13.08.2017 -
Por Professor Plinio Corrêa de Oliveira
Na Idade Média, os conceitos de cavalaria e de nobreza em certo sentido se confundiam. Assim, nem sempre o cavaleiro era nobre, mas muitos deles participavam dessa condição; nem todos os nobres eram cavaleiros, embora muitos o fossem.
Que característica do cavaleiro medieval o tornou célebre na História?
O traço marcante foi a Fé.
Daí a coragem que o cavaleiro revelava nas mais terríveis das lutas, as cruzadas, visando libertar o Santo Sepulcro de Nosso Senhor Jesus Cristo. Tais empreendimentos almejavam esse objetivo no Oriente, e, na Península Ibérica, aspiravam livrar, do jugo maometano, as populações espanhola e portuguesa.
A grande capacidade de combate desse guerreiro era explicável: tratava-se de defender a Religião, ao que ele se entregava inteiramente, arriscando mesmo a própria vida.
Tal característica existiu no cavaleiro medieval em harmonia com outras notas, aparentemente contraditórias.
O cavaleiro era homem de Fé. Contudo, dotado também de espírito prático, chegou a edificar grandes fortificações, esplêndidos castelos e, em alguns casos, imponentes catedrais, levando mais longe do que ninguém a arte de construir maravilhas.
Ele, corajoso na luta, requintou, pouco a pouco, as regras de boa educação e do convívio amável.
Altivo perante seus iguais, mas benevolente no trato com o sexo frágil, os velhos, os doentes e os feridos na guerra. Então, parecia ele, por assim dizer, feito de açúcar. Entretanto, era só o inimigo ousar qualquer coisa contra os interesses da Igreja que aquele homem tão doce transformava-se num leão.
Ele, um batalhador, não obstante favoreceu enormemente a cultura, revelando-se um propulsor das artes e elevando o tom de vida a um nível menos rústico do que o vigente no início da Idade Média. Donde se explicam os bonitos móveis, as belas alfaias, a gastronomia refinada, os vinhos excelentes e os sinos harmoniosos surgidos naquela época histórica. Foram traços estes que o cavaleiro, antes tão rude, paulatinamente imprimiu na vida de então, tornando-a cheia de afabilidade e beleza. Em suma, colaborando para ser implantada a civilização católica.
Esse era o perfil do cavaleiro medieval.
(*) Excertos tirados de comentários do Prof. Plinio para cooperadores da TFP em 18 de dezembro de 1992. Sem revisão do autor.
Publicado originalmente na revista Catolicismo, N° 556 – Abril de 1997
Fonte: https://ipco.org.br
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Coragem! E sede fortes. Nada vos atemorize, e não os temais, porque é o Senhor vosso Deus que marcha à vossa frente: ele não vos deixará nem vos abandonará". (Deuteronômio 31, 6)
"Comigo está o Senhor, nada temo; que mal me poderia ainda fazer um homem? Comigo está o Senhor, meu amparo; verei logo a ruína dos meus inimigos. Mais vale procurar refúgio no Senhor do que confiar no homem. Mais vale procurar refúgio no Senhor do que confiar nos grandes da terra. Ainda que me cercassem todas as nações pagãs, eu as esmagaria em nome do Senhor.
Ainda que me assediassem de todos os lados, eu as esmagaria em nome do Senhor. Ainda que me envolvessem como um enxame de abelhas, como um braseiro de espinhos, eu as esmagaria em nome do Senhor. Forçaram-me violentamente para eu cair, mas o Senhor veio em meu auxílio. O Senhor é minha força, minha coragem; ele é meu Salvador". (Salmos 118, 6-14)
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