03.11.2019 -
São Martinho de Lima, ou de Porres, cuja memória celebramos hoje, nasceu em 9 de dezembro de 1579, em Lima, Peru. Filho de João de Porres, nobre espanhol descendente de cruzados, e de Ana Velásquez, negra liberta, aprendeu desde cedo a humildade e a piedade que agradam a Deus e são próprias dos santos. Aos 15 anos de idade, depois de um tempo como aprendiz de um médico cirurgião, o jovem mestiço decidiu entrar num convento dominicano, o de Nossa Senhora do Rosário, mas entrou na qualidade de doado, ou seja, como se fosse um escravo — serviço este prestado de corpo e alma pelo humilde Martinho que, ao servir seus irmãos nos trabalhos mais humilhantes, amou de todo o coração a Deus. Ao seu pai de espírito altivo, porém, não agradou o serviço tão modesto e submisso do filho, o que o fez intervir na situação para que Martinho fosse admitido como irmão leigo; deixada pelos superiores da ordem a decisão ao próprio jovem Martinho, não hesitou em continuar a imitar o Senhor que se fez servo por amor a nós.
Depois disso, entretanto, enquanto um simples encarregado da enfermaria do convento e recebendo dos enfermos todo tipo humilhações, as virtudes do cachorro mulato, como foi xingado certa vez na enfermaria, manifestaram-se de forma tão patente que sua fama ultrapassou os limites do convento, fazendo com que seus superiores se vissem na obrigação de o aceitar como irmão leigo pela profissão dos votos. Sempre disposto ao trabalho e muito mais à oração, além de cuidar da enfermaria e de tantas outras atividades no convento, dedicava-se à oração de seis a oito horas por dia; ademais, as obras de caridade a que se dedicava contavam sempre com a ajuda prodigiosa de Deus, que o fazia atravessar paredes e aparecer repentinamente em diversos lugares. E da luta contra o inimigo de Deus e nosso não ficou isento, sendo perseguido sem descanso por todo tipo de batalhas, até a hora de sua morte, aos 60 anos de idade.
Neste seu dia, portanto, peçamos sua intercessão por nós, latinos, para que desta raça mestiça Deus faça sair verdadeiros santos, à semelhança do grande São Martinho de Lima, para a maior glória de Deus e salvação das almas.Fonte: padrepauloricardo.org
Nota de www.rainhamaria.com.br
São Martinho de Lima e o dom da caridade
Impelido com extraordinária força, pelo amor de Deus, a caridade de Martinho com os outros não tinha limites. Ele era a própria imagem da caridade. Dentro do convento, ele atendia a cada um dos frades com incansável dedicação, a tal ponto que os indivíduos mais exigentes não podiam resistir a sua gentileza e afabilidade. Mas não existem palavras para descrever a caridade de Martinho para com os pobres, que encontrava abandonado nas ruas, sujos e famintos. Levava-os para o convento dentro do seu quarto, banhava-os, vestia-os e alimentava-os. Todo dia na hora de almoço uma grande multidão vinha a porta do convento, esperando frei Martinho para dar-lhes de comer. Antes de distribuir a comida ele usava fazer a bênção e pedir: “Senhor na sua infinita misericórdia faça-os aumentar”. As vezes aparecia com uma panelinha de sopa, com quatro ou no máximo seis porções, tudo que poderia arrecadar na cozinha, e chegava a encher as tigelinhas de mais 200 pobres. Era tal o zelo de Martinho que o superior viu-se obrigado a proibir-lhe que continuasse, pois não podia permitir-lhe transformar o convento em asilo de desamparados. O ponto mais fraco e ao mesmo tempo mais forte de Martinho era sempre a preocupação com os pobres, os desamparados, sem casa e sem pão. Em cada um ele via o Cristo que disse: "Tive fome e me deste de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e vieste a mim" (São Mateus 25, 34).
Fonte: www.saomartinhodelima.com.br
Diz ainda na Sagrada Escritura:
"Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe" (São Marcos 12, 29-31).
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