09.03.2017 - Nota de www.rainhamaria.com.br
Por Dilson Kutscher
Devido a certos emails que recebo de cristãos/católicos, criticando do porque insisto com o tema; amor ao próximo, caridade com os irmãos desamparados. Necessitados não só de alimentos, agasalhos ou bens materiais, mas que necessitam principalmente de uma palavra de carinho, conforto e esperança.
Como diz no artigo abaixo, o sábio Santo Afonso de Ligório, referindo-se a São Gregório: "Quem ama a Deus, amará necessariamente também a seu próximo, porquanto, no dizer de São Gregório, estes dois amores estão de tal modo unidos, que o segundo nasce do primeiro, e o primeiro alimenta-se do segundo. E acrescenta que um abrange o outro, pois que são dois elos de uma mesma cadeia; dois atos de uma mesma virtude, dois títulos de mérito diante de Deus, que se encontram sempre acompanhados um do outro".
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Artigo publicado no site em 28.03.2016
Declarou o Papa Pio XI: O maior e mais terrível erro que se pode cometer na vida espiritual, é dizer de si para si mesmo; já alcancei a perfeição moral suficiente para a salvação (ou seja, já estou salvo e irei para o Céu)
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Papa Pio XI
"O maior e mais terrível erro que se pode cometer na vida espiritual, é dizer de si para si mesmo: Já alcancei a perfeição moral suficiente para a salvação, já basta, agora vou parar. Um raciocínio deste tipo enquadra vários defeitos, sendo que o primeiro é considerar que já temos perfeição suficiente para irmos para o Céu”.
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Dos Escritos de Santo Afonso de Ligório, sobre Amar a Deus e a Salvação Eterna.
In his duobus mandatis universa lex pendet et prophetae – “Nestes dois mandamentos está encerrada toda a lei e os profetas”. (São Mateus 22, 40)
Eis aí a bela resposta que Jesus deu ao fariseu que lhe perguntou sobre qual era o maior preceito da lei: “Amarás”, disse-lhe, “o Senhor teu Deus de todo o teu coração… Este é o máximo e o primeiro mandamento. E o segundo é semelhante a este: Amarás a teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos está encerrada toda a lei e os profetas.”
Meu irmão, como é que praticas o grande mandamento da caridade? Amas a teu Senhor de todo o teu coração?… Amas a teu próximo como a ti mesmo?
Estamos no mundo não para entesourar riquezas, nem para obter dignidades, nem para granjear celebridade; mas unicamente para amar a Deus. O amor de Deus é aquela única coisa necessária da qual fala São Lucas, e tudo quanto não se faz para este fim é perder o tempo.
Quem ama a Deus, amará necessariamente também a seu próximo, porquanto, no dizer de São Gregório, estes dois amores estão de tal modo unidos, que o segundo nasce do primeiro, e o primeiro alimenta-se do segundo. E acrescenta que um abrange o outro, pois que “são dois elos de uma mesma cadeia; dois atos de uma mesma virtude, dois títulos de mérito diante de Deus, que se encontram sempre acompanhados um do outro.”
Eis porque o Senhor, no Evangelho de hoje, depois de explicar o máximo e o primeiro mandamento do amor para com Deus, logo acrescenta, mesmo sem ser perguntado: “O segundo é semelhante ao primeiro: Amarás a teu próximo como a ti mesmo.” E conclui com estas palavras: “Nestes dois mandamentos está encerrada toda a lei e os profetas.” Como se dissesse que a estes dois mandamentos do amor se referem todos os demais, e que quem observa aqueles guarda também estes. Para que alguém saiba se ama a Deus, e a que degrau de perfeição tenha chegado, basta que examine de que modo ama a seu próximo.
Não é necessário que neste mundo sejamos cumulados de dignidades, que tenhamos riquezas, boa saúde e gozos terrestres; mas necessário é que nos salvemos. Não há meio termo: se não nos salvarmos, seremos condenados. Depois desta breve vida seremos ou para sempre felizes no paraíso, ou para sempre desgraçados no inferno.
Quantos mundanos, que outrora gozaram abundância de riquezas e honras, foram elevados às mais altas dignidades, quiçá a tronos, estão agora no inferno! Ali todas as prosperidades gozadas neste mundo só lhes servem para sua maior dor e desesperação.
“O rico, quando dormir, nada levará consigo; abrirá os olhos e nada achará”. (Jó 27, 19)
Eis o que nos avisa o Senhor: Nolite thesaurizare vobis thesauros in terra – Não queirais ajuntar tesouros na terra; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem a ferrugem e os vermes, e onde os ladrões não os desenterram nem roubam (Mt 6, 19-20). Todos os bens terrestres se perdem na hora da morte; mas os bens espirituais são tesouros incomparavelmente mais preciosos e duram eternamente.
Lê-se na vida de São João o Esmoleiro, que um homem muito rico lhe recomendara seu filho único e lhe dera muitas esmolas, afim de obter longa vida para esse filho; mas pouco tempo depois o moço morreu.
Queixando-se o pai amargamente da perda do filho, enviou-lhe Deus um anjo que lhe disse: “Pediste para teu filho longa vida. Pois bem, sabe que já está gozando dela no céu por toda a eternidade.”
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje, porque o dia presente passa e não volta; e amanhã a morte poderia apresentar-se e nada te permitiria fazer.
"O homem não conhece sua própria hora: semelhantes aos peixes apanhados pela rede fatal, os passarinhos presos no laço, os homens são enlaçados na hora da calamidade que se arremessa sobre eles de súbito". (Eclesiastes 9, 12)
Procura, sem demora, libertar-te do que te afasta de Deus. Rompe, sem tardança, com todo laço que te prende aos bens da terra, antes que a morte os venha arrebatar. Bem-aventurados os que, ao morrer, já se acham mortos para as afeições terrenas.
Disse São Lourenço Justiniano: "Sabes que necessariamente hás de morrer. Se já estivesses morto, que não desejarias ter feito por Deus? Portanto, agora que vives, pensa que algum dia cairás morto".
E eu, que disponho de tempo, que faço eu por minha alma? Este Santo pensava assim por humildade; mas tu, querido irmão, talvez com razão receies ser considerado aquela figueira sem fruto, da qual disse o Senhor: “Três anos já que venho a buscar frutas a esta figueira, e não os achei” (Lc 13,7).
Tu, que há mais de três anos estás neste mundo, quais os frutos que tens produzido? Considera — disse São Bernardo: "Que o Senhor não procura somente flores, mas quer frutos".
"Eu ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Felizes os mortos que doravante morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem". (Apocalipse 14,13)
Assim tremia Santa Maria Madalena de Pazzi, que respondeu ao confessor que a animava: “Ah padre, é coisa terrível o ter que comparecer perante o tribunal de Jesus Cristo!”
Tremia Santo Agatão depois de ter passado tantos anos no deserto a fazer penitência e dizia aos que lhe cercavam o leito: “Que será de mim quando for julgado?”
Tremia o Venerável Luiz da Ponte, e tremia tanto que fazia também tremer o quarto onde estava. E tu, meu irmão, que dizes? Que fazes? Se neste momento o Senhor te deixasse morrer e te citasse a seu Tribunal, que havias de responder? Amei a Deus e a meu próximo?
In his duobus mandatis universa lex pendet et prophetae – “Nestes dois mandamentos está encerrada toda a lei e os profetas”. (São Mateus 22, 40)
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje; porque o dia de hoje passa e amanhã virá talvez a morte que te impossibilitará de fazer algum bem e de remediar o mal. Numa palavra, mister é que prepares as contas, antes que venha o dia das contas. Entretanto, conclui o Evangelho, se puderes dar esmolas, com as riquezas iníquas faze dos pobres os teus amigos; para que quando necessitares, te obtenham de Deus a graça de uma boa morte, e assim te recebam nos tabernáculos eternos.
"A esmola livra da morte, ela apaga os pecados e faz encontrar a misericórdia e a vida eterna". (Tobias 12, 9)
"Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade". (I São João 3, 17-18)
"Então o Rei dirá aos que estão à direita: - Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo, porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim. Perguntar-lhe-ão os justos: - Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?
Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?
Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?
Responderá o Rei: - Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes". (São Mateus 25, 34 -40)
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