Aproximação do papa com a China é traição a Cristo, diz cardeal Joseph Zen Kiun. Atualmente, a China está entre os que mais perseguem os cristãos no mundo


30.11.2016 -

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São mais de seis décadas de conflitos entre o governo da China e o Vaticano, por causa da nomeação de sacerdotes. Pequim não aceita que a Santa Sé faça as escolhas, pois isso interferiria na ‘soberania’. Trata-se de uma forma velada do partido comunista continuar exercendo o controle das igrejas.

A Associação Católica Patriótica é controlada pelo regime, e responsável por nomear os bispos no país, que não são reconhecidos pela cúpula da Igreja.

Agora, a sinalização feita por Francisco de uma aproximação está gerando críticas de quem conhece bem como funciona a repressão chinesa ao cristianismo. O cardeal Joseph Zen Kiun, bispo emérito de Hong Kong, insiste que uma aproximação entre as duas partes seria como “trair Jesus Cristo”.

Ferrenho crítico do regime na China continental, o cardeal Zen é um apoiador dos movimentos pró-democracia. Ele teme que o Papa Francisco ‘ceda’ ao regime comunista. “Talvez o Papa seja um pouco ingênuo, não tem o conhecimento de quem são os comunistas na China”, afirmou ao periódico inglês The Guardian.

Ouvido pelo Guardian, Francesco Sisci, jornalista que vive em Pequim e se especializou nas relações entre a China e a Santa Sé, admitiu que existe uma grande possibilidade de que um “acordo amplo” seja feito.

Quando foi entrevistado por Sisci a última vez, Francisco dizia que não se devia temer a ascensão econômica e política da China, sublinhando que “os homens e as civilizações tendem a comunicar”. Para o pontífice: “No mundo ocidental e na China, todos têm a capacidade e a força de manter o equilíbrio da paz”.

Perseguição não parou

Uma motivação para o Vaticano assinar um acordo de cooperação e passar a reconhecer os bispos apontados por Pequim seria o número relativamente pequeno de católicos no país. Há cerca de 10 milhões de católicos chineses, apenas um décimo do número total de cristãos no país.

A Santa Sé argumenta que, com o acordo proposto, os padres poderiam pregar com mais facilidade e abrir mais igrejas. Zen acredita que o argumento é falho. Trata-se de uma “falsa liberdade”, insiste o cardeal de Hong Kong, “É apenas a impressão de liberdade, não é uma liberdade verdadeira. O povo, mais cedo ou mais tarde, verá que os bispos são fantoches do governo e não realmente pastores do rebanho “.

Aos 84 anos, o bispo Zen, é conhecido por sua oposição às tentativas do partido comunista  limitar o papel da Igreja em Hong Kong. “O papa está acostumado com alguns comunistas que são perseguidos [na América Latina], e talvez não conheça os comunistas que já mataram centenas de milhares”. Se assinar um acordo com o regime que governa o país mais populoso da terra, os católicos representados pelo papa estariam “rendendo-nos, traindo-nos e traindo a Jesus Cristo”.

“Os bispos oficiais não estão realmente pregando o evangelho. Eles estão pregando a obediência à autoridade comunista”, adverte.

Quando persegue os cristãos, o governo chinês não faz distinção, tanto evangélicos quanto católicos sofrem com o mesmo tipo de cerceamento de liberdade.

Perseguição aumentou

A perseguição contra os cristãos na China ficou sete vezes maior na última década.  De acordo com o último relatório da missão China Aid, desde 2008 é possível ver um aumento constante nos casos de prisões de líderes, fechamento e demolições de templos.

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A igreja católica de Zhejiang, província de Wenzhou, demolida pelo regime.
No fundo grande quadro estragado do Sagrado Coração de Jesus

De fato, as comunidades religiosas na China vivem o mais intenso ano de perseguição desde a Revolução Cultural (1966-1976), quando o país passou a adotar o sistema comunista.

Nos tempos de Mao Tsé-tung, o ateísmo foi um dos pilares para o estabelecimento da República Popular da China. Contudo, sua tentativa de exterminar toda forma de religião no país fracassou.

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Fiéis se amarram a Cruz para tentar impedir a demolição.

Ao longo das décadas seguintes, houve uma tentativa do Estado de assumir o controle das igrejas do país. A questão religiosa passou para segundo plano, enquanto o país mais populoso do mundo passava por profundas mudanças sociais e econômicas. Na década de 1970, Pequim anunciou que desistiria de tentar erradicar a religião organizada.

Com a ascensão do presidente, Xi Jinping, o discurso mudou. Segundo ele mesmo, a “gestão da religião é, em essência, a gestão das massas”. Atualmente, o país está entre os que mais perseguem os cristãos no mundo, segundo a missão Portas Abertas. Estima-se que 90% das cruzes de igrejas consideradas “não oficiais” tenham sido retiradas à força.

O relatório publicado pela China Aid afirma que embora budistas e muçulmanos sofram represálias, os cristãos estão sendo mais perseguidos, espancados e torturados do que nunca. Fonte: Gospel Prime

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Lembrando...

O Cardeal Joseph Zen Ze Kiun falando no Congresso Eucarístico Internacional, em Cebú, Filipinas, 16-01-2016

Comovedor testemunho dos martírios na China sob o socialismo.

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Arcebispo emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun SDB, se dirigiu aos assistentes do Congresso Eucarístico Internacional em Cebu, Filipinas, pedindo especiais orações pelos cristãos perseguidos na China.

Ele disse que os católicos oprimidos “estão ainda em águas profundas, num fogo incinerador, uma terrível realidade”.

“Eu penso que hoje as testemunhas por excelência são os mártires”, apontou o Purpurado, de acordo com a GaudiumPress.

O Cardeal Zen relatou comovedores episódios desses martírios.

Ele mostrou como o regime anticristão transformou o sistema educativo para instigar “o desdém pela religião e particularmente pela Igreja”.

Igreja transformada em salão para promover a “revolução cultural” de Mao Tsé-Tung.

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Numa reunião de mestres, as autoridades tentaram obter dos educadores o pedido de expulsão do Núncio Apostólico, ainda em funções, e dos missionários estrangeiros sob a acusação de serem agentes ‘imperialistas’.

No momento decisivo da votação, um jovem sacerdote presente levantou a voz e respondeu: “Não nos está sendo permitido declarar contra a Igreja, contra o Papa, contra o Sucessor de São Pedro, contra aqueles que representam Cristo em nossa Igreja”.

“Sua voz isolada causou um choque”. O corajoso sacerdote “desapareceu nesse dia” e morreu na prisão, lembrou o Cardeal.

Ele também recordou a grande perseguição de 1955, quando mais de mil crentes, incluído o bispo de Xanghai, Dom Inácio Kung Pin-Mei, e centenas de sacerdotes foram presos.

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O ódio comunista depreda igrejas católicas e...

quebra suas imagens veneráveis nas ruas

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Eles se recusaram a colaborar com a Associação Patriótica, espécie de igreja cismática forjada pela ditadura comunista. Agora a diplomacia vaticana empurra os fiéis resistentes para a mesma repudiada cooperação com o comunismo

Em seu julgamento, Dom Kung foi acusado de “toda espécie de crimes”. Intimado a “confessar seus pecados” contra o regime socialista, o bispo, cujas mãos estavam amarradas nas costas, proclamou no microfone:

“Viva Cristo Rei!”

O Cardeal Zen acrescentou que nessa hora em que se jogava sua vida, “saiu da multidão uma tímida voz”, a qual foi logo ecoada pela aglomeração de pessoas bradando: “Viva Cristo Rei! Viva nosso bispo!”

“Com toda certeza foi uma coragem comunicada pelo Espírito Santo,” comentou o cardeal, segundo informou a agência da Conferência Episcopal Filipina.

Dom Kung, o heroico bispo de Xangai, acabou sendo criado cardeal em segredo. Mas só pôde inteirar-se de sua dignidade em 1988. Ele morreu no exílio no ano de 2000, em Connecticut, EUA.

O Cardeal Zen concluiu sublinhando que todos nós fazemos parte do Corpo Místico de Cristo. E que, pela Comunhão dos Santos, estamos unidos espiritualmente aos católicos chineses, os quais estão sendo perseguidos nestes momentos, gemendo num campo de concentração ou entregando suas almas a Deus em circunstâncias espantosas.

Com as nossas orações, de um modo misterioso, mas poderosamente eficaz, podemos estar ao lado desses mártires, confortando-os, apoiando-os e nos tornando misticamente partícipes de seus méritos.

Não vemos isso, mas um dia, na hora do nosso juízo, veremos e compreenderemos o que fizemos ou... deixamos de fazer!

“Nossas orações, especialmente a adoração do Santíssimo Sacramento, obterão esperança para esses nossos irmãos. Após a cruz do martírio virá a ressurreição. E após as tribulações, teremos a glória e a alegria eterna”, explicou.

Os católicos chineses que tentaram participar do Congresso Eucarístico Internacional de Cebu, Filipinas, tiveram seu visto para sair do país recusado pelo regime comunista.

Fonte: http://pesadelochines.blogspot.com.br

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Nota final de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Porque o Senhor assim no-lo mandou: Eu te estabeleci para seres luz das nações, e levares a salvação até os confins da terra" (Is 49,6). (Atos dos Apóstolos 13, 47)

"Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". (São Mateus 28, 19)

"Este Evangelho do Reino será pregado pelo mundo inteiro para servir de testemunho a todas as nações, e então chegará o fim". (São Mateus 24, 14)

"Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a vossa. Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viesse e não lhes tivesse falado, não teriam pecado; mas agora não há desculpa para o seu pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai". (João, 15,18-23)

"Então sereis entregues aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas as nações". (Mateus 24,9)

"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada?" (Romanos 8,35)

"Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição". (2 Tm 3,12)

 


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