Suicídios levam tribo na Argentina a isolar jovens
03.10.2007 - Os líderes de uma tribo indígena na Argentina, perto da fronteira com o Brasil, decidiram manter os jovens de sua comunidade sob quarentena por 60 dias. Eles querem limitar o que chamam de desorientação espiritual de seus jovens, que seria causada pela sociedade moderna que cerca a comunidade.
A decisão dos líderes da tribo Guarani em Fortín Mbororé veio depois que dois jovens se mataram e um terceiro tentou suicídio no espaço de uma semana. O chefe indígena Silvino Moreyra disse que a nova geração está imersa numa crise causada pelos "pecados do homem branco".
Para evitar qualquer interferência externa, a tribo não permite consumo de álcool e os jovens abaixo dos 20 anos são proibidos de sair do local.
Cerca de 70 voluntários indígenas patrulham os perímetros da tribo para garantir que os adolescentes não desrespeitem as regras da quarentena, que poderá ser estendida caso se prove eficaz. A tribo Guarani de Fortín Mbororé fica perto das Cataratas do Iguaçu, na fronteira entre Argentina e Brasil, onde muitos de seus indígenas trabalham vendendo trabalhos artesanais.
Em comparação com outros países latino-americanos, a Argentina não tem uma grande população indígena.
Segundo o correspondente da BBC na Argentina, Daniel Schweimler, as comunidades indígenas existentes são geralmente marginalizadas, pobres e lutam para tentar manter línguas e tradições.
Fonte: Terra notícias
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Lembrando...
Estados Unidos: suicídio é causa comum de morte para jovens
25.01.2007 - Há muitas crianças norte-americanas que usam psicotrópicos? O número de suicídios de adolescentes é muito alto nos Estados Unidos? Talvez maior do que em outros países. De acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Mental norte-americano, o suicídio, se computadas todas as faixas etárias, era a 11ª entre as causas de morte no país (32.439 vítimas) em 2004. Mas entre as crianças (10 a 14) adolescentes (15 a 19) e jovens adultos (20 a 24 anos), o suicídio era a terceira maior causa de morte, com índices iguais ou superiores à média nacional de 10,9 suicídios por 100 mil habitantes.
As estatísticas também demonstram que a causa principal de suicídio entre os jovens é a depressão. No entanto, antidepressivos são receitados com grande freqüência para as crianças e jovens deprimidos do país. Seria possível supor um vínculo entre esse tipo de medicamento e o suicídio, se bem não seja possível medir com precisão o impacto do tratamento químico. Em outubro de 2004, a Food and Drug Administration (FDA, agência federal norte-americana que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios), ordenou que os laboratórios suspendessem toda publicidade (comercial e em forma de divulgação junto a médicos) de antidepressivos usualmente receitados para crianças e adolescentes. Estudos clínicos haviam demonstrado que certos medicamentos usados no combate à depressão nos adultos faziam crescer o risco de comportamento suicida entre os adolescentes.
Depois dessa recomendação, as vendas de antidepressivos a adultos se estagnaram, e houve queda profunda no número de receitas desse tipo de medicamentos para adolescentes. Na metade de 2005, um estudo norueguês revelou que as pessoas tratadas com paroxetine (um antidepressivo comercializado na França com a marca Deroxat) corriam o risco de ver encorajados os seus impulsos suicidas. Mas em maio de 2006, novo estudo publicado pelo American Journal of Psychiatry, demonstrava, depois de considerar os resultados do tratamento de 65 mil pacientes, que os antidepressivos podiam atenuar os comportamentos suicidas, especialmente entre os adolescentes.
Parece difícil estabelecer conclusões definitivas. Todos os antidepressivos passaram a ser vendidos em embalagem com tarja preta, o que sinaliza que eles não podem ser divulgados por publicidade. Os norte-americanos são menos reticentes que os europeus quando se trata de receitar antidepressivos e outros medicamentos destinados ao sistema nervoso central para pacientes infantis. Em março de 2006, o doutor William Cooper, do hospital infantil Vanderbilt, estimou que 2,5 milhões de crianças recebiam receitas de psicotrópicos nos Estados Unidos a cada ano. O volume é cinco vezes superior à média que existia no começo da década de 90.
Fonte: Terra notícias