Padre Rodrigo Maria: O que aconteceu com a Quaresma?


05.03.2019 - Nota de www.rainhamaria.com.br

Artigo publicado no site em 13.02.2016

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Até algum tempo atrás, a quaresma era considerada pelo povo em geral como um tempo mais sério, de menos festas, menos balburdia, de mais respeito. Mesmo aqueles que não frequentavam a Igreja, guardavam uma postura mais respeitosa nesse tempo grave. Muitos não comiam carne e evitavam não apenas os festejos, mas também os xingatórios, os jogos e outras diversões. Muitas mães, evitavam castigar fisicamente seus filhos quando esses aprontavam que era considerado digno de castigo, deixando essa tarefa para o sábado de aleluia…

Hoje, não são poucos os que começam a quaresma pulando carnaval… e não apenas na sociedade em geral se perdeu a consciência do que significa esse tempo de mais oração, caridade e penitencia, mas dentro da própria Igreja, especialmente no Brasil, quase desapareceu essa dimensão. Aliás, para sermos mais exatos, devemos dizer que a sociedade só perdeu essa consciência porque primeiro ela se eclipsou dentro da Igreja.

A quaresma que deveria ser um tempo para se meditar a Paixão e a Morte de Cristo por nossa causa e em nosso favor fazendo-nos recuperar a consciência de nossa vocação cristã, nos convidando a constatar de modo mais forte a transitoriedade das coisas terrenas para nos dedicarmos com mais empenho à busca das coisas do alto, passou a ser um tempo para reflexão de natureza sociológica e política nos fazendo buscar o reino aqui e agora, refletindo uma mentalidade marxista da qual se impregnou o discurso e a prática da Igreja na América Latina, especialmente no Brasil.

A Igreja não defende nem apresenta um sistema político ou de governo, mas possui uma doutrina social com princípios que deve orientar a atuação política dos detentores do poder e também da convivência social. Também faz parte de sua missão defender a justiça e denunciar o mal em todas as suas formas.

Mas a primeira e mais importante função da Igreja é salvar as pessoas, leva-las para o céu. A Igreja deve apresentar Jesus Cristo, como único Deus e Salvador, ao qual todos devem se converter e a quem todos devem seguir e obedecer para alcançarem a sua realização como pessoas humanas e consequentemente sua felicidade eterna.

Um tempo como o da quaresma jamais deveria ser utilizado para reflexões de natureza sociológica ou política, mas para fazer voltar o olhar de nosso povo, tão paganizado, para as coisas do alto. É tempo de falar sobre o pecado e sua consequência última que é o inferno.

É tempo falar sobre o mundanismo e os vícios e chamar as pessoas a uma sincera conversão. É tempo de despertar as pessoas para a busca do céu, tempo de apresentar a absoluta superioridade das coisas do alto e dos bens eternos comparados com as coisas mundanas que tantas vezes nos tiram do caminho da salvação. É tempo de se pregar sobre as obras de misericórdia e de se incitar sua prática. É tempo de Vias Sacras que falem de Jesus e de seu sofrimento, de modo que suscite em nosso coração uma verdadeira gratidão para com Deus e assim o desejo de ama-lo de verdade.

É tempo de conversão e reconciliação, ou seja, é tempo de se confessar individualmente com o sacerdote (confissões comunitárias são proibidas e não valem) e de se fazer um esforço maior para se deixar o que nos separa de Deus ou que nos impede de crescer em seu amor… E todo esse empenho deve ser coroado com a Páscoa, maior festa de nossa religião, onde se celebra a nossa redenção e a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o que só tem sentido para alguém que tem fé e compreendeu quem é Cristo e do que ele nos libertou.

Com certeza, se a Igreja cumprisse bem seu papel, tal como Cristo ordenou, o efeito social seria muito mais positivo e duradouro. Pois tudo o que os nossos tempos precisam é de homens santos, atuando nas diferentes esferas da vida social. E essas pessoas imbuídas de espírito cristão promoveriam a justiça que a revolução marxista é incapaz de alcançar.

Uma profunda e verdadeira evangelização é o melhor serviço de utilidade pública que a Igreja pode oferecer a essa geração decaída e corrupta.

Enquanto os líderes da Igreja descuidarem de seu papel primordial, a pretexto de buscar uma vida melhor para nosso povo aqui nesse mundo, na verdade o estará privando não apenas dos meios para uma real e permanente promoção da justiça aqui e agora, mas o que é pior, estará sonegando a este mesmo povo os meios para sua salvação eterna.

Padre Rodrigo Maria, escravo inútil da Santíssima Virgem

Fonte: www.padrerodrigomaria.com.br

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Lembrando o Padre Rodrigo Maria: As Ovelhas de Deus têm se perdido. Muitíssimas almas tem ido para o inferno. (porque os sacerdotes não tem coragem de falar a Verdade)

 


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