24.01.2018 - Nota de www.rainamaria.com.br
Artigo publicado no site em 10.03.2017
O casamento e a família, de acordo com a doutrina tradicional da Igreja Católica, se fundam em princípios inerentes à natureza humana. Tais princípios são a expressão da vontade divina. Por isso mesmo se consubstanciam eles em três mandamentos da Lei de Deus.
IV – Honrar pai e mãe;
VI – Não pecar contra a castidade;
IX – Não desejar a mulher do próximo.
É nestes preceitos, imutáveis como tudo quanto constitui ordenação fundamental da natureza humana, que se baseiam a família, o casamento, a unidade e a indissolubilidade do vínculo conjugal, o pátrio poder.
Nosso Senhor Jesus Cristo elevou à dignidade de Sacramento o contrato matrimonial
No Catecismo dos Párocos, vulgarmente conhecido como Catecismo Romano, redigido por decreto do Concílio de Trento e promulgado em 1566 pelo Papa São Pio V, lemos o seguinte:
“Se como união natural fôra, desde o início, instituído para a propagação do gênero humano, o Matrimônio foi depois elevado à dignidade de Sacramento, a fim de que se gerasse e criasse um povo para o culto e adoração do verdadeiro Deus e de Cristo Nosso Salvador.
“Querendo dar uma imagem adequada de sua íntima e estreita união com a Igreja, e de seu imenso amor para conosco, Cristo Nosso Senhor indicou a dignidade de tão grande Mistério, principalmente pela comparação que fez com a sagrada união entre o homem e a mulher.”
Duas posições opostas a respeito da família
Há, em nosso País, duas posições bem definidas que dividem o público a respeito do instituto da família. Mas isso não significa que todo o mundo está entre uma ou outra posição; existe a grande massa de indecisos, dos que não se definem nem de um lado nem do outro. É neste campo que as duas posições opostas procuram influenciar e atrair as pessoas para o seu núcleo.
A primeira delas opta decididamente por tudo quanto, nessa matéria, reflita a fidelidade e clareza de princípios imutáveis de nossa tradição cristã.
A outra, inspirada ou pelo materialismo histórico ou pelo hedonismo pagão, visa de maneira clara ou velada, a destruição da família. Hoje, contudo, esse combate se faz de maneira mais agressiva. É o que constatamos em recentes declarações de pessoas com pensamentos de esquerda.
A criança não pertence aos pais, mas à sociedade e ao Estado
Neste sentido, a procuradora dos Direitos do Cidadão, dra. Deborah Duprat, afirma: “Essa percepção equivocada de que a criança pertence à família, de que a família tem um poder absoluto sobre a criança não é verdade. A Constituição diz que a criança é um problema da família, da sociedade e do Estado.(…) A educação fornecida pela família sequer pode prevalecer sobre a educação em sala de aula. Isto vai ser definido em questões específicas. Então, nós temos que combinar isso em pluralismo de ideias, liberdade de cátedra que vem na sequencia de uma Constituição que procura expurgar em seu texto qualquer resquício de autoritarismo, de período ditatorial, de período de censura e esta questão da família”[1] .
Segundo a dra. Déborah, a nossa Constituição procura expurgar em seu texto “qualquer autoritarismo… e esta questão da família”. Sobre isto já havia alertado o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, no best-seller “Projeto de Constituição Angustia o País”, (Editora Vera Cruz, São Paulo, 1987, 209 págs.) [2]
A procuradora Déborah Duprat afirma ainda que “a escola é um lugar estratégico para o fim das ideologias religiosas, que apresentam a escola como a criação dos deuses.” Em outras palavras, o papel da escola seria destruir qualquer formação religiosa na criança.
A família é uma invenção do capitalismo e o pai é um déspota
Na mesma linha de pensamento, Marilena Chauí, filósofa do PT, numa palestra para alunos a partir do 9º ano, intitulada “A Fragilidade da Democracia” no Colégio Oswald de Andrade, da elite de São Paulo, afirma: “a família, isso que nós entendemos de família, foi uma coisa inventada no final do século XVIII durante o século XIX. Pro (sic) grego o pai da família, esse que cuida de tudo da economia ele se chama despotes. Ele é o déspota. É isso que os gregos quando inventam a política, coisa que eles fazem é seguir o espaço privado da família despótica. Pai de família e a mãe é a mesma coisa. Isso que nós entendemos que é o pai, a mãe e os filhos e que tem e acrescenta avô e avó, tio e tia, primo e prima. Isso é uma invenção do capitalismo do séc. XVIII e durante o século XIX. Então tem data esse tipo de família, a chamada família conjugal. A família restrita tem menos de dois séculos tem um século e um pouco, é recentíssimo”. Falar sem apresentar dados ou fontes que corroboram seus pensamentos é próprio dos esquerdistas. Assim como a sua doutrina, as suas premissas também são fictícias.
Numa clara alusão aos membros do IPCO, continuadores da obra de Plinio Corrêa de Oliveira, fundador da TFP brasileira, a “filósofa do PT” conclui: “ É por isso que é um assunto divertido, os caras fazem barulho defendendo a família como uma instituição natural, eterna. Sabe, são uns bestas! ”[3]
Uma geração formada, não para a vida civil comum, mas para a agressão, o insulto e a brutalidade parece ser o objetivo do socialismo com esse tipo de pessoas desprovidas de amor materno e paterno, e sem o convívio salutar de um lar. Isto mais parece um ambiente de presídio do que uma vida em sociedade.
Referências:
[1] https://jornalivre.com/2017/02/23/video-procuradora-de-extrema-esquerda-diz-que-a-escola-deve-ser-usada-para-expurgar-a-familia-e-fica-sem-reacao-ao-ser-desmascarada/
[2] http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros/1987%20-%20Projeto%20de%20Constitui%C3%A7ao.pdf
[3] http://jovempan.uol.com.br/programas/radioatividade/marilena-chaui-afirma-que-quem-defende-familia-e-uma-besta.html
Fonte: http://ipco.org.br
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