Padre Sandro: Santidade hoje, um caminho possível a todos
01.11.2007 - Deus nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor (Ef 1,4)
Na liturgia da missa, afirmamos convictamente: Só vós [Senhor] sois o santo! Não há outro nome pelo qual devamos ser salvos, além do Senhor Jesus! Mas o Senhor em sua inesgotável misericórdia santifica os seus eleitos. Ele nos escolheu desde toda eternidade para sermos santos e irrepreensíveis aos seus olhos.
Por ocasião da Festa de Todos os Santos (1º de novembro), fui instigado a escrever sobre a santidade dos Santos aquela grande multidão que ninguém podia contar de todas as raças, tribos, povos e línguas... todos marcados na fronte, revestidos de vestes brancas, lavadas no sangue do Cordeiro (cf. Ap 7,3-9) bem como sobre a nossa santidade (que, diga-se, é a mesma e única).
Os santos são nossos amigos e modelos. Heróis da fé que não viveram na mediocridade, mas na intimidade com Deus. Exemplos que nos estimulam e encorajam no seguimento de Jesus, divino mestre, e na vivência da fé de modo a que tudo quanto fizermos seja conforme (ou pelo menos o mais próximo da) vontade de Deus.
Os papas João Paulo II e Bento XVI insistem na necessidade de colocarmos a santidade como meta da vida (esta medida alta da vida cristã). Partindo de Cristo, o horizonte de nossa existência cristã deve ser a santidade. Mas, você poderia então dizer que é tão difícil ser santo e não sabe o que fazer.
A santidade se forja no quotidiano. Ela não é privilégio de alguns, mas convite e desafio para todos. Para a grande maioria dos homens, ser santo significa santificar o trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar os outros com seu trabalho, e assim encontrar a Deus no caminho da vida (S. Josemaría Escrivá).
A santidade é, pois, um dom de Deus que implica um dever nosso. Ele nos ama, nos chama e nos capacita. Devemos corresponder vivendo diariamente como convém aos santos (Ef 5,3) e, como escolhidos de Deus, santos e amados nos revestirmos de sentimentos de carinhosa compaixão, bondade, humildade, mansidão, longanimidade (cf. Cl 3,12), dando assim os frutos do Espírito para a santificação nossa e daqueles que nos circundam (cf. Gl 5,22; Rm 6,22).
A medida da santidade é a vivência do amor. A caridade não procura seu próprio interesse (1 Cor 13,5). Convém produzir frutos onde Deus nos plantou na família, na fábrica, na Igreja, na roça, no fogão/ no tanque ou na cozinha, no comércio, na escola, na política etc até chegarmos à maturidade em Cristo! O menor de nossos atos praticados na caridade irradia em benefício de todos.
Cristo é o sol (Santo por excelência!). Maria a lua. Os santos são estrelas. Ao contemplar o céu estrelado, tomemos consciência da multidão incontável de amigos que nos esperam no céu. Ser santo e viver na intimidade com Deus, resplandecendo na própria vida os sinais da Graça. Ou, como bem canta o padre Zezinho, amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu, sorrir como Jesus sorria, sonhar como Jesus sonhou.
Deus não nos fez alados, isto é, com asas. Ao céu chegamos com pés no chão e o coração sintonizado em Deus e nos irmãos. Conquistamos o céu diariamente com as coisas que temos nas mãos entre as pessoas que Deus colocou ao nosso lado.
A santidade hoje é um caminho possível para todos. Deus é original na criação e nos seus santos. Ele não se repete ao santificar cada homem. Os caminhos para alcançar tamanha graça são variados e apropriados à vocação de cada um. Em tudo quanto fizermos no dia-a-dia façamo-lo para a maior glória de Deus. Se ousamos rezar no Pai-Nosso para que a vontade dEle seja feita em nossa vida, devemos no comprometer com esta mesma vontade: a nossa santificação (1Ts 4,3; Ef 1,4).
Entre a mediocridade e a heroicidade, os santos optaram pela segunda. E nós? Santos ou nada? Ou melhor, santos ou medíocres? Fiéis ao Cristo no mundo? Fiéis ao mundo sem Cristo?
Pela vida, sempre!
Enviado pelo Padre Sandro Rogério dos Santos
Adm. Paroquial de Caiuá e de Piquerobi SP
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