Padre jesuíta alemão defende nomeação de mulheres cardeais
22.07.2007 - O padre Eberhard von Gemminger, um jesuíta alemão que dirige a seção em alemão da Rádio Vaticano, se declarou neste domingo a favor da nomeação de mulheres como cardeais, o que as permitiria participar da escolha do papa.
"Sonho com que no futuro o papa possa ser eleito por um grupo misto de homens e mulheres, de 60 homens e 60 mulheres", afirmou em uma entrevista concedida ao jornal "Il Messaggero".
Atualmente a maior autoridade da igreja católica é eleita em um conclave do qual participam 120 cardeais com menos de 80 anos. "Não é um discurso feminista. Trata-se somente de realismo e justiça. Hoje em dia, é claro que não é factível, mas dentro de 100 anos, quem sabe?", acrescentou.
Este religioso, o primeiro a entrevistar o papa alemão Bento 16, lembra que "na história houve casos em que para ser nomeado cardeal não era necessário ser ordenado sacerdote".
"Muitos laicos obtiveram a púrpura cardinalícia, portanto, por que não pensar em mulheres cardeais no futuro?", se perguntou o jesuíta, que citou em sua entrevista a Madre Teresa, religiosa conhecida no mundo inteiro por suas obras na Índia para aliviar o sofrimento dos pobres.
As mulheres abordam os problemas com um enfoque distinto, considerou. "Em algumas situações conseguem ser muito mais rigorosas, constantes. Pensem, sim, em Merkel ou Tatcher", disse, referindo-se à atual chanceler alemã, Angela Merkel, e à ex-primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher.
"Além disso, as mulheres vêm ao mundo com mais humanidade, uma visão que também poderia ser útil ao Vaticano, embora a tradição tenha impedido isso até agora", concluiu.
Fonte: UOL notícias
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Suíça é "ordenada" sacerdotisa católica em desafio ao Vaticano
25.06.2006 - GENEBRA - Uma mulher suíça, divorciada e com quatro filhos, foi "ordenada" neste sábado, 24, sacerdotisa católica por duas teólogas durante uma cerimônia a bordo de um navio no Lago de Constança, em um desafio à Igreja Católica.
Monica Wyss tem 46 anos e recebeu os hábitos de outras duas mulheres, uma austríaca e uma americana, informou a imprensa local.
As três mulheres provavelmente serão excomungadas, já que a Igreja Católica romana não permite que as mulheres sejam ordenadas.
Além de Wyss, a primeira suíça a se ordenar em desafio à Igreja, há cerca de 20 mulheres no mundo que tomaram a mesma atitude e se nomearam sacerdotisas, apesar do risco da excomunhão.
Excomunhão
Em sua carta Ordinatio Sacerdotalis (1994), o papa João Paulo II afirmou que "a Igreja não tem de nenhuma maneira o poder para conferir a ordenação sacerdotal às mulheres... Essa posição deve ser definitiva e aceita por todos os fiéis da Igreja".
O sucessor de João Paulo II, Joseph Ratzinger, excomungou em 2002 outras sete mulheres quando chefiava a Congregação para a Doutrina da Fé.
Erro
As mulheres sacerdotisas que existem no mundo não quiseram renunciar a sua fé católica e adotar o protestantismo, que autoriza a nomeação, e consideram que a proibição do Vaticano "é um erro da Igreja e não uma regra ditada por Jesus Cristo".
Elas também afirmam não querer criar uma nova Igreja, mas sim lutar pela igualdade dos sexos dentro da Igreja Católica Romana.
O responsável pela ordenação em 2002 das sete mulheres que foram excomungadas pelo atual Papa Bento XVI foi o argentino Romulo Braschi, um bispo independente pertencente à Igreja Católica Apostólica Carismática de Jesus Rei, que se considera um cisma da católica romana, segundo circulou na imprensa.
Em 2005, uma francesa, sete americanas, uma alemã e uma canadense foram ordenadas, e há outras sessenta recebendo formação para fazê-lo no futuro.
Monika Wyss, que procede de uma família católica praticante da região de Basiléia, no noroeste da Suíça, iniciou seus estudos de teologia na Universidade de Lucerna, mas os interrompeu em 2003 por motivos de saúde e, segundo a imprensa local, pensa em retomá-los ainda este ano.
Fonte: Estadão
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