São Tomás de Aquino nos lembra: Quem permanece na caridade, em Deus permanece, e Deus nele (I João 4) Pois: A caridade de Deus foi derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado (Romanos 5, 5)


28.01.2024 -

Artigo publicado no site em 28.01.2016

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"Quem permanece na caridade em Deus permanece, e Deus nele". (I São João 4)

Assim também Deus perdoa os pecados dos que o amam: "A caridade encobre uma multidão de pecados". (I Pedro 4)

Mas, posto que São Pedro diga que encobre uma multidão, todavia Salomão diz em Provérbios 10, que: "A caridade encobre todos os delitos".

A caridade também torna o homem de grande dignidade. Com efeito, todas as criaturas servem à própria majestade divina, e por ela foram feitas, assim como as coisas artificiais servem ao artífice. Mas a caridade faz do servo um livre e um amigo. De onde diz o Senhor: "Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas Chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai". (São João 15, 14)

Deve-se considerar também, que ainda que todos os dons sejam do pai das luzes, todavia este dom, a saber, o da caridade, supera todos os demais dons. De fato, todos os outros podem ser possuídos sem a caridade e o Espírito Santo; com a caridade, porém, possui-se necessariamente o Espírito Santo: "A caridade de Deus foi  derramada nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado". (Romanos 5, 5)

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Quatro grandes vantagens para quem possui a caridade.

São Tomás de Aquino explica a beleza desta virtude.

Por Padre Angelo Bellon, O.P.

Caro Padre Angelo, São Tomás de Aquino fala da caridade somente na Suma Teológica?

Resposta do sacerdote

Sim, e ele fala também em outros lugares, como por exemplo no terceiro livro do Comentário às Sentenças de Pietro Lombardo. Mas eu quero relembrar também uma breve apresentação dos efeitos e das vantagens da caridade, que São Tomás escreveu.

Comentando os dois preceitos da caridade (amar a Deus e ao próximo), ele enumera quatro efeitos desta virtude, que a tornam muito agradável, aos quais acrescenta outros cinco. Exponho a síntese dos primeiros quatro (São Tomás, In duo praecepta caritatis et in decem legis praecepta expositio, nn. 1139-1154).

“1. Infunde no homem a vida espiritual (causat in eo spiritualem vitam)

É manifesto que o amado vive naturalmente no coração daquele que o ama. E por isso quem ama a Deus o possui dentro de si (qui diligit Deum, ipsum habet in se): ‘quem permanece na caridade, permanece em Deus, e Deus nele’ (1Jo 4,16). 

Por seu dinamismo natural, o amor transforma o amante no amado; por isso, se amamos coisas sem valor e passageiras, tornamo-nos também nós sem valor e efêmeros, como diz o profeta Oseias: ‘tornaram-se abomináveis como aquilo que amaram’ (Os 9, 10). Se amamos a Deus, tornamo-nos divinos, porque ‘quem se une ao Senhor torna-se com ele um só espírito’ (1Cor 6,17). 

Mas como diz Santo Agostinho, ‘como a alma é a vida do corpo, assim Deus é a vida da alma’ (Confissões, X,1). E isto é obvio. De fato, digamos que o corpo vive graças à alma quando possui as atividades próprias da vida, aquilo que age e se move. Se a alma vai embora, o corpo não age e não se move mais. E assim, também a alma age virtuosae e perfeitamente quando age movida pela caridade, por meio da qual Deus habita nela. Sem caridade, porém, não age. De fato ‘quem não ama, permanece na morte’ (1Jo 3,14). 

Deve-se considerar também que se uma pessoa tem todos os dons carismáticos do Espírito Santo, mas não tem a caridade, não tem a vida. O carisma das línguas, da fé e também qualquer outro carisma, sem a caridade, não comunica a vida. Um cadáver, se revestido de ouro e de pedras preciosas, permanece igualmente um cadáver. Isto é, portanto, o primeiro efeito do amor.

2. A caridade nos faz observar os mandamentos

São Gregório diz que ‘o amor de Deus nunca se encontra no ocioso; porque existe, faz coisas grandiosas. Se se recusasse a agir, não seria amor’. Ou seja, sinal evidente da caridade é a prontidão no observar os mandamentos divinos. Nós vemos, de fato, que o amante é capaz de coisas grandes e difíceis pelo amado: ‘se alguém me ama, guarda a minha palavra’ (Jo 14,23).

Gosto de lembrar que João Paulo II, na Encíclica Veritatis Splendor, parece se referir a este pensamento de São Tomás quando escreve: ‘Quem vive «segundo a carne» sente a lei de Deus como um peso, mais, como uma negação ou, pelo menos, uma restrição da própria liberdade. Ao contrário, quem é animado pelo amor e «caminha segundo o Espírito» (Gál 5, 16) e deseja servir os outros, encontra na lei de Deus o caminho fundamental e necessário para praticar o amor, livremente escolhido e vivido" (VS, 18).

3. A caridade é baluarte (praesidium) contra a adversidade

Quando uma pessoa possui a caridade, nenhum infortúnio ou dificuldade a prejudica, mas volta ao seu favor: isso porque “todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8, 28). Contrariedade e dificuldade parecem suaves a quem ama, como atesta a experiência. 

4. A caridade conduz à felicidade

Somente a quem possui a caridade é prometida a bênção eterna. Sem a caridade, de fato, tudo é insuficiente: “resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição” (2Tm 4,8).

Fonte: cristianismo.org.br e pt.aleteia.org

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Assim profetizou São Basílio de Kronstadt - Ano 1700, sobre o Fim dos Tempos...

"O homem ver-se-á rodeado de alimentos e de água, mas morrerá de fome e de sede, porque as plantas que crescerem e os frutos que amadurecerem serão veneno, como o próprio ar que respira porque será, nessa altura, o hálito de Satanás. O amor entre os homens não será mais do que uma palavra sem significado sobre a qual se farão mil floreados, na tentativa de descobrir os antigos valores. Quem possuir ainda o dom do amor será visto como um homem diferente, um sobrevivente de uma guerra travada por um povo de vista curta, contra o sentimento do amor. Não faltará a fé da palavra, mas faltará a fé do coração e será uma grande confusão entre o que floresce pelos lábios e o que morre no coração. Quando o Bispo de Roma tomar sobre si dois nomes, um império estará próximo de desmoronar.  Faltará o pão também nos países ricos, as guerras rastejarão sobre a Terra como serpentes venenosas, tudo se arruinará, porque todos falarão de amor, mas já ninguém terá amor pelo próximo".

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"PORQUE TODOS FALARÃO DE AMOR, MAS NINGUÉM TERÁ AMOR PELO PRÓXIMO"

Sim, verdadeiramente este é o retrato do Fim dos Tempos.

Conforme diz na Sagrada Escritura...

"E, ante o progresso crescente da iniqüidade, a caridade de muitos esfriará". (São Mateus 24, 12)

 

Disse São João Crisóstomo:

"Que proveito resulta de a mesa de Cristo estar coberta de taças de ouro, se Ele morre de fome na pessoa dos pobres? Sacia primeiro o faminto, e depois adornarás o Seu altar com o que sobrar. Fazes um cálice de ouro e não dás um copo de água fresca. Honras a Deus no templo com vestes de seda, enquanto O abandonas lá fora ao frio e à nudez?"

 

Veja também...

Santo Afonso de Ligório: Ninguém pode amar a Deus sem que tenha amor ao próximo, porquanto o amor de Deus e o do próximo nascem da mesma caridade

 

 


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