31.05.2018 -
Segundo o Sunday Business Post, os irlandeses na última sexta feira, 25/05/18, lutaram contra seu passado e votaram para redefinir seu futuro. Através de um referendo histórico, o “sim” da Irlanda garantindo o direito ao aborto representa um golpe fatal para a igreja católica que, noutros tempos, tamanha a influência que tinha sobre a opinião pública, não seria derrotada em nenhum dos temas que defende.
Três anos depois de legalizar o casamento homossexual, Dublin, espera autorizar, até o final do ano, a prática do aborto durante as 12 primeiras semanas de gravidez, e até as 24 semanas por motivos que digam respeito a saúde. A vizinha Irlanda do Norte, muito mais conservadora frente ao tema, acompanha atenta os desdobramentos e, segundo as opiniões de analistas, daqui a pouco ela também terá de rever suas posições.
Jason O’Mahony, jornalista da edição irlandesa do Times, manifestou o seguinte pensamento: “Quando eu era jovem, você não podia comprar preservativos, ser homossexual, se divorciar, nem ver ‘A vida de Brian’. Agora somos um dos países mais liberais do mundo. Incrível.” Nas palavras do Irish Times, a mudança se resume assim: “A ilusão de uma Irlanda conservadora e dogmaticamente católica foi pelos ares.”
Temo que estejamos vivendo esta mesma ilusão neste nosso Brasil. Faz tempo que nossa sociedade tem deixado de ser conservadora e dogmaticamente católica. É católica de forma nominal, assim como também o é a ala evangélica. Grandes massas também produzem um tanto de confissões nominais. Cristianismo é relacionamento, um a um. Cada um vai sendo transformado em seu caráter e mudando dia a dia envolvido num processo de santificação. O “muitos são chamados, poucos são escolhidos”, em certo sentido, explica o fenômeno que assistimos todos os finais de semana, onde vemos milhares de templos cheios, porém com poucos de fato vivendo um compromisso.
Penso que estamos mais para as palavras admiradas do jornalista Jason: “Agora somos um dos países mais liberais do mundo.” E bota liberal nisso! A promiscuidade, depravação, o vale tudo vai dominando praticamente todas as cenas das cidades. Estamos assistindo e vivendo numa das gerações mais decadentes da história. Talvez estejamos testemunhando Romanos capítulo primeiro e nem estejamos nos dando conta.
Esta é a chamada “Geração Sim” festejada pelo Sunday Business Post. Ou seja, uma geração que está dizendo sim para todos os itens que a agenda cultural avessa/oposta aos valores judaico-cristãos tenta impor. Sempre que esta geração diz “sim” ela é louvada, porém quando diz “não” ela é ridicularizada. O ataque e a destruição de reputações é sempre raivoso e violento, todos os canhões dos chamados formadores e influenciadores de opiniões miram nos que insistem em dizer “não” sem dó ou apelação.
Nos últimos dias só falamos em caminhões. O mundo, no entanto, não para. Bombas continuam caindo, leis continuam sendo aprovadas, crianças continuam sendo exploradas, corrupções continuam sendo arquitetadas, drogas continuam sendo produzidas e traficadas, poderes continuam sendo cobiçados, ter continua superando o ser, coisas continuam sendo mais valorizadas do que pessoas.
Em outras palavras, a chamada “geração sim” deveria refletir sobre cada sim, pois cada um traz consigo o “sim” para outras coisas e situações. Ao dizer sim para coisas que Deus diz não, estamos na verdade dizendo sim para todo tipo de ataque, anarquia e violência sobre aquilo que o Criador planejou para cada um de nós. Ficamos simplesmente desguarnecidos por conta das brechas que nós mesmos abrimos. Desta forma vamos sendo roubados em nossos sonhos, dignidades e valores. E pior, roubados com nossa própria aprovação declarada em cada “sim” permitido para a agenda do mundo. Mario Quintana, ao falar sobre o tema aborto, alertou de forma muito clara o risco que corremos: “O aborto não é, como dizem, simplesmente um assassinato. É um roubo... Nem pode haver roubo maior. Porque, ao malogrado nascituro, rouba-se-lhe este mundo, o céu, as estrelas, o universo, tudo. O aborto é o roubo infinito.”
Visto em: guiame.com.br - por Edmilson Mendes.
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