reconhecer que a humanidade, nos últimos tempos, percorreu rapidamente «um extenso caminho no reconhecimento da dignidade humana», um cardeal brasileiro assinala a incoerência que há quando se trata do tema do aborto.

«A mesma sociedade que se horroriza, e com razão, pelos crimes contra os direitos humanos e pressiona os seus governantes para agir e tomar atitudes concretas, procede de maneira oposta quando se advoga o abortamento», afirma Dom Eugenio de Araujo Sales.

Em mensagem aos fiéis difundida essa semana pela arquidiocese do Rio de Janeiro, o arcebispo emérito destaca que «uma visão egoísta se reserva o direito de decidir quem pode ou não vir à luz».

«Essa mentalidade é altamente perigosa», afirma Dom Eugenio, «como a tese do direito da mãe sobre seu corpo a se estender à supressão da vida do ser que foi por ela concebido.»

«No atual nível de conhecimento científico não se pode honestamente pôr em dúvida que a prática abortista seja a eliminação de um ser humano. É uma modalidade de aplicar a pena de morte a um inocente, e isso sem processo legal e regular», enfatiza.

«No caso de estupro, que culpa tem o feto no crime do estuprador? Paga pelo que não cometeu. É uma vítima da própria mãe. O mesmo se diga das razões genéticas. Por toda parte se apregoa a morte para quem a natureza não beneficiou com uma formação normal. Qual a diferença de suprimir a vida antes ou depois de vir à luz? Assassinar no seio da mãe ou fora dele?»

Ao se dirigir especialmente aos católicos, o cardeal Araujo Sales afirma que, «se assim nos declaramos, não nos é lícito escolher, do corpo doutrinário, o que nos agrada e rejeitar os pontos que não nos convêm».

Dom Eugenio cita o Concílio Vaticano II, que «é claro» : “São infames as seguintes coisas: tudo quanto se opõe à vida, como seja toda espécie de homicídio, genocídio, aborto, eutanásia e suicídio voluntário” (“Gaudium et Spes”, nº 37).

O cardeal recorda que esse ensino é constante. «Desde o primeiro século, o aborto provocado era alvo de condenação: “Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido” (Didaqué, 2.2)».

«Em nossos dias, o Código de Direito Canônico (cânon 1398) é peremptório: “Quem provoca o aborto, seguindo-se o seu efeito, incorre em excomunhão ‘latae sententiae’ ou seja pelo próprio fato de se cometer o delito nas condições previstas pelo Direito”.»

Está também no Catecismo da Igreja Católica (nº 2272): “A cooperação formal para um aborto constitui falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana”.

«A doutrina é clara e não admite subterfúgios», afirma. «Quem, dizendo-se católico, propõe algo diferente ou tenta interpretações falaciosas não anula o que é oficialmente proclamado».

Segundo o cardeal, «a excomunhão atinge quem provoca o aborto, mesmo por motivo de estupro, deformações de feto ou perigo de vida da mãe. Nele incorrem os que fisicamente cooperam, como médicos e enfermeiras, ou moralmente, como marido ou pais, obrigando ou induzindo a mulher ou filha a fazê-lo».

Dom Eugenio lembra que a propaganda abortista costuma fundamentar-se na preservação da vida da mãe.

«No entanto, ninguém tem o direito de substituir a vida de um ser humano por outra. O critério usado leva a graves conseqüências para a sociedade, e começa pelo incremento à violência. Essa convicção tem repercussão benéfica nos mais diversos aspectos de nossa existência.»

«A atitude firme da Igreja não exclui a benevolência e a misericórdia para com as infratoras ou infratores. O perdão está sempre à disposição dos sinceramente arrependidos», afirma o cardeal Araujo Sales.

http://www.zenit.org/article-16882?l=portuguese

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Lembrando...

Ser católico e pró-aborto é fazer um "pacto com o diabo", diz Arcebispo

DENVER, 22 Set. 2004 .- Em uma coluna publicada no semanário da Arquidiocese, o Arcebispo de Denver, Charles Chaput, fustigou duramente os políticos que se declaram católicos e apóiam doutrinas contrárias como o aborto; e assinalou que tal postura é "fazer um pacto com o diabo". Em sua coluna, o Arcebispo de Denver recorda que faz quarenta e quatro anos neste mês (12 de Setembro de 1960), John F. Kennedy pronunciou sua histórica –e fatídica- mensagem à Associação de Ministros Evangélicos de Houston, onde na prática, “separou sua identidade católica de seu serviço público”.

“Ao comprometer-se a pôr o, o ‘interesse nacional’ acima das pressões ou ditados religiosos’ Kennedy criou um molde para toda uma geração de candidatos católicos: seja norte-americano primeiro, católico depois”, adiciona o Arcebispo.

“Este foi um cálculo fácil para Kennedy –assinala a coluna-, que de todas maneiras vivia sua fé com muita lassidão. E isto era certamente o que o público norte-americano, com seu histórico preconceito anti-católico queria escutar”.

Entretanto, conforme assinala Dom. Chaput, “a partir de 1973, como resultado da legalização do aborto, os funcionários católicos eleitos enfrentavam uma opção. Podiam trabalhar quer seja para mudar ou pelo menos mitigar as leis permissivas do aborto ao mesmo tempo em que tratavam de repovoar as cortes com juizes pro-vida. Ou podiam abandonar ao não-nascido e procurar maneiras de justificar moralmente sua decisão”.

O Arcebispo assinala também em sua mensagem que faz vinte anos em 13 de Setembro de 1984, o então governador de Nova Iorque Mario Cuomo pronunciou uma conferência na Universidade do Notre Dame que pretendia dar força intelectual à concessão realizada pelo Kennedy.

Cuomo, conforme explica o Arcebispo de Denver, argumentou que “ele podia opor-se privadamente ao aborto, mas, segundo seu ponto de vista, não tinha o direito de ‘impor’ sua fé a outros”.

“Ao final –explica Dom. Chaput-, Cuomo argumentou que ‘a aprovação ou o rechaço às restrições legais ao aborto não se deveriam converter na vara de medição exclusiva da lealdade católica”.

Para o Prelado de Denver, “com essas palavras, escreveu o álibi para qualquer católico ‘pró-eleição’ que desempenhou uma função pública após”.

“Em síntese”, para essa doutrina, “está bem ser católico no âmbito público sempre que se esteja disposto a eliminar tudo o que seja inconvenientemente ‘católico’”.

Mas segundo o Arcebispo, “Essa não é uma concessão. Esse é um pacto com o diabo, e tem um custo tão astronômico que nenhuma nação, nenhum servidor público e nenhum votante pode permitir-se”.

Fonte Aci


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