Os brasileiros estão ficando mais pobres: Com fome e sem-teto à medida que a crise se intensifica. O Brasil entrou em sua pior recessão há décadas, com 14 milhões de desempregados


21.07.2017 -

Um mural criado pelo artista de rua Paulo Ito, em São Paulo, mostra um menino chorando com apenas uma bola de futebol para comer. A arte foi criada em 2014, como uma crítica aos gastos efetuados com a Copa do Mundo.

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Ainda não eram nem 5 da manhã quando Miriam Gomes chegava ao projeto social de que cuida: o Pequeno Anjo Feliz, no desajeitado bairro Cidade Nova, no Rio de Janeiro. Mesmo antes do sol nascer a fila para a entrega da comida semanal já tinha muitos metros de comprimento. 

Alguns haviam dormido lá fora - parte deles faz parte do crescente exército de sem-teto do Rio, outros moram longe demais para chegar no local às 6:30 da manhã, hora em que os registrados começam a juntar uma sacola de vegetais, frutas, arroz, feijão, macarrão, leite, biscoitos e um pouco de chocolate.

Estas são algumas das vítimas do aumento da pobreza em um país que um dia já foi elogiado pela redução da desigualdade, mas que hoje vê o número de pobres subir novamente.

O Brasil entrou em sua pior recessão há décadas, com 14 milhões de desempregados.

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"Há muito mais pessoas na rua", disse Gomes, 53, que comprou com uma herança a casa onde fica a sede do projeto Pequeno Anjo Feliz, e vive da pensão militar do pai falecido.

Alguns brasileiros recebem benefícios do Bolsa Família, mas lutam para que ele não acabe. Outros são parte do 1,1 milhão de famílias retiradas do programa no ano passado devido a "irregularidades" apontadas pelo governo.

Entre estes "outros" está Vera dos Santos, 43 anos, que perdeu seu posto como empregada doméstica há dois anos e meio, com três filhos adolescentes para alimentar. Recentemente, ainda grávida, perdeu o bebê. "Minha situação financeira é difícil", disse ela.

O Brasil comemorou sua saída do mapa da fome das Nações Unidas em 2014. Agora corre o risco de ser reintegrado, como adverte um novo relatório.

"Se não tomarmos as devidas providências, o Brasil voltará ao mapa da fome", disse Francisco Menezes, economista e um dos autores do relatório de progresso da agenda 2030 de desenvolvimento sustentável, apresentado recentemente à ONU por um grupo de órgãos não-governamentais e institutos de pesquisa, e divulgado na íntegra no final deste mês.

"As pessoas estão ficando mais pobres", disse Menezes.

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(Moradores de rua se abrigam na porta da Catedral da Sé, em SP)

A situação deveria ter virado passado. Quando o líder da esquerda, Luiz Inácio “Lula” da Silva, chegou ao poder com uma onda de apoio popular em 2002, prometeu três refeições por dia a todos os brasileiros. Durante seus oito anos de governo, e mais quatro de sua sucessora, Dilma Rousseff, 36 milhões de brasileiros saíram da pobreza com a ajuda de políticas sociais aclamadas, como o próprio Bolsa Família.

O aumento dos preços das commodities e os gastos do consumidor de uma nova classe média baixa contribuíram para uma economia em expansão. Os brasileiros que viviam abaixo da linha da pobreza caíram de 25% em 2004, para 8% em 2014, quando Rousseff concorreu à reeleição, segundo dados do centro de política social da Fundação Getúlio Vargas.

Até então, a economia estava começando a se retrair. Os preços das commodities diminuíram logo que Dilma obteve uma vitória apertada, por conta da crescente preocupação com sua política econômica intervencionista e com o aumento dos gastos públicos.

Em 2015, o desemprego estava subindo e o Brasil mergulhava em sua mais profunda recessão desde a década de 1930. O país perdeu o grau de investimento. Em 2016, Dilma foi acusada, ostensivamente, de infringir as regras de orçamento. Mas o processo foi impulsionado pela recessão e uma vasta crise de corrupção na Petrobras, empresa estatal de petróleo, na qual muitos membros do Partido dos Trabalhadores (PT), de Dilma e de seus aliados do Congresso, estavam envolvidos.

Até então, a quantidade de brasileiros que viviam na pobreza aumentou para cerca de 11%. "Sem dúvida, é uma regressão", disse Marcelo Neri, diretor do centro de política social da Fundação Getúlio Vargas.

Michel Temer, ex-vice-presidente de Dilma, assumiu o governo e começou a reduzir os gastos. Em dezembro do ano passado, foi introduzido um teto de 20 anos sobre os gastos públicos. O Congresso está discutindo reformas para o generoso sistema de pensões do Brasil. Os economistas liberais argumentam que, sem essas reformas, o Brasil não conseguirá superar seu déficit e voltar ao crescimento.

O relatório de progresso argumentou que essas medidas de austeridade aumentarão a pobreza no Brasil, e afirmam que o país deve reduzir outros custos e adotar um sistema fiscal mais justo (a maior taxa de imposto neste país profundamente desigual é de 27,5%). Menezes calculou que, se o limite de gastos tivesse sido implantado em 2003, o Brasil teria gastado 68% menos em programas sociais entre os anos de 2003 e 2015.

Enquanto isso, os pobres continuam ficando mais pobres. Isso fica evidente em uma manhã, em algum canto do Borel, favela do Rio, onde barracos de madeira, sem água corrente ou esgoto, se firmam em um morro lamacento. Welington de Souza, morador de 39 anos, disse que mais casas improvisadas estão sendo construídas na comunidade de baixa renda, onde as pessoas trabalham vendendo latas, garrafas de plástico e papelão que coletam na rua.

As pessoas estão buscando a mesma linha de trabalho informal, a reciclagem, que oferece o dinheiro na mão, e em números crescentes. "Por causa do desemprego, as pessoas estão tendo que se virar", disse Souza, que vive com sua esposa grávida, Karla Santos, de 19 anos, e seu filho Carlos Eduardo, de 4, e que fazia serviços elétricos e de limpeza antes do trabalho de reciclagem.

A irmã de Santos, Edeane Silva, 24, mora ao lado, com seu parceiro Sérgio Conceição, 39, e suas três crianças pequenas. Sua geladeira quebrou e, quando chove, sua casa inunda, conta Silva. Quando seu benefício familiar de R$ 415 por mês foi interrompido, ela começou a reciclar com Conceição, deixando o bebê com sua mãe.

"Às vezes eu acho que preciso de alguma carne na mesa e não volto para casa até conseguir", disse Conceição. "Eu tenho que ter fé".

O que falta aos brasileiros é fé de que seus políticos possam resolver a bagunça em que o Brasil está, e reduzir a pobreza crescente. À medida que os escândalos de corrupção se multiplicam, a maioria dos políticos está ocupado demais tentando se salvar.

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No início deste ano, foram autorizadas investigações para oito dos ministros de Temer. Em 2 de agosto, a Câmara dos Deputados votará se autoriza o julgamento do próprio presidente sob acusações de corrupção.

O partido de Temer, o PMDB, administra o governo do estado do Rio desde 2007. Seu ex-governador, Sérgio Cabral, foi preso acusado de receber subornos substanciais, enquanto o governo do estado está quebrado e com meses de salários atrasados. Instituições organizam doações de alimentos para funcionários famintos.

Tudo isso alimentado por um ambiente cada vez mais caótico, onde uma nova legislação ameaça os avanços na segurança alimentar, e prejudica os serviços de saúde, educação e segurança social, alertou o relatório.

"Existe uma falta de confiança generalizada em relação à classe política, ao sistema de justiça e aos poderes executivo e legislativo", disseram os autores do relatório, acrescentando que "as populações mais vulneráveis" estavam entre os "mais prejudicados".

Fonte: www.msn.com/pt-br/noticias/brasil

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"O Senhor dizia: julgai segundo a verdadeira justiça; cada um de vós tenha bom coração e seja compassivo para com o seu irmão. Não oprimais a viúva nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre...

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...e não trameis em vossos corações maus desígnios uns contra os outros. Eles, porém, não quiseram escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os ouvidos para nada ouvir. Endureceram o seu coração como um diamante, para não entenderem as instruções e as palavras que o Senhor dos exércitos lhes dirigia pelo seu Espírito, por meio dos antigos profetas. Por isso o Senhor dos exércitos indignou-se vivamente contra eles". (Zacarias 7, 9-12)

"Eis que o salário, que defraudastes aos trabalhadores que ceifavam os vossos campos, clama, e seus gritos de ceifadores chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Tendes vivido em delícias e em dissoluções sobre a terra, e saciastes os vossos corações para o dia da matança! Condenastes e matastes o justo, e ele não vos resistiu". (São Tiago 5, 3-5)

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"Porque conheço o número de vossos crimes e a gravidade de vossos pecados, opressores do justo, exatores de dádivas, violadores do direito dos pobres em juízo". (Amós 5, 12)

"Ouvi isto, exploradores do necessitado, opressores dos pobres do país!" (Amós 8, 4)

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"Portanto, eis o que diz o Senhor Deus: meus servos comerão e vós tereis fome, meus servos beberão e vós tereis sede, meus servos se rejubilarão e vós ficareis envergonhados, meus servos cantarão na alegria de seu coração, e vós vos lamentareis com o coração angustiado, rugireis com a alma em desespero.

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Vosso nome ficará como um termo de maldição entre meus eleitos: (Que o Senhor Deus te faça morrer!) enquanto meus servos receberão um novo nome. Aquele que desejar ser abençoado na terra, desejará sê-lo pelo Deus fiel, e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus fiel, porque as desgraças de outrora serão esquecidas, já não lhes volverão ao espírito. Pois eu vou criar novos céus, e uma nova terra; o passado já não será lembrado, já não volverá ao espírito, mas será experimentada a alegria e a felicidade eterna daquilo que vou criar. Pois vou criar uma Jerusalém destinada à alegria, e seu povo ao júbilo.  (Isaías 65)

"Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada". (São Mateus 10, 15 e 34)

"...porque seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das suas injustiças". (Apocalipse 18, 5)

 

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