30.12.2016 -
Uma história que mais parece um conto natalino. Em um "um gesto incrível bondade", duas turistas suecas levaram um sem-teto da Escócia para passar o Natal na casa delas - na Suécia.
Jimmy Fraser pedia esmolas na George Street - uma das mais movimentadas ruas comerciais de Edimburgo - quando Annis Lindkvist e a irmã Emma se aproximaram pedindo informações.
Os três fizeram amizade e trocaram telefones antes da volta das irmãs para o vilarejo sueco de Sagmyra.
"Só sei que depois eu estava num avião para a Suécia", disse Fraser à BBC, acrescentando que a viagem foi como um sonho.
Annis, de 37 anos, pagou a confecção do passaporte e a passagem para Fraser passar o Natal com a sua família.
Fraser, de 54 anos, mudou-se da cidade de Lanark, a cerca de uma hora de Edimburgo, há 13 anos, depois de ter se divorciado.
"Sei que é estranho. Eu estava na George Street e essas duas mulheres vieram falar comigo. Depois, só sei que eu estava na Suécia", conta o ex-segurança, pai de dois filhos.
"As pessoas prometem coisas todos os dias, mas nunca as materializam. Os amigos diziam que eu não devia ir, porque podia acabar enforcado e esquartejado", acrescenta. "Mas achei que tinha que ir, porque era uma oportunidade única."
"Fiquei muito nervoso no avião, pensando se elas estariam me esperando ou se iam me dar um chute", lembra.
"Em vez disso, foi uma experiência linda, a família era formidável."
Ele é só elogios aos novos amigos: "Annis é uma pessoa tão maravilhosa, gentil e generosa... Queria que todo mundo fosse como ela".
"Viver como sem-teto é solitário, deprimente e frio e você sofre muitos abusos."
"Foi um gesto incrível de bondade e eu adorei conhecer os amigos, colegas e parentes de Annis. Queria estar lá agora."
Fraser viajou no dia 21 de dezembro e voltou para a Escócia uma semana depois.
Durante a viagem, assistiu a uma partida de hóquei no gelo, foi a feiras de Natal, à Missa do Galo e encontrou a família e os amigos de Annis.
Ela vive na pequena cidade sueca de Sagmyra com o marido Daniel e três filhos, de 13, oito e cinco anos de idade.
Annis trabalha num lar para pessoas com demência e diz que tem falado com Fraser todos os dias desde que ele partiu.
"Nunca tinha me sentido assim diante de um sem-teto. Minha mãe chorava sem parar quando ele foi embora, e os meus filhos perguntavam todos os dias quando ele ia voltar", conta. "Tenho um lugar grande para ele no meu coração."
"Tinha minhas dúvidas, mas quando ele estava aqui, nos sentamos conversei com ele sobre isso. Eu podia ser uma assassina e ele também, mas eu tinha a sensação de que ele era mesmo uma boa pessoa", afirma ela.
"Doamos dinheiro para caridade todos os meses, mas nunca tínhamos feito nada assim."
Segundo Annis, alguns amigos e parentes acharam que ela "estava maluca".
"Mas simplesmente abri minha casa e disse que tudo que era nosso era dele também."
Annis convidou Fraser para voltar na Páscoa - e o descreveu como "parte da família agora". Fonte: BBC noticias
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