Canadá: O arcebispo de Quebec não aceita negar os funerais aos que optam pela eutanásia


10.10.2016 -

n/d

“A Igreja católica acompanha as pessoas em cada etapa da sua vida, e fazemos isto em diálogo com cada pessoa e cada família que deseja ser acompanhada”. Com estas palavras, o cardeal arcebispo de Quebec, Gérald Cyprien Lacroix, rejeitou na semana passada as novas diretrizes adotadas pelos bispos de Alberta e dos Territórios do Nordeste do Canadá que negam um funeral católico aos que escolhem acabar com suas vidas mediante o suicídio assistido ou a eutanásia.

A reportagem é de Cameron Doody e publicada por Religión Digital, 05-10-2016. A tradução é de André Langer.

“Não enumero diretrizes específicas que têm como finalidade negar este apoio ou acesso à unção dos enfermos e à celebração de funerais”, asseverou Lacroix em uma nota de imprensa publicada na quinta-feira passada. Cada pessoa goza de uma “dignidade incondicional aos olhos de Deus”, enfatizou o cardeal, mas que aproveitou a ocasião para recordar que é por isso que “sempre vamos optar para que os cuidados paliativos sempre estejam acessíveis para todos, em vez da eutanásia”.

n/d

Os bispos de Alberta e dos Territórios do Nordeste adotaram, em meados de setembro, uma nova série de normas pastorais que partem da base de que a eutanásia é uma “violação grave da lei de Deus”. Argumentaram não só que o juízo daquele que deseja terminar sua vida pode estar alterado devido aos efeitos “da depressão, de medicamentos ou de pressão exercida por outros”, mas também que seria “verdadeiramente escandaloso” se um funeral se transformasse em uma celebração da decisão de alguém de tirar a vida por meios artificiais.

Lacroix se soma, em sua rejeição de tais diretrizes, ao repúdio manifestado também pelo arcebispo de Montreal, Christian Lépine, que indicou também que não tem a intenção de pedir aos presbíteros de sua diocese que as coloquem em prática.

As opiniões dos bispos de ambos os lados do debate sobre a eutanásia vêm depois que o Parlamento nacional aprovara uma lei, em junho, que legalizou o suicídio assistido em determinadas circunstâncias: uma situação que os bispos canadenses estão de acordo em que apresenta “novos desafios pastorais” para a Igreja do país. Fonte: http://www.ihu.unisinos.br

==============================

Nota de  www.raianhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos". (Mateus 19, 17)

"Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe". (Marcos 10, 19)

Nos Dez Mandamentos, encontramos um que diz: “Não matarás” (Ex 20,13). É certo que a expressão negativa enfática de não matar se refere às mais variadas formas que levam à morte. Dentre elas, lembramos do assassinato, da eutanásia e do aborto. O suicídio e a eutanásia também é considerado como a quebra desse mandamento, tendo em vista que significa autodestruição, ou negação da própria vida. O termo se origina do latim sui, que quer dizer a si mesmo, e caedere que significa cortar, matar.

O Papa João Paulo II, na encíclica Evangelium vitae: “A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom. (EV, 57).

n/d

Isso não impede que algumas formas de eutanásia sejam mais ou menos graves que outras. João Paulo II distingue também vários graus de gravidade (EV, 66).

A primeira forma de eutanásia é a que resulta de uma falsa piedade. Neste caso, suprime-se a vida do doente com o objetivo de poupá-lo de mais sofrimento. No entanto, para a Igreja, a verdadeira compaixão, de fato, torna solidário com a dor alheia, não suprime aquele de quem não se pode suportar o sofrimento”.

A decisão da eutanásia torna-se mais grave quando se configura como um homicídio, que os outros praticam sobre uma pessoa que não a pediu de modo algum nem deu nunca qualquer consentimento para ela.”

Finalmente, “atinge-se o cúmulo do arbítrio e da injustiça quando alguns, médicos ou legisladores, se arrogam o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer”.

A liberdade de escolha do paciente não justifica a eutanásia. Segundo alguns promotores da eutanásia, esta poderia se justificar pelo “princípio de autonomia” do sujeito, que teria direito de dispor, de maneira absoluta, da sua própria vida. Para rejeitar esse direito, a Igreja se baseia no valor inalienável e sagrado de toda vida humana.

Segundo este princípio, assim como haveria um “direito ao suicídio”, existiria também um “direito ao suicídio assistido”. A Igreja não reconhece nenhum destes supostos direitos.

Seu ensinamento recordou isso muitas vezes: “A morte voluntária ou suicídio, portanto, é tão inaceitável como o homicídio: porque tal ato da parte do homem constitui uma recusa da soberania de Deus e do seu desígnio de amor".

 


Rainha Maria - Todos os direitos reservados
É autorizada a divulgação de matérias desde que seja informada a fonte.
https://www.rainhamaria.com.br

PluGzOne