Artigo do escritor Maycson Rodrigues: Autonomia infantil e a desonestidade intelectual global


09.10.2017 -

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Lembro-me vagamente da minha infância. Lógico que não tem como voltar 20, 25 anos atrás da vida e puxar tudo na memória, mas consigo claramente me ver jogando futebol, brincando com um boneco do Rambo ou participando da famosa brincadeira “salada mista”, onde a regra geral era sempre um menino escolher uma fruta e pagar a “prenda” com uma menina, e vice-versa.

Nunca se passou em nossa mente brincar de uma salada mista que misturasse os “gêneros”. Isso só pode se passar na mente de quem não tem compromisso com a vida humana. Simples assim.

A minha infância foi vivida no final dos anos 80 e início dos anos 90. Não existia toda essa imbecilidade intelectual chamada “ideologia de gênero” e, sinceramente, a despeito do que a ala esquerdista midiática tenta impor, éramos muito felizes – com os meninos correndo atrás de uma bola ou de uma pipa, e as meninas maquiando uma boneca da Barbie ou brincando de casinha ou fazendo comidinha no fogão de plástico etc.

Acho curioso que os “pais modinha” de hoje tiveram exatamente este tipo de educação. E quando não, defendem a tal ideologia de satanás (ops, de gênero) justamente devido à dor que a ausência paterna ou materna produziu em suas almas ou até mesmo por um abuso sofrido por parte de outro ente familiar (tio, prima, padrinho e por aí vai).

Se você soubesse um pouco do que muito artista ou intelectual global passou na sua infância dentro de casa, talvez ficasse mais claro de entender o porquê de certas asseverações (logicamente, para toda regra há exceções) por parte de muitos deles. Certamente muita coisa se auto explicaria diante dos nossos olhos.

No entanto, a Escritura já tinha nos avisado que os tempos finais seriam os piores de se viver e formar uma família naturalmente saudável. Paulo disse a Timóteo:

Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. (2 Timóteo 4.1-4)

Esta geração, literalmente, possui “comichão nos ouvidos” e “amontoa para si doutores conforme as suas próprias concupiscências”. Esta geração é “desviada da verdade”. Diria também que esta geração odeia a verdade, e especialmente quem a afirma publicamente.

Somos desafiados hoje não a ficarmos tão somente indignados e criticando na internet um programa da Rede Globo ou uma matéria tendenciosa como a que foi exibida no último programa do Fantástico (08/10/2017); somos desafiados a realizar um trabalho profundo de discipulado em nossas casas e em nossas igrejas, visando desconstruir absolutamente cada argumento infundado dessa ideologia que tem sido uma porta de entrada para sequelas psíquicas permanentes nas crianças de hoje.

Particularmente e sem orgulho próprio nenhum em dizer isso, não assisto o “Fantástico” há anos. Pra mim, já deixou de “Fantástico” para ser “Patético” desde muito tempo. Só que a gente sabe que este programa possui uma das maiores audiências da TV brasileira. E o pior disso tudo é que um público que contribui generosamente com o alcance dessa reportagem absolutamente “isentona” é conhecido por público cristão.

Caro leitor cristão, sem rodeios: desligue a TV no domingo.

Domingo é o dia do Senhor Jesus. Você já trabalha a semana inteira e sai para se divertir no sábado; dedique o seu domingo para adorar a Jesus e celebrar a comunhão eclesiástica e familiar! Preste atenção por favor: não precisa ser radical de um modo inconsciente e não reflexivo, mas eu diria que você ganhará muito mais se sentando à mesa para almoçar com sua família e preparando a sua alma para cultuar ao Senhor (seja pela manhã ou à noite) do que vendo Faustão e/ou outras porcarias semelhantes.

A TV Globo precisa muito da audiência cristã – e eu enfatizo aqui a audiência estritamente evangélica –, e enquanto estes irmãos permanecerem no “cristianismo nominal” ou na fé superficial que não dedica ao menos um dia na semana para uma busca e meditação maior na presença de Deus, esta e outras empresas da mídia televisiva continuarão com as razões para a propagação dos seus reais valores (que são imorais e autodestrutivos) e, com isso, confundir até mesmo os eleitos, como sentencia a Palavra de Deus.

Se você literalmente boicotar a TV, a TV terá de rever o seu conteúdo programático. Porém, enquanto houver omissão de nossa parte e até mesmo conivência, dando audiência para uma programação lixo como é a deste programa que se intitula como um programa “Fantástico”, teremos de lidar com matérias engendradas para combater o modelo bíblico familiar e conjugal, e não haverá em nós moral alguma para nos contrapormos a tudo isso.

E quero encerrar citando uma frase de G. K. Chesterton:

“Os modernos de alguma forma perderam o sentido da vida humana. Eles esperam o que a natureza nunca prometeu; e depois destroem tudo o que a natureza realmente deu.”

A criança não precisa de autonomia; a criança precisa apenas de ser ensinada no caminho em que deve andar.

Diga aos seus filhos que a vida não é um conto de fadas “fantástico”, onde ela poderá fazer tudo o que quiser, pois isso é vaidade e ilusão. Diga aos seus filhos que a liberdade verdadeira conhece limites. Afirme que liberdade sem maturidade gera libertinagem, como bem afirma o meu pastor, Neil Barreto. Que eles sejam doutrinados não por seus professores de esquerda, mas pela poderosa Palavra do Evangelho, contida na Escritura.

Se eles viverem um relacionamento com Cristo e o seu Evangelho desde a infância, dificilmente serão massa de manobra deste exército da perversão familiar travestido de especialistas da educação infantil. Quem foi uma criança infeliz não pode determinar nada sobre a felicidade de nenhuma criança.

A criança que nasceu menino, nasceu para ser menino. E a criança que nasceu menina, nasceu para ser menina. Ensine isso aos seus filhos. Ensine isso na sua igreja. A verdade da Palavra de Deus destrói todo tipo de especulação, como diz R.C. Sproul. E é apenas a Palavra de Deus que vence a batalha espiritual e a oposição diabólica velada contra a família bíblica que se dá, principalmente, no campo das ideias. Fonte: Gospel Prime

 

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