09.05.2017 -
Bártolo Longo, homem de decisões radicais, recusou vantajosas propostas de casamento, abandonou a carreira advocatícia e se dedicou às obras de caridade.
Tornou-se, com isso, alvo de grosseiras chacotas daqueles mesmos que antes aplaudiam e estimulavam suas atividades anti-religiosas. Mas elas produziram como único resultado um ato de reparação: “Devo reparar pelos meus pecados”, dizia o convertido.
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O beato Bartolo Longo nasceu em 1841 na localidade italiana de Latiano, região da Apúlia. Embora educado na fé e na piedade, cedeu a influências que o afastaram de Deus após sair de casa para estudar, primeiro em Lecce e depois em Nápoles.
Eram tempos conflituosos e o ímpeto idealista que antecedeu a unificação italiana irradiava nas universidades as ideias iluministas e o ódio contra a Igreja, tachada de obscurantista e opressora.
Bartolo não passou incólume por essas influências, que o levaram a círculos fechados e elitistas, à maçonaria e ao espiritismo. Ele próprio dirá de si mesmo que, nessa época, foi como um “sacerdote de Satanás”, mas a euforia da suposta “libertação do jugo da Igreja” se transformou em tamanha desilusão com as novas ideias e práticas que o jovem se viu em intensa depressão e, várias vezes, à beira do suicídio.
Na busca de alívio para o desespero, encontrou no professor e amigo Vincenzo Pepe, seu conterrâneo, a firmeza e a clareza que o salvariam: “Se você continuar com essas práticas, vai terminar num hospício!”. Foi Pepe quem o apresentou ao padre dominicano Alberto Radente, diretor espiritual que o ajudaria a dissipar do espírito aquelas trevas espessas.
Foi depois de várias sessões de orientação guiadas pelo sacerdote que Bartolo Longo se confessou e abraçou a mudança de rota.
Mas quem disse que ia ser fácil? A tentação e os pensamentos de desespero se mantiveram em seu encalço. Certo dia, enquanto andava cheio de pesares e tormentos pelo Vale de Pompeia, veio-lhe à mente uma frase que o pe. Radente lhe dissera várias vezes:
“Se você procura a salvação, propague o Rosário. É uma promessa de Maria”.
Ele ouviu então o ressoar de um sino distante, alçou os braços ao céu e bradou:
“Se é verdade que prometestes a São Domingos que quem propagar o Rosário se salvará, eu me salvarei porque não vou sair desta terra de Pompeia sem ter aqui propagado o teu Rosário!”
Ao longo dos dias seguintes, o rapaz conseguiu o trabalho de administrador do patrimônio da condessa De Fusco. Passou a frequentar os grupos de oração mantidos pela condessa e, alguns meses depois, acabou se casando com ela.
Os novos cônjuges fizeram o propósito de espalhar pelo Vale de Pompeia a devoção ao terço. Puseram numa antiga igreja local um quadro de Nossa Senhora do Rosário que eles próprios haviam recebido de uma irmã dominicana, amiga do pe. Radente. A imagem se tornou conhecida como o ícone de Nossa Senhora do Santo Rosário de Pompeia, cujo santuário está hoje entre os mais frequentados do mundo. Em 1883, Bartolo compôs a Súplica a Nossa Senhora de Pompeia.
No dia 5 de outubro de 1926, Bartolo Longo suspirou, pouco antes de entregar o espírito às mãos do Pai:
“O meu único desejo é o de ver Maria, que me salvou e me salvará das garras de Satanás”.
São João Paulo II o beatificou em 26 de outubro de 1980.
Fonte: Aleteia