02.12.2020 -
Ele tinha nome, sobrenome e família. Mas era invisível para quem circulava próximo à praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na zona sul do Rio, na manhã da última sexta-feira. Deitado sobre um pedaço de papelão na calçada, o morador de rua Carlos Eduardo Pires de Magalhães, 40, acordou vomitando sangue por volta das 7h. Levantou, atravessou a rua e pediu socorro em uma padaria.
Foi ignorado até o seu último suspiro, quando caiu morto dentro do estabelecimento sem receber qualquer tipo de auxílio. "As pessoas achavam que ele estava pedindo dinheiro, mas era um pedido de ajuda. Ele era como se ele fosse invisível, né? A sociedade não vê", desabafou o guardador de carros Jhony Mendes, amigo de Carlos Eduardo.
Ele caiu morto dentro da padaria. Colocaram um pedaço de plástico preto em cima do corpo dele, com cadeiras e mesas na frente. O pessoal continuou tomando café da manhã, como se nada tivesse acontecido. Depois que retiraram o corpo, o pessoal só jogou água e sabão no chão, como se ele fosse um bicho. E a padaria seguiu funcionando normalmente.
Ele era um filósofo, falava de coisas da vida. Dizia que queria ir à praia, sentar em um restaurante para comer. Mas sentia vergonha pela forma como as pessoas olhavam para ele. Queria voltar a ver a família, mas não podia por causa do vício.
O morador de rua era conhecido na região e dormia em uma agência bancária em frente à praça Nossa Senhora da Paz havia ao menos três anos. Carlos Eduardo falava aos amigos que sentia falta dos filhos. Não há informações sobre a causa da morte.
Fonte: Uol noticias
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Debaixo do sol, observei ainda o seguinte: a injustiça ocupa o lugar do direito, e a iniqüidade ocupa o lugar da justiça". (Eclesiastes 3, 16)
"Pus-me então a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as lágrimas dos oprimidos e não há ninguém para consolá-los". (Eclesiastes 4, 1)
"Ouvi isto, exploradores do necessitado, opressores dos pobres do país!" (Amós 8, 4)
Diz o Santo DEUS de Israel, Justo Juiz, para os poderosos do mundo:
"O Senhor dizia: julgai segundo a verdadeira justiça; cada um de vós tenha bom coração e seja compassivo para com o seu irmão. Não oprimais a viúva nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, e não trameis em vossos corações maus desígnios uns contra os outros. Eles, porém, não quiseram escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os ouvidos para nada ouvir. Endureceram o seu coração como um diamante, para não entenderem as instruções e as palavras que o Senhor dos exércitos lhes dirigia pelo seu Espírito, por meio dos antigos profetas. Por isso o Senhor dos exércitos indignou-se vivamente contra eles". (Zacarias 7, 9-12)
"Porque conheço o número de vossos crimes e a gravidade de vossos pecados, opressores do justo, exatores de dádivas, violadores do direito dos pobres em juízo". (Amós 5, 12)
"Entretanto, Vós Vedes tudo: Observais os que penam e sofrem, a fim de tomar a causa deles em vossas mãos. É a vós que se abandona o infortunado, sois vós o amparo do órfão.
Esmagai, pois, o braço do pecador perverso; persegui sua malícia, para que não subsista. O Senhor é Rei Eterno, as nações pagãs desaparecerão de seu domínio. Senhor, Ouvistes os desejos dos humildes, confortastes-lhes o coração e os atendestes. Para que justiça seja feita ao órfão e ao oprimido". (Salmos 9, 35-39)
Palavras da Beata Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade: "Ao desceres a rua, sem outro propósito senão esse, talvez atentes naquele homem, ali na esquina, e vás ao seu encontro. Talvez ele fique de pé atrás, mas tu permaneces lá, diante dele, na sua frente. Tens de irradiar a presença que trazes dentro de ti com o amor e a atenção para com o homem a quem te diriges. E porquê? Porque, para ti, se trata de Jesus. Sim, é Jesus, mas não pode receber-te em Sua casa — eis porque tens de ser tu a dirigir-te a Ele. Ele está escondido ali, naquela pessoa. Jesus, oculto no mais pequenino dos irmãos (Mt 25, 40), não só cheio de fome por um bocado de pão, mas também por amor, por reconhecimento, por ser tido como alguém com valor".
Disse a Irmã Dulce, o "anjo bom" da Bahia: "Se o pobre representa a imagem de Deus, então nunca é demais o que fazemos pelos pobres. O importante é fazer caridade, não falar de caridade. Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura".
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