25.06.2019 -
Por FratresInUnum.com, 24 de junho de 2019 — Foi por causa de um avanço imprudente que se deu a derrota do exército de Napoleão Bonaparte, em Waterloo, em 1815. Um dos maiores gênios da arte da guerra foi vencido por causa de um aparente progresso.
Nestes dias, o Papa Francisco deu um passo importantíssimo para a sua tentativa de reformar (ou deformar) a Igreja Católica. Como noticiamos, a Secretaria Geral do Sínodo dos bispos publicou o Instrumentum laboris, o texto fundamental de trabalho, construído mediante consultas cuidadosamente pilotadas pelo cardeal brasileiro Claudio Hummes.
O texto apresenta a proposta da ordenação de homens casados, mais velhos e índios; sugere a criação de uma nova liturgia que incorpore os elementos indígenas; louva a atuação das Igrejas protestantes na Amazônia e auspicia a invenção de novos ministérios para as mulheres. É o recrutamento da Igreja nas fileiras da revolução tribalista!
A proposta pode parecer caótica, mas obedece a um plano de governo muito bem delineado em Evangelii gaudium, aplicado em Amoris Laetitia e Laudato si, os documentos principais do papa argentino, e agora concretizado num experimento concreto: o sínodo pan-amazônico.
Se as mudanças de Francisco em Vos estis lux mundi e em Sicut mater amabilis colocaram toda a responsabilidade pelos abusos sexuais do clero nas costas dos bispos, o que não foi desapercebido e deixou muitos deles para lá de preocupados, agora, o “avanço” do Papa Bergoglio deixou desconcertados os fieis.
A mídia não tardou em noticiar que o Vaticano está para decidir sobre a ordenação de homens casados e, de repente, muita gente despertou para o fato de que o bispo de Roma está indo “longe demais”.
No caso de Napoleão, a derrota consistiu no exílio na Ilha de Santa Helena, onde morreu em 1821. No caso de Francisco, a derrota não seria nada menos que a perda completa da credibilidade por parte do povo e do clero, pois, embora supremo, o poder do papa não é absoluto. De fato, não pode governar um soberano cuja autoridade seja ignorada. Seria como se, ao posto de um monarca, estivesse um mero ator, cuja encenação fosse encerrada pela desistência do público.
A Providência Divina age por caminhos muito mais altos do que os nossos e, neste sentido, podemos estar diante de uma genuína ação de Deus: um papa que não renunciasse, mas que fosse “renunciado” pela própria imposição dos fatos, exatamente como o rei Saul, quando a unção lhe foi retirada, pois a autoridade já estava sobre o rei Davi.
Um papa não pode usar do poder que tem contra a finalidade para a qual ele foi instituído, nem pode governar contra um povo do qual deveria ser pai. Esta é justamente a diferença entre uma legítima autoridade e uma tirania.
Os bispos e cardeais nunca agirão de motu proprio, mas apenas o farão forçados pelo povo, do qual sua subsistência concreta depende. Aliás, o abuso de poder de Francisco em relação aos bispos e cardeais é enorme: aos primeiros, tratou como coroinhas removíveis de seus ofícios com um decreto; e aos segundos, simplesmente há anos não recebe em colégio, recusando-se a tratá-los como o que são, o senado do romano pontífice.
Temos um papa que manipula as estruturas da Igreja em benefício de suas reformas, completamente à revelia do povo católico, sob o disfarce de uma sinodalidade fingida, tão fingida quanto a sua paternidade sobre a cristandade, à qual não cessa de esforçar-se por transformar em um inferno.
No final das contas, ele mesmo pode se colocar em um inferno, exilando-se voluntariamente num isolamento institucional absurdo, em uma ilha em que terminará por se destruir por completo, sendo que toda a Igreja seguirá um caminho completamente oposto.
Se a lei suprema da Igreja é a salvação das almas, Deus que a instituiu para isso decerto se servirá de todos os recursos para recuperar para si o povo que Francisco tentou cooptar, desviando-o para uma religião totalmente inventada, que perdeu completamente a identidade histórica com o que um dia já foi.
Alguém dizia que Deus permite ao diabo agir com a única condição de que não esconda o rabo. Pois bem… O povo já começou a ver o rabo e, daí, concluirá facilmente onde está o diabo. Há avanços que são apenas o começo do fim e, em nosso caso, temos um papa que já foi longe demais.
Visto em: fratresinunum.com
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Declarou o zeloso Arcebispo Marcel Lefebvre: "O Papa recebeu o Espírito Santo, não para pregar novas verdades, mas para manter a fé de sempre. Por esta razão, nós escolhemos o que sempre foi ensinado, e fechamos nossos ouvidos às novidades destruidoras da Igreja".
"Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria mais papa. Não digo que ele não o seja mais – notem bem, não me façam dizer o que não disse – mas se acontecesse disso ser verdade, não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro. Isto é evidente. Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição. Eis porque estamos prontos e submissos para aceitar tudo o que for conforme à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos mas recusamos tudo o que lhe é contrário. Já ouvimos a objeção: Então cabe a nós julgarmos a fé católica? Mas não será dever de um católico julgar entre a fé que lhe ensinam hoje e a que foi ensinada e crida durante vinte séculos e que está escrita nos catecismos oficiais. Como foi que agiram os verdadeiros fiéis diante das heresias? Preferiram dar o sangue a trair sua fé. O Santo Padre não pode, de forma alguma, pedir-nos que abandonemos nossa fé, que é algo absolutamente impossível – e a conservação da nossa fé. Pois bem, nós escolhemos não abandonar a nossa fé, porque nela não podemos errar. A Igreja não pode estar errada no que tem ensinado durante dois mil anos, e por esse motivo nos apegamos a essa Tradição que tem se manifestado de forma admirável e definitiva. Por esta razão, nós escolhemos o que sempre foi ensinado e fechamos nossos ouvidos às novidades destruidoras da Igreja".
“Roma perderá a Fé e se tornará a sede do Anticristo”, são as palavras que Nossa Senhora profetizou em La Salette, na França, uma aparição reconhecida pela Igreja.
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