19.01.2018 - Nota de www.rainhamaria.com.br
Artigo publicado no site em 18.01.2017
Por Dilson Kutscher
Antes de lerem este artigo, saibam que a Sagrada Escritura profetizou, do porque as pessoas do Fim dos Tempos, estariam cada vez menos sensibilizadas com tragédias relacionadas ao ser humano...
"E, ante o progresso crescente da iniqüidade, a caridade de muitos esfriará". (São Mateus 24,12)
================================================
Fotos de tragédias sensibilizam pessoas por pouco tempo, aponta estudo.
Guerras e conflitos produzem estatísticas trágicas, mas números não sensibilizam tanto as pessoas quanto uma imagem. Poucos se importavam com a guerra do Vietnã, até que a imagem de uma menina correndo nua, fugindo de um ataque de napalm, circulou o mundo em 1972. Quase ninguém dava atenção à catástrofe humanitária no Afeganistão, até que a foto de Sharbat Gula, a "Menina Afegã", estampou a capa da revista "National Geographic" em 1985. Ela havia perdido os pais em um bombardeio soviético.
Um estudo publicado no periódico científico PNAS mostra como o efeito de uma imagem é muito mais impactante para despertar a solidariedade das pessoas do que números e estatísticas de mortes e refugiados. Contudo, os cientistas perceberam que a empatia gerada dura pouco tempo.
"O poder das imagens é bem conhecido, consagrado em frases como 'ver para crer' e 'uma imagem vale mais do que mil palavras'. Fotos icônicas agitam nossas emoções e transformam nossas perspectivas sobre a vida e o mundo em que vivemos", dizem os autores no estudo.
Na pesquisa liderada por Paul Slovic, professor de psicologia da Universidade do Oregon, uma foto que despertou o mundo para uma tragédia humanitária que já acumulava milhares de mortes comprova o poder da imagem: a foto de um menino sírio de três anos morto de bruços sobre a areia de uma praia na Turquia.
A imagem circulou por sites e jornais em setembro de 2015 de todo o planeta. O garoto se afogou quando sua família, síria de origem curda, tentava cruzar o mar Mediterrâneo rumo à Europa, após fugir do terror do conflito na Síria. As doações então explodiram.
Um fundo para refugiados sírios, criado pela Cruz Vermelha da Suécia, arrecadou uma quantia diária 55 vezes maior na semana após o impacto da foto. Por dia, o fundo conseguia valores de mais de US$ 200 mil, contra menos de US$ 4 antes da foto. Mas na segunda semana, as doações já tinham começado a diminuir, ainda superando US$ 45 mil. Depois de seis semanas, o montante já era bem menor, de cerca de US$ 6 mil.
A foto icônica de uma única criança teve mais impacto do que relatórios estatísticos de centenas de milhares de mortes. Pessoas que não tinham se movido com o número crescente de mortos na Síria de repente pareciam se importar. No entanto, esta empatia recém-criada diminuiu rapidamente."
"Não é que as pessoas não sejam compassivas. Mas essa compaixão tem de ser despertada, e os dados mostram que a fotografia ajuda a fazer isso", diz Slovic em entrevista à "National Public Radio" (rede pública de rádio dos EUA). Para o pesquisador, o impacto cognitivo que uma crise humanitária provoca é insuficiente para despertar a empatia nas pessoas.
"Você tem que evocar emoção e sentimento. A emoção é um fator crítico para nos ajudar a entender um evento, e é um motivador que impulsiona a ação, em oposição dados abstratos", afirma Slovic. Ele explica que Aylan, o menino sírio, é uma vítima individual com a qual as pessoas se identificam.
"É semelhante ao modo como 'O Diário de Anne Frank' e 'A Noite de Eli Wiesel' também ajudaram a galvanizar a atenção para o Holocausto", completa, mostrando que escritores também focam em histórias individuais para cativar o público.
O estudo de Slovic e sua equipe usou dados de captação de recursos da Cruz Vermelha Sueca, que registraram o aumento significativo nas doações após notícias da morte de Aylan, e dados de buscas feitas no Google, que revelaram um grande aumento nas buscas pelos termos "Síria" e "refugiados".
"Os dados mostram que o mundo estava adormecido enquanto a contagem de corpos na guerra da Síria aumentava constantemente para centenas de milhares", diz o estudo. E voltou a dormir pouco tempo depois da imagem de Aylan. Fonte: UOL noticias
============================
Nota de www.rainhamaria.com.br
Lembrando o artigo publicado no site em 25.12.2015
Festejou? Comeu bem? Descansou no Natal?
Então se prepare para o verdadeiro sentido do Natal.
Caríssimos, eu desobedeceria ao meu dever de bispo se lhes dissesse “Feliz Natal” sem incomodá-los. E eu quero incomodar. Eu não posso suportar a ideia de fazer saudações inócuas, formais, impostas pela rotina do calendário.
Então, meus queridos irmãos, a vocês as minhas melhores saudações incômodas!
Que Jesus, nascido por amor, lhes dê náuseas pela vida egoísta, absurda, sem impulso vertical, e lhes conceda a graça de recriar a sua vida na doação de si mesmos, na oração, no silêncio, na coragem. Que o Bebê que dorme em cima da palha lhes tire o sono e faça vocês sentirem o travesseiro da sua cama tão duro quanto uma pedra até acolherem de verdade um desalojado, um necessitado, um pobre que vaga pelas suas ruas por falta de compaixão.
Que o Deus feito carne faça vocês se sentirem vermes toda vez que a sua carreira se tornar o ídolo da sua vida; toda vez que passar os outros para trás for o projeto dos seus dias; toda vez que as costas do próximo se tornarem o instrumento da sua escalada.
Que Maria, a mãe que só encontrou no esterco dos animais o berço em que deitar com ternura o fruto do seu ventre, force vocês, com os seus olhos feridos, a suspender suas festinhas de fim de ano até que a sua consciência hipócrita enxergue que as latas de lixo e os incineradores das clínicas são transformados impunemente em túmulos sem cruz de vidas humanas exterminadas.
Que José, aquele que encarou mil portas fechadas na cara e que é símbolo de todas as desilusões paternas, incomode a esbórnia da sua comilança e dê curto-circuito no seu desperdício de luzes piscantes até vocês entrarem em crise sincera diante do sofrimento de tantos pais que derramam lágrimas pelos filhos sem saúde, sem trabalho e sem oportunidades.
Que os Anjos, anunciadores da paz, tragam a guerra à sua tranquilidade sonolenta, incapaz de enxergar que, sob o seu silêncio cúmplice, perpetram-se injustiças, expulsam-se pessoas, fabricam-se armas, militariza-se a terra dos humildes, condenam-se povos ao extermínio da fome.
Que os pobres que acorrem à gruta de Belém enquanto os poderosos conspiram na escuridão e a cidade dorme na indiferença façam vocês entenderem que, se quiserem ver “uma grande luz”, precisam se levantar e partir; façam vocês entenderem que as esmolas de quem lucra com o couro das pessoas são calmantes inúteis; façam vocês entenderem que as belas roupas compradas com o décimo terceiro podem até causar boa impressão, mas não aquecem a alma; façam vocês entenderem que a coexistência de pessoas sem lar e de especulação corporativa é um ato de horrendo sacrilégio.
Que os pastores que velavam no meio da noite vigiando o rebanho e perscrutando a alvorada deem a vocês um sentido para a história, a emoção da expectativa, a alegria do abandono em Deus e lhes inspirem o desejo profundo de viver pobres em espírito, porque viver pobre em espírito é a única maneira de morrer rico aos olhos de Deus.
Que, em nosso velho mundo moribundo, nasça a esperança.
Feliz Natal!
+ Dom Tonino Bello
Fonte: http://pt.aleteia.org