15.10.2017 -
Quando iluminada pela fé, a razão nos dá tal visão da ordem criada, que sozinha ela jamais conseguiria dar, pois a fé confere equidade e inteligência que excedem tudo o que é meramente natural.
Não é sem sentido a Virgem de Fátima ter aparecido num contexto em que os homens se afastavam dos Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja para buscar desenfreadamente o prazer, o dinheiro e a vanglória.
Como as guerras são consequências dos pecados dos homens, é apropriado dizer que o abandono de Deus acarretou a I e a II Guerras Mundiais.
A Virgem de Fátima disse à Irmã Lúcia — uma das videntes — que não mais podia segurar o braço justiceiro de seu Divino Filho, prestes a se abater sobre a Terra por causa de tantos pecados.
No centenário da última aparição de Virgem de Fátima — que ocorreu no dia 13 de outubro —, vale a pena realçar a preocupação dos pastorinhos em agradar a Deus e converter os pecadores.
Das seis aparições ocorridas em Fátima, a última foi a mais impressionante, pois com ela Nossa Senhora quis mostrar a veracidade das demais. Deu-se então o Milagre do Sol, presenciado pelas 70 mil pessoas reunidas em Fátima e por muitas outras de lugares mais distantes. Ele foi tão portentoso, que nem sequer os inimigos da Igreja conseguiram empaná-lo ou ignorá-lo.
As aparições de Nossa Senhora em Fátima aconteceram quase no final da I Grande Guerra e pouco antes da revolução bolchevista na Rússia. A Mãe de Deus admoestava: caso os homens não atendessem aos seus pedidos de conversão, reparação e penitência, a Rússia espalharia seus erros pelo mundo.
Mas ficou claro que desses erros não ficaria imune sequer a Santa Igreja, bastando para isso considerar a imensa infiltração comunista nos meios católicos do mundo inteiro e sua nefasta influência sobre a sociedade temporal através da Teologia da Libertação.
O processo revolucionário desencadeado no final da Idade Média atingiu o paroxismo em nossos dias com a eclosão de outros erros e correntes propugnando a Ideologia de Gênero, a pedofilia, a zoofilia, o falso casamento entre pessoas do mesmo sexo e outras enormidades. Tudo isso ao lado de uma infernal ofensiva de blasfêmias e sacrilégios de que os noticiários estão prenhes.
O que surpreende e deixa a todos perplexos é o silêncio enigmático de nossa estrutura eclesiástica. Como estão distantes os tempos em que Santo Antônio Maria Claret e outros santos se opuseram de viseira erguida às arremetidas dos inimigos da Igreja e da Cristandade!
Parece haver um desígnio satânico de implantar na Terra um estado de coisas que fere e transtorna a boa ordenação colocada por Deus. São Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, disse que o demônio haveria de armar grandes ciladas ao calcanhar desta mulher misteriosa, e que haveria grandes inimizades entre a bendita posteridade de Maria e a raça maldita de Satanás.
Afirma ainda o santo que se trata de uma inimizade toda divina, a única de que Deus é autor: “Os combates e as perseguições que os filhos e raça de Belial farão à raça de vossa mãe Santíssima, só servirão para mais bem fazer resplandecer o poder de vossa graça, a coragem da virtude de vossos servos e autoridade de vossa mãe, pois que lhes destes, desde o começo do mundo a missão de esmagar esse soberbo pela humildade de seu coração e do seu calcanhar: ipsa conteret caput tuum.”
Um lugarejo desconhecido como Fátima tornou-se um enorme centro de peregrinação, oração, penitência e milagres. Pessoas do mundo inteiro ali acorrem, para rezar pelo triunfo do Imaculado Coração de Maria e pedir a própria conversão. Animados pelas promessas de Maria, a confiança em sua vitória esmagadora se acende em nós!
(*) Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria – Cardoso Moreira (RJ).
Fonte: www.abim.inf.br
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