Padre Divino Antônio Lopes: Católico, lembre-se de que imediatamente após a morte, sua alma imortal, comparecerá diante do Tribunal de Deus. E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois vem o julgamento (Hb 9, 27)


17.10.2017 -

"E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9, 27).

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Católico, lembre-se de que imediatamente após a morte sua alma imortal comparecerá diante do Tribunal de Deus: “E como é um fato que os homens devem morrer uma só vez, depois do que vem um julgamento” (Hb 9, 27). Ali não haverá mentira, nem jogo de cintura e muito menos suborno... Não terá pai nem mãe, nem filho ou amigo, nem vizinho ou parente para te defender... somente sua alma e Deus... Você está preparado para esse encontro com o Senhor que te criou e que sabe de cada ação e pensamento seu? “Deus, tu me sondas e conheces: conheces meu sentar e meu levantar, de longe penetras o meu pensamento; examinas meu andar e meu deitar, meus caminhos todos são familiares a ti” (Sl 139, 1-3).

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Onde morrer, ali será julgado: No fundo do mar, estirado numa rodovia, envolto em fogo, no campo de futebol, num prostíbulo, num bar, na rua, em casa, na igreja...: “Vós também, ficai preparados, porque o Filho do homem virá numa hora que não pensais” (Lc 12, 40). Pense católico: será que Deus virá para ti com amor? Você está fazendo por merecer?: “Deus virá com amor para os fiéis e com terror para os ímpios” (Santo Agostinho).

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Agora você se gaba de ser incrédulo, rebelde, mundano, pecador... de ser católico não-praticante. Quanta loucura! Você está brincando com coisa séria... a sua “colheita” será amarga e triste: “Não vos iludais; de Deus não se zomba. O que o homem semear, isso colherá: quem semear na sua carne, da carne colherá corrupção” (Gl 6, 7-8). Lembre-se de que os “engraçadinhos” não fugirão do Tribunal de Deus... todos comparecerão diante do Senhor para prestar contas de seus atos... também das “gracinhas”: “Porquanto todos nós teremos de comparecer manifestamente perante o tribunal de Cristo, a fim de que cada um receba a retribuição do que tiver feito durante a sua vida no corpo, seja para o bem, seja para o mal” (2 Cor 5, 10). Você está tranquilo?

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Católico, acorda enquanto é tempo! Agora você foge da oração, da Santa Missa, da confissão, de praticar boas obras... E quando morrer? Para onde fugirá? “Para onde fugirá quando vir o juiz indignado, por baixo o inferno aberto, de um lado os pecadores que te acusam, do outro o demônio disposto a executar a sentença, e dentro de si mesmo a consciência que remorde e castiga?” (Santo Agostinho).

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Lembre-se continuamente de que existe um julgamento após a morte... faça o bem enquanto é tempo, não deixe para depois o bem que você pode fazer hoje. Haverá dois livros diante do Tribunal de Deus: o Evangelho e a consciência... ninguém mentirá: “No Evangelho, ler-se-á o que o réu devia fazer; na consciência, o que fez. Na balança da divina justiça não se pesarão as riquezas, nem as dignidades e a nobreza das pessoas, mas somente suas obras” (Santo Afonso Maria de Ligório).

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Não pense que terá uma longa fila e um idoso de barba longa sentado em uma cadeira esperando para te julgar... Será como um relâmpago... tudo muito rápido... não haverá tempo para desculpas ou piadinhas: “Cada alma adquire naquele momento, inesperadamente iluminada pela imensa luz de Deus, a consciência nítida e clara de tudo o que fez de bom e de mal na vida. E como esse conhecimento procede de Deus, está livre de erro e de qualquer esquecimento; a sua evidência impõe-se por si” (Edouard Clerc, monge).

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Naquele dia muitos te acusarão perante o Juiz: “O Demônio recordar-te-á tudo quanto tem feito, o dia e a hora em que pecou” (Santo Agostinho), os Anjos da Guarda “também serão acusadores e darão testemunho dos anos em que procuraram a sua salvação, a despeito do desprezo deste a todas as inspirações e avisos” (Orígenes), as paredes que viram você pecar tornar-se-ão acusadoras (Hab 2, 11), acusadora será a própria consciência (Rm 2, 15-16), os pecados dirão a você: “Tu nos fizeste; somos tuas obras e não te abandonaremos” (São Bernardo de Claraval), as Chagas de Nosso Senhor te acusarão: “Os cravos se queixarão de ti; as cicatrizes contra ti falarão; a cruz clamará contra ti” (São João Crisóstomo). É preciso mudar de vida enquanto é tempo e reparar as ingratidões e infidelidades.

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Católico, você vive dando golpes e enganando a todos, de seus lábios só saem mentira e falsidade... você se julga o maior espertalhão. Grande tolo! Quando comparecer diante do Tribunal de Deus tudo virá às claras... suas gargalhadas se transformarão em desespero: “Com luz na mão esquadrinharei Jerusalém” (Sf 1, 12), e: “A luz da lâmpada penetra todos os recantos da casa” (Mendoza), e também: “Até de cada olhar tens que dar conta” (Santo Anselmo). Lembre-se espertalhão de que a sua hora chegará. Você será julgado sobre os pecados passados; sobre o bem que não fez e sobre o mal que praticou. Tudo há de ser submetido a um exame rigoroso.

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Os pecados que você cometeu às escondidas: Roubo, assassinato, adultério, masturbação... todos eles virão às claras no dia do Julgamento... nada ficará encoberto. Muda de vida enquanto é tempo, porque será impossível voltar atrás: “Para cada um de nós há de chegar esse momento terrível em que compareceremos perante o dono da vinha para responder pelas obras que tivermos realizado na terra, boas ou más... Cada um há de sofrer o seu juízo particular, e será o momento mais silencioso e terrível que jamais tereis podido experimentar. Será o tremendo instante da expectativa, em que o vosso destino eterno estará na balança e estareis a ponto de ser enviados para a companhia dos santos ou para a dos demônios, sem que haja possibilidade de mudança. Não pode haver mudança; é impossível voltar atrás” (Cardeal John Henry Newman).

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O seu juiz não será seu pai que sempre aprovou as suas desonestidades, nem sua mãe que fez vistas grossas para as suas injustiças, nem seu avô que defendeu os seus erros, nem seus irmãos que comprava a todos para não te denunciarem... O Juiz é Deus, aquele que ninguém pode enganar, comprar ou subornar: “O Juiz é Deus. Ninguém tem dúvidas acerca deste ponto. Deve-se apenas esclarecer que o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o poder de julgar (Jo 5, 22), porque o Filho de Deus é também Filho do homem, e porque a fé em Cristo é a regra pela qual se realizará esse Juízo: Tanto amou Deus o mundo, que lhe deu o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3, 16). Quem crê em Cristo, Filho de Deus, e aceita os seus ensinamentos, esforçando-se por praticá-los durante a vida e lutando por ser fiel, não corre o risco de condenar-se. É uma delicadeza de Deus Pai dar-nos como Juiz o próprio Jesus, que é Homem e conhece a nossa fraqueza” (Edouard Clerc, monge).

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Católico, não brinque com a vida... lembre-se de que a morte pode chegar a qualquer momento. Examine com rigor e sinceridade a sua consciência... muda de comportamento... saia das trevas enquanto é tempo... “folheie” pausadamente o livro de sua vida e o corrija agora enquanto o seu coração ainda está pulsando: “Meu amigo, pega em tuas mãos o livro da tua vida e folheia-o todos os dias, para que a sua leitura não te venha a surpreender no dia do juízo particular, nem te envergonhes da sua publicação no dia do juízo universal” (Salvatore Canals), e: “Agora, enquanto te dedicas ao mal, chegas a considerar-te bom, porque não te dás ao trabalho de olhar-te. Repreendes os outros e não reparas em ti próprio. Acusas os outros e a ti não te examinas. Pões os outros diante dos teus olhos, e voltas as costas a ti mesmo. Pois quando chegar a minha vez de censurar-te, diz o Senhor, farei exatamente o contrário: virar-te-ei e por-te-ei diante de ti mesmo. E então tu te verás e chorarás” (Santo Agostinho).

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Você vive de braços cruzados como se não existisse um julgamento após a morte... as suas mãos estão vazias porque você não pratica o bem... você não faz frutificar os dons divinos. Deus deu tudo para você: a vida natural e a vida sobrenatural pelo Batismo, e tudo aquilo que elas implicam. O tempo de sua vida, as qualidades pessoais, as próprias coisas materiais e até o dinheiro de que necessita são dons de Deus... Cuidado! Deus cobrará tudo... descruze os braços e trabalhe enquanto é tempo: “Àquele a quem muito se deu, muito será pedido, e a quem muito se houver confiado, mais será reclamado” (Lc 12, 48), e: “Quando o Juiz vier, exigirá de cada um de nós tanto quanto nos deu” (São Gregório Magno).

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Não adie mais o tempo de conversão. Acorda agora... muda de vida. Enquanto está vivo Deus tem misericórdia de você... depois da morte a misericórdia desaparecerá... somente a justiça permanecerá... não brinque: “Irritado e implacável, então, se lhe apresentará esse Cordeiro divino, que foi no mundo tão paciente e amoroso, e a alma, sem esperança, clamará aos montes que caiam sobre ela e a ocultem à indignação de Deus” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “O Juízo particular dá-se, para cada alma, imediatamente após a morte. Podemos muito bem esperar que, sendo infinita a misericórdia de Deus, Ele concede a sua graça até o último instante da vida humana, a fim de dar à alma a possibilidade de fazer um ato final de caridade e contrição. Mesmo um pecador que faça esse ato, nessa derradeira oportunidade, ainda poderá salvar-se, e o homem justo aumentará a sua esperança. Depois, porém, tudo terminou; já não há arrependimento nem mérito: no momento da morte, a alma imobiliza-se no seu destino” (Edouard Clerc, monge), e também: “Antes do juízo podemos ainda aplacar o Juiz; mas durante o juízo, não” (Santo Agostinho), e ainda: “Desejo, ó Juiz de minha alma, que me julgueis e castigueis nesta vida, porque ainda é tempo de misericórdia e de perdão. Depois da morte só será tempo de justiça” (Santo Afonso Maria de Ligório).

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Não demore em se aproximar de Deus com arrependimento e sincera confissão de seus pecados. Deus espera, mas nem sempre: “Se Deus espera com paciência, não espera sempre. Pois, se o Senhor sempre nos tolerasse ninguém se condenaria” (Santo Afonso Maria de Ligório). O seu coração ainda está pulsando... você está respirando... ainda há tempo de voltar para o Senhor que morreu na cruz para te salvar. Não volte para Ele por medo do inferno, mas sim, por ter ofendido a bondade infinita: “Se o pecador se deixar iluminar e se arrepender – não por medo dos castigos infernais, mas por ter ofendido a suma e eterna bondade – ainda será perdoado. Mas se ultrapassar o momento da morte nas trevas, no remorso, sem esperança no sangue ou, então, lamentando-se apenas pela infelicidade em que se acha – e não por ter me ofendido – irá para a perdição” (Santa Catarina de Sena, O Diálogo).

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Você pergunta o que acontecerá na hora do Juízo com aquele católico que morrer em pecado mortal. Ele será lançado no inferno eterno para sempre: “Finalmente, o juiz pronunciará a sentença: ‘Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno!” (Santo Afonso Maria de Ligório), e: “Quão terrível ressoará aquele trovão” (São Dionísio, Cartuxo), e também: “Quem não treme à consideração dessa horrível sentença não está dormindo, mas morto” (Santo Anselmo), e ainda: “Será tão grande o terror dos pecadores ao ouvir a sua condenação, que se não fossem já imortais morreriam de novo” (Santo Eusébio). A partir desse momento o católico verá o Diabo para sempre no inferno: “Muito grande é esse tormento, porque o Diabo é visto no próprio ser; tão terrível é sua fealdade, que a mente humana não consegue imaginar” (Santa Catarina de Sena, O Diálogo).

Padre Divino Antônio Lopes FP. “A balança da justiça”

Fonte: www.filhosdapaixao.org.br

 

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