24.11.2016 -
“Erram e estão enganados os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira Religião, eles repudiam-na e inclinam-se gradualmente para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí vem claramente que, quem concorda com os que seguem essas teorias e as põem em prática afasta-se inteiramente da Religião divinamente revelada” (Papa Pio XI)
Por Christopher A. Ferrara | FatimaNetWork: 8 de novembro de 2016
Numa breve alocução perante uma “audiência inter-religiosa”, a 3 de Novembro, no Vaticano, Francisco falou sobre “o tema da misericórdia”, mas não fez referência alguma a Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei da Misericórdia, o único Salvador misericordioso da humanidade, nem fez referência alguma aos Sacramentos da Igreja que Cristo instituiu, precisamente para dar a Sua misericórdia aos homens de boa vontade.
Aludindo vagamente à “mensagem cristã”, enquanto não dizia absolutamente nada sobre a graça do arrependimento que deve anteceder a graça da justificação nem sobre a regeneração da alma do homem caído, Francisco delineou, em vez disso, um conceito de misericórdia que parece ser desenhado para se acomodar a toda e qualquer coisa a que se chame religião.
A Misericórdia – disse Francisco – não é o perdão do pecado que Deus concede através do Batismo ou da absolvição, no confessionário, de um pecador arrependido, da maneira que Cristo ordenara quando deu Autoridade à Sua Santa Igreja (cf. João 20:23). Pelo contrário – opinou ele – “o mistério da misericórdia não é para ser celebrado só por palavras, mas sobretudo por atos, por um modo de vida verdadeiramente misericordioso marcado pelo amor desinteressado, pelo serviço fraterno e pela partilha sincera.”
O que é que tudo isto tem a ver com a Misericórdia Divina para com o pecador que se arrepende e regressa a Deus – que foi alegadamente o tema do Ano da Misericórdia, agora a terminar? Em vez disso, a alocução parece confundir a Misericórdia Divina com atos humanos de bondade, privados de qualquer tipo de graça sobrenatural.
E na verdade é isso mesmo – porque Francisco continua, dizendo que “A Igreja cada vez mais quer adotar este modo de vida, como parte também do seu ‘dever de fomentar a unidade e a caridade’ entre todos os homens e mulheres…” A Igreja é apresentada como uma organização que só há pouco começou a descobrir inteiramente o que significa a misericórdia! Significa, segundo Francisco, um “modo de vida” – e de novo sem referência à Misericórdia Divina para com os pecadores arrependidos.
A Misericórdia como um “modo de vida” – em vez de ser uma ação de Deus para com um pecador – é algo que qualquer pessoa, seja qual for a sua crença, pode possuir. Assim – diz Francisco – “[a]s religiões também são chamadas a este modo de vida, seja de que maneira for, particularmente no nosso tempo, como mensageiras da paz e construtoras da comunhão, e para proclamar, em oposição a todos aqueles que semeiam conflito, divisão e intolerância, que o nosso tempo é de fraternidade.”
-Reparem bem: “As religiões” são referidas indiferentemente, como se estivessem todas em pé de igualdade quanto à qualidade da misericórdia, que é reduzida, na sua essência, ao trabalho social e à fraternidade.
Continuando o seu refrão indiferentista e panreligioso, Francisco declara que a “misericórdia” como ele a define – citando-se a si mesmo – é aquela qualidade que “está mais aberta ao diálogo, pela qual se podem conhecer e compreender melhor uns aos outros; que elimina todas as formas de mentalidade fechada e falta de respeito; e que expulsa todas as formas de violência e discriminação (Misericordiae Vultus, 23). Isto é agradável a Deus e constitui uma tarefa urgente, respondendo não só às necessidades atuais mas sobretudo ao chamamento do amor que é a alma de toda a religião autêntica.”
Não há aqui uma única palavra sobre a graça sobrenatural da Caridade, obtida e mantida através dos Sacramentos instituídos por Cristo, nem sobre a ação Divina inerente à misericórdia de Deus assim obtida. Pelo contrário, vemos outra vez só um apelo às boas obras, apresentadas como a “alma de toda a religião autêntica.”
Além disso, Francisco declara – citando-se outra vez a si mesmo – que a “misericórdia” significa também a prática da conservação ambiental:
“A Misericórdia alarga-se também ao Mundo ao nosso redor, nosso lar comum, que somos chamados a proteger e a preservar do consumo desenfreado e voraz. É necessário o nosso compromisso para alcançarmos uma educação na sobriedade e no respeito, para um modo de vida mais simples e ordenado, onde os recursos da Criação sejam aproveitados com sabedoria e moderação, com solicitude para com a humanidade como um todo e para com as gerações vindouras, e não apenas para com os interesses do nosso grupo particular e os benefícios do momento presente. Hoje em especial, ‘a gravidade da crise ecológica exige que todos nós consideremos o bem comum, embarcando pelo caminho do diálogo que requer paciência, autodisciplina e a generosidade’” (Laudato Si’,201).
Pelos vistos, a “religião autêntica” alarga-se agora para incluir não só a única Religião que Deus instituiu, como também todas as religiões e qualquer uma delas cujos membros fazem o bem, incluindo o cuidar do ambiente. A “Misericórdia” assim definida seria então um elemento – segundo Francisco – de praticamente todas as religiões que advogam as boas obras:
“O tema da misericórdia é conhecido em muitas tradições religiosas e culturais, onde a compaixão e a não-violência são elementos essenciais que apontam para um modo de vida; como diz um provérbio antígo: ‘a morte é dura e rígida, a vida é macia e flexível’ (Tao-Te-Ching, 76). Inclinar-se, com amor compassivo, diante dos fracos e necessitados faz parte do espirito autêntico da religião, que recusa a tentação de recorrer ao uso da força, que recusa jogar com as vidas humanas e considera os outros como irmãos e irmãs, e nunca meras estatísticas. Aproximar-se de todos aqueles que estão a viver situações que clamam pela nossa ajuda, tais como a doença, a incapacidade, a pobreza, a injustiça e o rescaldo de conflitos e migrações: isto é um apelo que brota do coração de todas as genuínas tradições religiosas. É o eco da voz de Deus que se ouve na consciência de todas as pessoas, chamando-as – a ele ou a ela – a rejeitar o egoísmo e a estarem abertas…”
Quando Francisco finalmente chega a mencionar a Misericórdia Divina, parece pôr o perdão de Deus para os nossos pecados à disposição de qualquer pessoa que pratique a misericórdia a um nível humano, independentemente de implicar ou não um ato de Caridade sobrenatural motivado pela Divina Graça:
“Como isto é importante, quando consideramos o receio, hoje muito difundido, de que é impossível sermos perdoados, reabilitados e redimidos das nossas debilidades! Para nós, Católicos, entre os ritos mais significativos do Ano Santo, há o de passarmos com humildade e confiança através da porta – a Porta Santa – para nos encontrarmos inteiramente reconciliados pela misericórdia de Deus, que nos perdoa as nossas transgressões. Mas isso exige que nós também perdoemos àqueles que transgridem contra nós (cf. Mt.6:12), que perdoemos aos irmãos e irmãs que nos têm ofendido. Recebemos o perdão de Deus para o partilharmos com os outros. O perdão é, sem dúvida, o maior dom que podemos dar aos outros, porque é o mais custoso. No entanto, ao mesmo tempo, é ele que nos faz mais semelhantes a Deus.”
Mas, como a Igreja ensinou sempre, no homem caído, a imago Dei – a semelhança de Deus – só pode restaurar-se mediante a graça da justificação, que se segue à graça do arrependimento do pecado cometido. E os meios ordinários da justificação são o Batismo e, depois do Batismo, a absolvição do pecado mortal por meio da Confissão – sobre a qual Francisco não teve nada a dizer a uma audiência desesperadamente necessitada do auxílio que só a Igreja que Cristo instituiu lhes poderia dar.
É assim que a Fé Católica – a Única e Verdadeira Religião divinamente revelada – se vai esbatendo até uma insignificância, no grande esquema da “religião autêntica” que se reduz às boas obras e ao perdão para com os outros sem qualquer obrigação de aderir à Verdade revelada, nem de aproveitar dos Sacramentos divinamente instituídos, nem sequer, na verdade, de professar qualquer crença religiosa. Os Católicos podem reconciliar-se ao seu modo Católico (-Decerto não é só por passarem por uma Porta Santa com humildade e confiança!), mas qualquer pessoa que perdoa, simplesmente a nível humano, atinge já a semelhança divina.
Enfatizando ainda mais o seu objetivo, para que ninguém o perdesse, Francisco conclui declarando: “-Que sejam as religiões seios de vida, comunicando o amor misericordioso de Deus a uma humanidade ferida e necessitada; -Que elas sejam portas de esperança que ajudem a atravessar os muros levantados pelo orgulho e o receio.” Todas as religiões “comunicam o amor misericordioso de Deus”, não importando os erros ou superstições que elas envolvam.
Tudo o que importa, segundo Francisco, é que os seus membros ensinem o perdão e a fraternidade para com os outros e cuidem do ambiente.
Referindo-se ao desastre recente da visita do Papa à Suécia para “comemorar” a Rebelião Protestante lançada por Lutero, o respeitado e erudito Católico Tradicional Roberto de Mattei observou: “o que subiu à superfície no dia 31 de Outubro em Lund, durante o encontro ecuménico entre o Papa Francisco e a Federação Mundial Luterana parece ser uma nova religião.”
-Uma religião nova, na realidade. E não é certamente a Religião da Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica, instituída por Deus Incarnado. Veja-se o que o Papa Pio XI advertiu sobre aqueles que abraçassem o “movimento ecuménico” então nascente, com as suas reuniões pancristãs:
“Não há dúvida de que estas iniciativas não podem, de modo algum, ser aprovadas pelos Católicos, pois elas fundamentam-se na falsa opinião dos que julgam que quaisquer religiões são mais ou menos boas e louváveis, pois, embora não de uma única maneira, elas alargam e significam de igual modo aquele sentido inato e natural em nós, pelo qual somos levados para Deus e reconhecemos obsequiosamente o seu império. Erram e estão enganados, portanto, os que possuem esta opinião: pervertendo o conceito da verdadeira Religião, eles repudiam-na e inclinam-se gradualmente para o chamado Naturalismo e para o Ateísmo. Daí vem claramente que, quem concorda com os que seguem essas teorias e as põem em prática afasta-se inteiramente da Religião divinamente revelada.”
Como o elemento humano da Igreja tem vindo a aceitar e a participar em espetáculos que não só são pancristãos, como também panreligiosos, tais como esta alocução de Francisco, podemos considerar a advertência de Pio XI uma profecia cumprida, bem como a profecia que indubitavelmente está contida no texto completo do Terceiro Segredo de Fátima. Fonte: Sensus Fidei
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Declarou o zeloso Arcebispo Marcel Lefebvre:
"Não há salvação por meio do Islão...
Não há Igreja budista no Céu...
Nem Igreja protestante.
São coisas que podem parecer duras de ouvir, mas esta é a verdade".
Disse ainda o Arcebispo Marcel Lefebvre: "Como poderíamos nós, por obediência servil e cega, fazer o jogo desses cismáticos que nos pedem colaboração para seus empreendimentos de destruição da Igreja? Eis porque estamos prontos e submissos para aceitar tudo o que for conforme à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos mas recusamos tudo o que lhe é contrário. Já ouvimos a objeção: Então cabe a nós julgarmos a fé católica? Mas não será dever de um católico julgar entre a fé que lhe ensinam hoje e a que foi ensinada e crida durante vinte séculos e que está escrita nos catecismos oficiais como o do Concílio de Trento, o de São Pio X e em todos os catecismos antes do Vaticano II? Como foi que agiram os verdadeiros fiéis diante das heresias? Preferiram dar o sangue a trair sua fé. Ora, eu acredito sinceramente que estamos tratando com uma falsificação da Igreja, e não com a Igreja católica. Por quê? Porque eles não ensinam mais a fé católica. Eles não defendem mais a fé católica. E não somente eles não ensinam mais a fé católica e não defendem mais a fé católica, mas eles ensinam outra coisa, eles arrastam a Igreja para algo diferente da Igreja católica. Esta não é mais a Igreja católica. A Igreja não pode errar naquilo que ela tem ensinado durante dois mil anos, isso é absolutamente impossível. E é por isso que estamos ligados a essa tradição. A verdade e o erro não estão em pé de igualdade. Isso seria colocar Deus e o diabo em pé de igualdade, visto que o diabo é o pai da mentira, o pai do erro. São aqueles que fazem as novidades que estão no cisma. Nós continuamos a Tradição, e é por isso que devemos confiar, não devemos nos desesperar mesmo diante da situação atual, devemos manter, manter nossa fé, manter nossos sacramentos, apoiados sobre vinte séculos de tradição, apoiados sobre vinte séculos de santidade da Igreja, de fé da Igreja".
Em relação ao Ecumenismo, ou melhor dizendo, à Unidade Cristã, e ao legítimo diálogo religioso entre cristãos, é essa a caridade que todo católico deve objetivar: trazer à VERDADEIRA e ÚNICA Igreja aos cristãos para que tenham acesso aos Sacramentos e à Verdade. O Ecumenismo não é a modificação da fé e doutrina católica. Não se trata de mudar o significado dos dogmas, de adaptar a verdade aos gostos de uma época! (ou de um antipapa)
Disse o Padre Emanuel, ainda no sec. XIX:
Sobre o aparecimento do Anticristo...(que usará um falso profeta para dominar também pela religião)
“Apresentar-se-á como cheio de respeito pela liberdade das religiões, uma das máximas e uma das mentiras da besta revolucionária. Dirá aos budistas que é um Buda; aos muçulmanos, que Maomé é um grande profeta... Talvez até irá dizer, em sua hipocrisia, como Herodes seu precursor, que quer adorar Jesus Cristo. Mas isso não passará de uma zombaria amarga. Malditos os cristãos que suportam sem indignação que seu adorável Salvador seja posto lado a lado com outras seitas e mestres."
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