24.10.2018 - Nota de www.rainhamaria.com.br
Publicado no site em 12.11.2017
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Em Março de 1917, Lênin vivia na pobreza em Zurique. Ele era o líder exilado de um pequeno, extremista e revolucionário partido. Oito meses depois, em Outubro de 1917, ele se tornaria o mestre da Rússia, um país com mais de 160 milhões de habitantes e superfície geográfica cobrindo um sexto das terras inabitadas da Terra. Ele estabeleceu neste país um dos piores regimes que o mundo já teve conhecimento.
Antes de encontrar seu caminho de volta a Rússia, Vladimir Ilitich Oulianov estava vivendo uma vida medíocre em Zurique, gastando seu tempo em escrever artigos para publicações Marxistas obscuras e em desprender longos debates nas cafeterias.
Mas no meio da Primeira Guerra Mundial, com o apoio do governo do Kaiser Guilherme II, Lênin viajou pela Alemanha e Escandinávia para retornar a Rússia. Esta viagem de oito dias, de 27 de Março a 3 de Abril, 1917, mudou o aspecto do mundo.
“Milhões de projéteis destrutivos foram atirados durante a guerra mundial”, escreveu Stefan Zweig no Le Wagon-pomblé (o vagão-guia que transportava Lênin e cerca de trinta bolcheviques pela Europa, nota da tradução), mas “nenhum voou mais longe, nenhum teve papel mais decisivo em toda a história recente que este trem saído da fronteira Suíça, carregado com os mais perigosos e determinados revolucionários do século, que atravessou a Alemanha e pousou em São Petersburgo, onde explodiu a ordem a reinante”.
Ele era um homem insignificante e preocupado quando chegou em Petrogrado, na noite de 16 de Abril de 1917; ele temia a possibilidade de ser preso por traição, assim que desembarcasse do trem, pelo governo temporário regido pelo Príncipe Georgy Lvov, que estava no cargo desde de abdicação do Czar. Durante esta jornada, ele escreveu suas Teses de Abril, advogando por uma revolução radical proletária, a qual não incluía a revolução da classe-média prescrita pela teoria Marxista.
Quando o trem chegou a estação de Petrogrado, Vladimir Ilitch descobriu, para sua surpresa, que a multidão que lhe aguardava não estava lá para prendê-lo, mas sim, para aclamá-lo. O Partido Bolchevique havia convocado centenas de militantes para celebrar o retorno de seu líder. Havia até mesmo uma banda musical para tocar a ‘Marseillaise’ (hino da Revolução Francesa) em mãos.
Após a fracassada insurreição de Julho de 1917, Lênin tornou-se um homem procurado e teve de fugir. Ele finalmente reapareceu ao anoitecer do dia 24 de Outubro de 1917, no Instituto Smolny. Irreconhecível – pois havia tirado sua lendária barba – ele teve de esgueirar-se pela multidão para interpelar seus companheiros.
Ao dia seguinte, estimulado por Vladimir Ilitch, numa atmosfera generalizada de distúrbios, os Bolcheviques tomaram o Palácio de Inverno, sede do governo temporário estabelecido após a abdicação de Nicolau II e a queda do regime czarista em fevereiro do mesmo ano. Um novo dia nascia com a promessa de dias melhores a porvir para a Rússia e o mundo inteiro… O primeiro estado ateísta da história provaria ser o pior perseguidor das religiões e o mais assassino de todos os regimes totalitários.
A Condenação da Igreja ao Comunismo
A Igreja condenou a doutrina do Comunismo, sob o Papa Pio XI, na encíclica “Divini Redemptoris”, em 19 de Março de 1937. Nela, chamou o Comunismo de “intrinsecamente perverso”. A revolução Socialista foi denunciada como violenta e bárbara. O “grande perigo que a todos ameaça” era “o comunismo, denominado bolchevista e ateu, que se propõe como fim peculiar revolucionar radicalmente a ordem social e subverter os próprios fundamentos da civilização cristã.”
Esta “máscara de redenção dos humildes” explicou Pio XI, é baseada nos princípios errôneos do “materialismo, chamado dialético e histórico, ensinado por Karl Marx”, uma doutrina em que “não há mais que uma só realidade universal, a matéria, formada por forças cegas e ocultas, que, através da sua evolução natural, se vai transformando em planta, em animal, em homem.”
Neste sistema, continua o papa, “a sociedade humana, dizem, não é outra coisa mais do que uma aparência ou forma da matéria, que vai evolucionando, como fica dito, e por uma necessidade inelutável e um perpétuo conflito de forças, vai pendendo para a síntese final: uma sociedade sem classes”. A consequência de tamanha doutrina é que “neste sistema não há lugar sequer para a idéia de Deus; é evidente que entre espírito e matéria, entre alma e corpo não há diferença alguma; que a alma não sobrevive depois da morte, nem há outra vida depois desta”; e nisto, as mentiras perversas de um sistema que clama por restaurar a humanidade.
Os regimes de caráter Marxista-Leninista foram estabelecidos um por um – até 1991 na Rússia – fazendo do Comunismo o totalitarismo mais repressor e assassino de nossos tempos. De acordo com um estudo realizado em “O Livro Negro do Comunismo”, as várias tentativas em se construir o “novo homem” resultaram na causa de 65 a 85 milhões de mortos ao redor do mundo.
A conta soviética – cerca de 15 milhões de mortos – foi sadicamente superada pela China de Mao. O número de vítimas do Reino do Meio é estimado entre 45 a 72 milhões… Mas o recorde de assassinados instantemente vai para o Khmer Vermelho, que em menos de quatro anos, entre 1975 e 1979, eliminou cerca de 1,3 a 2,3 de milhões do total de 7,5 milhões de cambojanos.
Para o Bolchevismo Comunista tomou-se uma verdadeira “guerra santa em prol do progresso da humanidade”, tão claramente compreendido por Pio XI. Por quanto mais se espalhou, mais espalharam-se os massacres e o terror geral, repetindo-se com a mesma lógica mecânica de toda revolta contra Deus e a mesma ordem natural, uma espécie de continuação da Revolução Francesa que foi a mãe e a matriz de todas as revoluções modernas.
Comunismo Contra a Fé Católica
O Comunismo, explica a encíclica papal, “por sua natureza opõe-se a qualquer religião, e a razão por que a considera como o “ópio do povo”, é porque os seus dogmas e preceitos, pregando a vida eterna depois desta vida mortal, apartam os homens da realização daquele futuro paraíso, que são obrigados a conseguir na terra”. Mas desde que “não é impunemente que se despreza a lei natural e o seu autor “, foi através do terrorismo e da escravidão de milhões de homens, por onde o paraíso Soviético foi imposto, graças a nova religião do partido.
Cem anos após a revolução Bolchevique, o regime soviete não mais existe na Rússia, mas as estátuas de Vladimir Ilitch Oulianov, ainda que ligeiramente danificadas, ainda estão erguidas em São Petersburgo. Seu corpo mumificado é ainda exibido na Praça Vermelha, entronizado de tal forma a se recriar o culto que ele gostava.
Ainda que o império dos Czares tenha sido ressuscitado, o eco das palavras de Nossa Senhora de Fátima continuam a ressoar com muito mais relevância do que antes: “Se meus pedidos forem atendidos (a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria e a comunhão e reparação aos Primeiros Sábados), a Rússia se converterá e haverá paz; se não, ela espalhará seus erros por todo o mundo causando guerras e perseguições contra a Igreja.”
Fonte: SSPX – USA — Tradução Fernando Scorsin
Via: http://catolicosribeiraopreto.com
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