Sobrevivemos ao Boko Haram, mas não à fome: O drama das crianças mortas por inanição na Nigéria


07.12.2016 -

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No mês passado, Kawu Ashe teve de tomar uma decisão de vida ou morte e abandonar o povoado onde vivia na Nigéria após receber uma mensagem aterrorizante do grupo extremista Boko Haram: "Voltaremos novamente para buscar seu filho".

Há dois anos, os militantes já haviam matado seu marido. Agora, diziam que o filho do casal, de dois anos e meio, lhes pertencia.

Ashe agiu rapidamente para proteger o pequeno Abdullahi, ainda que o castigo para quem tenta escapar do grupo seja a execução.

Amparados pela noite, ela e os dois filhos, além da irmã, caminharam por matagais por nove horas até chegar a um local seguro.

Mas, ainda que tenha conseguido resguardar Abdullahi dos extremistas, ela o deixou exposto a outra ameaça: a inanição que aflige mais de 120 mil pessoas no nordeste nigeriano, uma região devastada pela insurgência do Boko Haram.

A ONU descreveu a desnutrição aguda e generalizada nesta área do país africano como a "pior crise do continente" e convocou a comunidade internacional a contribuir com mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,4 bilhões) para salvar seus 7 milhões de habitantes.

Em julho, o organismo internacional calculou que há 250 mil crianças com menos de 5 anos nesta situação no Estado de Borno. Uma em cada cinco corre risco de morrer por isso.

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Abdullahi está esquelético. Pesa 7 kg, a metade do normal para uma criança da sua idade. "Não havia comida nem água potável em nosso vilarejo", diz Ashe à BBC em uma clínica de nutrição da Unicef, agência da ONU para a infância, na capital de Borno, Maiduguri.

"Se conseguíamos algo para comer, os militantes tomavam da gente. As coisas estão um pouco melhores aqui, mas ainda preciso lutar para alimentar meus filhos."

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No mês passado, a organização Médico Sem Fronteiras denunciou que milhares de crianças já morreram de inanição em decorrência da crise.

Fundado em 2002, o Boko Haram se concentrou inicialmente em combater a educação de estilo ocidental.

Passou a realizar operações militares em 2009 e, mais recentemente, uniu-se ao grupo extremista autodenominado Estado Islâmico e instaurou um califado em uma região que se estende por parte do nordeste da Nigéria.

Nos sete anos que está na região, o grupo arrasou com tudo. Muitos habitantes tornaram-se suas vítimas, e milhões fugiram para escapar do mesmo destino tanto no norte da Nigéria quanto nos países vizinhos Chade, Camarões e Niger.

O exército nigeriano vem recuperando grande parte do território ocupado pelos extremistas nos últimos 22 meses. À medida que avança e obriga militantes a deixarem o território antes controlados por eles, a real dimensão da tragédia vai sendo revelada.

Os ataques frequentes do Boko Haram impediram que, pelo terceiro ano consecutivo, agricultores cultivassem suas terras. E os comboios de ajuda alimentar são com frequência alvo de emboscadas ao percorrer rotas inseguras.

Também há acusações de roubos de grande escala da ajuda humanitária que chega até a região, que estão sendo investigados pelo Senado nigeriano.

Os militares ainda fecharam os mercados por questão de segurança, e muitas pessoas não têm onde ir para comprar o básico.

A ONU diz que milhões dependem de ajuda humanitária atualmente, mas que não há recursos suficientes para atender a todos.

"Sem mais assistência internacional, muito mais gente ainda vai morrer. E o problema começa com as crianças, porque seus pais não têm meios de cuidar delas", afirma John Ging, diretor de operações do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários.

"Estamos em 2016 e deveríamos ser capazes de responder melhor a uma situação assim, porque vivemos em um mundo rico. Precisamos de uma pequena fração desta riqueza para ações humanitárias. No momento, não estamos recebendo nem isso."

Maiduguri transformou-se no principal centro de esforços humanitários. Sua população aumentou em centenas de milhares, com civis chegando em fuga da violência e se instalando em campos de refugiados precários.

Os casos mais graves de inanição são levados para as instalações da Médicos Sem Fronteiras na cidade. Na unidade de tratamento intensivo, há uma dezena de crianças sobre as camas.

Elas precisam receber oxigênio e algumas têm sondas na cabeça, único lugar do corpo onde enfermeiras conseguiram achar uma veia.

Uma delas é Ali, um menino albino de 2 anos. Sua mãe, Zara Mustafa, conta que o marido não conseguiu trabalho depois de a família fugir de casa - e que assim não têm dinheiro para comprar comida. "Às vezes, não comemos por três dias", revela.

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Em outra cama, esta Mohammedu, de apenas 1 mês. Seu corpo está inchado por conta da desnutrição. Sua mãe, Aisha Umar, tem outros seis filhos. "É muito difícil conseguir comida aqui. Mandei meus filhos mendigarem", diz.

Ali, embora corram grave perigo, ao menos elas recebem algum tipo de assistência.

Nas áreas sob o controle do Boko Haram, a ajuda nem sequer consegue chegar. Supõe-se que as condições ali sejam ainda piores que em Maiduguri.

E, segundo observadores internacionais, com a temporada da seca prestes a começar, há ainda mais fome - e mortes - no horizonte do país. Fonte: BBC noticias

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

Todos eles amam as dádivas e andam atrás do proveito próprio; não fazem justiça ao órfão, e a causa da viúva não é evocada diante deles.

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Por isso eis o que diz o Senhor, Deus dos exércitos, o Poderoso de Israel: Ah! eu tirarei satisfação de meus adversários, e me vingarei de meus inimigos. Voltarei minha mão contra ti, e te purificarei no crisol, e eliminarei de ti todo o chumbo. Os rebeldes e os pecadores serão destruídos juntamente, e aqueles que abandonam o Senhor perecerão. O homem forte será a estopa. e sua obra, a faísca; eles arderão sem que ninguém possa extinguir". (Isaías 1)

"Pus-me então a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as lágrimas dos oprimidos e não há ninguém para consolá-los". (Eclesiastes 4, 1)

Mas  diz na Sagrada Escritura:

"O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu povo, porque o Senhor o disse". (Isaías 25, 8)

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"Ao mesmo tempo, ouvi do trono uma grande voz que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens. Habitará com eles e serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles. Enxugará toda lágrima de seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque passou a primeira condição". (Apocalipse 21, 3-4)

"Portanto, eis o que diz o Senhor Deus: meus servos comerão e vós tereis fome, meus servos beberão e vós tereis sede, meus servos se rejubilarão

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...e vós ficareis envergonhados, meus servos cantarão na alegria de seu coração, e vós vos lamentareis com o coração angustiado, rugireis com a alma em desespero.
Vosso nome ficará como um termo de maldição entre meus eleitos: (Que o Senhor Deus te faça morrer!) enquanto meus servos receberão um novo nome. Aquele que desejar ser abençoado na terra, desejará sê-lo pelo Deus fiel, e aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus fiel, porque as desgraças de outrora serão esquecidas, já não lhes volverão ao espírito. Pois eu vou criar novos céus, e uma nova terra; o passado já não será lembrado, já não volverá ao espírito, mas será experimentada a alegria e a felicidade eterna daquilo que vou criar. Pois vou criar uma Jerusalém destinada à alegria, e seu povo ao júbilo". (Isaias 65)

"Em verdade vos digo: no dia do juízo haverá mais indulgência com Sodoma e Gomorra que com aquela cidade. Não julgueis que vim trazer a paz à terra. Vim trazer não a paz, mas a espada". (São Mateus 10, 15 e 34)

"...porque seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou das suas injustiças". (Apocalipse 18, 5)

 

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