Europa não deve negar suas raízes cristãs, recorda o Papa ante diplomatas


08.09.2007 - Em um intenso discurso dirigido aos representantes do corpo diplomático presente na Áustria, o Papa Bento XVI recordou que "a Europa não deve negar suas raízes cristãs" já que estas foram "modelado profundamente este continente".

Em seu discurso breve em alemão no Palácio de Hofburg em Viena, o Santo Padre destacou que a Europa "será para todos um bom lugar para viver sozinho se construir sobre sólidas bases culturais e morais de valores comuns tirados de nossa história e tradições".

"Mariazell, o grande santuário da Áustria, é também um lugar de encontro para os diferentes povos da Europa. É um desses lugares aonde os homens e mulheres obtêm, e seguem fazendo-o ‘força do alto’ para uma vida correta", prosseguiu.

Depois de reconhecer que "a Europa também experimentou e sofreu terrivelmente inapropriados cursos de ação" como "restrições ideológicas impostas pela filosofia, a ciência e também a fé, o abuso da religião e a razão para propósitos imperialistas, a degradação do homem como resultado do materialismo prático e teórico; e finalmente a tolerância e indiferença sem referência a valores permanente", o Papa insistiu que "a Europa também esteve marcada por uma capacidade de autocrítica que dá um lugar distinto no vasto panorama das culturas do mundo".

Depois de destacar a necessidade de continuar o processo de unificação no continente, Bento XVI assinalou que "para os países na Europa Central e Europa Ocidental em particular, participar deste processo é um incentivo para a consolidação da liberdade, o estado constitucional e a democracia dentro de suas fronteiras. Aqui devo recordar a contribuição de meu predecessor, o Papa João Paulo II neste histórico processo (a queda do comunismo). Áustria também, como país-ponte situada ao centro do oeste e leste, contribuiu muito a esta unificação e além –não devemos esquecê-lo se beneficiou grandemente dela".

"Dado o único de seu chamado, Europa também tem uma responsabilidade única no mundo. Antes que nada, não deve render-se ante si mesmo. O continente que demograficamente está envelhecendo, não deve tornar-se velho de espírito. Além disso, a Europa crescerá mais segura de si se aceitar a responsabilidade no mundo que corresponde a sua singular tradição intelectual, seus extraordinários recursos e seu grande poder econômico", continuou.

"A União Européia deve então assumir o rol de liderança para lutar contra a pobreza global e deve esforçar-se por promover a paz", animou o Papa.

Depois de ressaltar que "outra parte da herança européia é a tradição do pensamento que considera como essencial e substancial a correspondência entre fé, verdade e razão", o Pontífice destacou que "muito do que a Áustria é e possui, se deve à fé cristã e a seus efeitos benéficos nas mulheres e homens individualmente".

"A fé modelou profundamente o caráter deste país (Áustria) e seu povo. Conseqüentemente, deve ser uma preocupação de todos assegurar que nunca chegue o dia em que apenas as pedras falem do Cristianismo! A Áustria sem a vibrante fé cristã não seria mais a Áustria", manifestou o Papa Bento XVI

"Sobre vocês e todo o povo da Áustria, especialmente os idosos e os mais frágeis, assim como nas jovens vidas que estão a seu lado, invoco a esperança, a confiança e a alegria, assim como a bênção de Deus!", concluiu o Santo Padre.

Fonte: ACI

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Lembrando...

Problemas da Europa têm solução no Cristianismo, diz Cardeal Rouco

13.07.2007 - O Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio María Rouco Varela, afirmou que os problemas que afligem a Europa, como a baixa demografia, terão solução se retornar às raízes cristãs da cultura européia que a converteram em "um ponto de referência luminoso".

Durante seu discurso breve na cadeia COPE, o Cardeal recordou sua exposição "a Europa cristã, herança e identidade", dada recentemente na Catedral de Ratisbona (Alemanha), onde ao referir-se a Europa "do presente e das perspectivas de futuro", afirmou que seus graves problemas ou interrogantes não terão solução "se não se olhar a essa memória que nos leva a um passado de séculos, para não dizer, de milênios, de história cristã".

Esclareceu que reconhecer as raízes cristãs não implicaria a confissão das instituições, e indicou a necessidade de tomar consciência dos graves problemas europeus, como a demografia catastrófica que gerou uma sociedade envelhecida, a onda migratória que "estão nos fazendo uma sociedade complexa aonde o problema da integração é evidente", assim como a falta de critérios morais, espirituais e religiosos "com os quais resolver esse problema".

O Cardeal disse que na Europa há uma tendência a esquecer "os valores centrais de uma ética natural inspirada no cristianismo", e outra –dentro do panorama cultural, intelectual e político– a reconhecer novamente "que esses valores fundamentais" da dignidade e direitos da pessoa "voltam a ser naturalmente concebidos como a forma de resolver os problemas".

"E para isso há que voltar para as raízes, às fontes onde nasceram todas essas grandes idéias e esses grandes valores, onde foram ao longo de toda a história da Europa, inclusive através do século XVIII, um século muito racionalista, e chegaram até hoje mesmo, até este início do século XXI", afirmou o Arcebispo de Madri, quem reafirmou a necessidade de retornar ao diálogo da fé com a razão.

Pelo caminho do retorno às raízes cristãs, reafirmou, "sim há presente e futuro para a Europa. Por outras vias distintas a esta ou, o que seria pior, opostas a esta, os caminhos seriam muito difíceis de encontrar e o futuro seria não precisamente rosado".

Fonte: ACI


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