Igreja na Venezuela não calará em que pese à perseguição oficial por silenciá-la


05.11.2007 - CARACAS - Em meio a um caloroso debate nacional sobre a "reforma" constitucional empreendida pelo mandatário venezuelano Hugo Chávez, o Presidente do Concílio Plenário da Venezuela, o Arcebispo Ovidio Pérez Morales, assegurou que a "campanha sistemática de perseguição do meio oficial contra a Igreja para pretender calá-la" não terá êxito algum.

Não é possível que a Igreja cale "ante pretensões como as de declarar a Venezuela um estado socialista, marxista, leninista. Venezuela não pode ir ao que é Cuba do ponto de organização política", disse o Prelado em entrevista concedida a Globovisión.

Para Dom Pérez, uma das mais respeitadas figuras eclesiásticas no país, este tipo de procedimento pelo que quer fazer silenciar à Igreja e fazer que só se escute o que o oficialismo determina, "é característico de regimes ditatoriais, autocráticos e totalitários".

O Prelado reiterou que é impossível "que a Igreja possa calar ante uma pretendida reforma que não é reforma mas sim uma nova Constituição, em que se define a Venezuela como um Estado socialista à cubana no que não haverá um pluralismo democrático, onde haverá uma concentração absoluta de todo o poder no Presidente da República, em cujas mãos estará todo o político, econômico e cultural deste país".

Para o Arcebispo Emérito de Los Teques, o Presidente Hugo Chávez procura ser uma espécie de "sumo pontífice deste país, quer dizer, determinar o que é o que os bispos têm que dizer, o que é o que não podem dizer, quando devem falar e quando calar".

Referindo-se ao presidente do governo venezuelano, o Arcebispo Emérito disse "que quem exerce a primeira responsabilidade de condução do país tem que ser respeitoso do mais singelo dos cidadãos e com mais razão para os que exercem a direção da Igreja da maioria dos venezuelanos".

Mentiras e calúnias

Dom Pérez recordou deste modo que a Igreja saiu em defesa dos direitos de Chávez em abril de 2002 e reiterou que esta não se submeterá aos ditames do mandatário. "O que é o que se quer, que a Igreja não diga nenhuma palavra? A Igreja deu sua palavra quando ele foi preso e houve um bispo nomeado pela Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) para resguardar sua vida, para que seus direitos humanos fossem respeitados".

Naquela situação, "a Igreja sim era digna de respeito mas agora parece que a Igreja tem que submeter-se e ficar de joelhos ante o presidente da República e isso não se pode fazer por nossa própria missão", esclareceu.

Por outro lado, o Arcebispo se referiu ao primeiro vice-presidente da Assembléia Nacional, Roberto Hernández, quem afirmou recentemente que os prelados venezuelanos estão viajando ao Vaticano com o fim do obter o apoio pontifício para um golpe de estado. Trata-se de "uma das mentiras mais absolutas e o mentir da maneira mais descarada com essa desinformação", afirmou.

"A Igreja venezuelana não vai a Roma a nenhum encontro com o Santo Padre. Quem vai a Roma são os diretores do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) em reuniões regulares que têm com o Santo Padre, e desse conselho Dom Baltazar Porras, Arcebispo de Mérida, foi eleito vice-presidente. Esse é o motivo da ida a Roma; o outro é uma calúnia e uma mentira", concluiu.

Fonte: ACI

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Lembrando...

Papa afirma que sempre haverá perseguições à Igreja Católica.

10.01.2007 - Cidade do Vaticano - O Papa Bento XVI afirmou hoje na audiência pública de quarta-feira que "nunca faltarão perseguições e paixões na vida da Igreja Católica".

Para Bento XVI, "na vida da Igreja não faltarão nunca as paixões e as perseguições, mas o sangue dos cristãos se transformará em semente".

O Papa pronunciou estas palavras lembrando a vida do primeiro mártir da Igreja Católica, São Estevão, a quem dedicou a catequese.

"A cruz é uma bênção para cada um de nós. Nas dificuldades, encontra-se a alegria de ser cristão", acrescentou o Papa.

Da vida de São Estevão, o Pontífice lembrou sua determinação ao ter dito "não" ao templo e ao culto que se praticava. Bento XVI também recordou que, após sua morte, "aconteceu a perseguição local contra os discípulos de Jesus, a primeira na história da Igreja" Diante disso, o Pontífice explicou que "a perseguição dos cristãos se transforma em uma missão", pois foi por causa de seu exílio que "o Evangelho chegou a Antioquia, onde pela primeira vez foi anunciado aos pagãos o som do nome de Cristo".

O Papa lembrou que São Estevão era um de "sete diáconos", aos quais os Apóstolos impuseram as mãos, indicando que a eles correspondia uma missão.

Citando as palavras de São Paulo, Bento XVI disse que "não se deve ter pressa em impor as mãos a alguns para não serem implicados no pecado do outro".

Esta foi uma clara referência do Papa à Igreja para que seja prudente na ordenação e nomeação dos prelados, depois da polêmica surgida após a renúncia de Stanislaw Wielgus como arcebispo de Varsóvia devido à publicação de seu passado como colaborador da Polícia do regime comunista.

Bento XVI recebeu hoje duas camisas de futebol com seu nome escrito nas costas após a audiência. Uma delas foi dada por um grupo de sacerdotes que jogam na Seleção Internacional de Sacerdotes, formada por religiosos estrangeiros e italianos que promovem a difusão do futebol para ajudar os mais pobres.

Fonte: UOL notícias

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"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?" (Rm 8,35)

"Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição". (2Tm 3,12)



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