07.04.2020 -

Era meio da tarde da semana passada quando um telefone tocou em uma reitoria católica americana. Um padre atendeu.

"Padre?" uma voz perguntou com hesitação.

"Sim."

“Gostaríamos de sua ajuda. Nosso pai está no hospital. Ele é idoso e nos disseram que ele está morrendo. 

"Ele tem o vírus." 

"Você o ungirá?"

Silêncio.

"Deixe-me ver o que posso fazer", respondeu o padre. 

Momentaneamente abalado, senão enfraquecido espiritualmente, o padre ligou para o hospital. Ele ouviu os administradores explicarem em detalhes as medidas extras de segurança que devem ser seguidas durante a pandemia. O uso adequado do equipamento de proteção individual (EPI) foi explicado. O padre concordou em obrigar todo o protocolo. O convés estava limpo.

“De repente, houve muita tensão no meu coração. O que fazer naquele momento não foi fácil; Eu gostaria de poder dizer que sim ”, disse o padre em uma entrevista no domingo de manhã de domingo. "Mas o que eu continuava voltando era pouco sofisticado: esse é o meu papel como sacerdote."

O Ritual para a Unção declara: “O próprio Senhor mostrou grande preocupação pelo bem-estar corporal e espiritual dos enfermos e ordenou que seus seguidores fizessem o mesmo.” (Ritual # 5)

“É engraçado, a outra coisa que me ajudou a decidir foi a liberdade do celibato. Não tenho ninguém para pôr em perigo, exceto o Senhor, e você não pode transmitir o vírus a Ele ”, disse o padre.

“Sou apenas um simples padre e um pecador. Eu não sou um herói. Eu apenas sabia como sacerdote que esse homem sofredor precisava do sacramento da unção. Eu só queria fazer o que Deus queria e eu sabia que Deus só queria que eu fizesse meu trabalho. ”

Continua o ritual: “Os que estão gravemente doentes precisam da ajuda especial da graça de Deus neste momento de ansiedade, para que não sejam quebrantados em espírito e, sob a pressão da tentação, talvez enfraquecidos em sua fé.” (Ritual 5).

O padre entrou no quarto do hospital ao anoitecer com um pequeno kit, usando seu equipamento de EPI. Os senhores que estavam diante dele não responderam. Tudo ficou quieto quando ele começou a ungir o homem.

“Ficou muito emocional lá dentro; o que eu estava fazendo, a unção, se tornou muito real ”, disse ele. "É difícil descrever o que aconteceu naquela sala, mas posso dizer que parecia que eu estava ajudando esse homem sofredor a se preparar para a morte e encontrar o Senhor, dando a ele o alimento espiritual que ele precisava naquela noite." 

Continua o ritual: “ Este sacramento dá a graça do Espírito Santo aos enfermos: por essa graça, toda a pessoa é ajudada e salva, sustentada pela confiança em Deus e fortalecida contra as tentações do Maligno e contra a ansiedade. morte. Assim, a pessoa doente é capaz não apenas de suportar bravamente o sofrimento, mas também de lutar contra ele. ”(Ritual 6).

O homem morreu dois dias depois. "Trouxe grande conforto e fechamento para a família", disse o padre. “Após a unção, ele estava nas mãos do Senhor.”

O padre saiu de sua reitoria e vive temporariamente isolado. Ele disse que gostaria de se voluntariar para viajar a hospitais em toda a sua diocese para ungir aqueles com o vírus e acredita que cada diocese seria sensato selecionar uma equipe de padres para servir apenas nessa capacidade.

Devido ao que os bispos citam como preocupações de segurança e saúde, missas e igrejas em toda a América foram fechadas. Em muitas dioceses, o Sacramento da Reconciliação também foi suspenso.  

O bispo Mitchell Rozanski foi o primeiro bispo americano a suspender o Sacramento da Unção dos Enfermos em sua diocese de Springfield, Massachusetts. A unção sacramental dos enfermos é conferida aos católicos que estão em perigo de morte.  

Segundo o Catecismo da Igreja Católica,  “A primeira graça deste sacramento é de fortalecimento, paz e coragem para superar as dificuldades que acompanham a condição de doença grave ou a fragilidade da velhice. Essa graça é um dom do Espírito Santo, que renova a confiança e a fé em Deus e se fortalece contra as tentações do maligno, a tentação de desencorajar e angústia diante da morte. ” 

Padres de todo o país experimentaram frustração ao conseguir entrar nos hospitais para ungir os doentes, ouvir confissões e administrar o Viaticum (recepção da Eucaristia antes da morte). 

Na semana passada, um padre que estava no meio de conceder a uma mulher idosa um perdão apostólico (uma indulgência dada pela remissão de punição temporal devido ao pecado) foi removido por segurança. Enfermeiras estacionadas em frente ao quarto da mulher doente confrontaram o padre.

"Eu abençoei as enfermeiras e sorri enquanto caminhava, e elas imediatamente tentaram me impedir de entrar", disse o padre durante uma entrevista. Expliquei que estava administrando o cuidado pastoral em nome da família da mulher. E eles disseram: 'Não importa. Não sei por que alguém deixou você entrar.

O padre alegou seu caso, mas as enfermeiras insistiram em que ele imediatamente deixasse o local. Um chamado segurança. Ciente de que logo seria escoltado do hospital, o padre começou a conceder o perdão apostólico.

“Eu estava a um metro da pobre mulher, do lado de fora da cortina do quarto dela”, disse o padre. “E foi aí que fui removido. Como sacerdote nessa situação, sou responsável pela alma dessa mulher. Eu sabia que se puxasse a cortina e entrasse, teria ido para a cadeia. Eu tive uma missa para celebrar mais tarde naquele dia. Se fosse em outro momento ou circunstância, tenho que pensar que estaria preso naquela noite.

“Alguns anos atrás, houve conversas sobre painéis médicos de mortes. Agora, de repente, no mundo em que vivemos hoje, parece que há algo novo; painéis da morte eterna ”, comentou.

Depois de ser escoltado do hospital, o padre chamou as autoridades diocesanas para ajudá-lo a recuperar a entrada, mas foi informado que sua diocese tinha que seguir o protocolo do hospital. 

“Estou envergonhado por nossos pastores não estarem fazendo o possível para ajudar os sacerdotes a administrar os sacramentos. É surpreendente, mas parece que nos submetemos e compramos no zeitgeist secular - administrar os sacramentos aos moribundos não é mais essencial ”, disse ele. 

“Costumávamos entrar como padres; agora, eu acho, nós recuamos. Eu acho isso triste. É decepcionante para os padres. Ao longo da história, em tempos de guerra, pragas e epidemias - a Igreja Militante e a Igreja Triunfante, eles nos mostraram o caminho. Eles se preocupavam mais em cuidar dos destinos eternos e da alma do que a perda potencial de seu próprio corpo. ”

Por Kevin Wells é um orador católico, escritor, presidente da Monsenhor Thomas Wells Society for Vocations e autor do livro best-seller Os Sacerdotes Precisamos Salvar a Igreja (Sophia Institute Press, 2019).

Fonte: www.lifesitenews.com

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Você não temerá o pavor da noite nem a flecha que voa de dia, nem a peste que se propaga nas trevas, nem a praga que devasta ao meio-dia. Mil poderão cair ao seu lado; dez mil, à sua direita, mas nada o atingirá. Você simplesmente olhará, e verá o castigo dos ímpios. Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus caminhos" (Salmos 90, 5-11).

 

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