17.09.2016 - Hora desta Atualização - 11h33
Nota de www.rainhamaria.com.br
Artigo publicado no site em 19.11.2015
A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.
Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.
O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.
Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.
Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.
O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.
Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.
O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)
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Sabedoria é amar a Deus e ao próximo como a ti mesmo.
Jesus começa a falar:
“A paz esteja com todos vós."
Certamente o ter que morrer desagrada aos ricos e aos jovens, quando eles querem ser ricos, mas somente em dinheiro e em anos. Aqueles, porém, que são ricos em virtude, e jovens pela pureza de costumes, a eles isso não lhes causa tristeza. O verdadeiro sábio, desde a idade da razão em diante, se regula de tal modo, que possa tornar para si uma coisa tranqüila o morrer. A vida é a preparação para a morte, assim como a morte é uma preparação para a vida maior. O verdadeiro sábio, desde que chega a compreender a verdade do que é o viver e do que é o morrer, e do morrer para depois ressurgir, preocupa-se, de todos os modos, com despojar-se de tudo o que é inútil, e enriquecer-se de tudo o que é útil, isto é, das virtudes e dos atos bons, para poder ter uma provisão de bens, diante daquele que o chama a Si, para julgá-lo, para premiá-lo, ou para castigá-lo, com uma justiça perfeita.
O verdadeiro sábio leva uma vida que o torna adulto, mais do que envelheceu na sabedoria, e mais do que um jovem, um adolescente, porque vivendo ele com virtude e justiça, conserva em seu coração um frescor de sentimentos que algumas vezes nem mesmo os jovenzinhos têm. Nesses casos, é suave morrer. Reclinar a cabeça cansada no seio do Pai, recolher-se em seu abraço, dizer por entre as névoas da vida, que está terminando: “Eu te amo, espero em Ti, em Ti eu creio”, dizendo isto pela última vez na terra, a fim de poder dizê-lo depois num jubiloso “Eu te amo”, por toda a eternidade, por entre os fulgores do Paraíso.
Será duro o pensamento da morte? Não. É um justo decreto para todos os mortais, não é opressivo e cheio de aflição, a não ser para aqueles que não crêem, e estão carregados de culpas. Perde seu tempo o homem que, para explicar as aflições perturbadoras de alguém que está para morrer, e que em sua vida não foi bom, e explica-o assim: “É porque ele não quereria morrer já, porque não chegou a realizar alguma coisa boa, ou fez pouco bem, e quereria viver mais, para reparar a sua falta.” É em vão que ele diz: “Se ele tivesse vivido mais tempo, teria podido ter um prêmio maior, pois teria realizado mais coisas.”
Um nada de tempo em comparação com a eternidade. E a alma estimula o “eu” todo para agir. Mas, pobre alma! Como muitas vezes ela é dominada e pisada, amordaçada para não ouvir as suas palavras. Isto acontece com aqueles a quem falta a boa vontade. Enquanto que nos homens justos, desde sua meninice houve uma auscultação da alma, uma obediência aos seus conselhos, houve uma operosidade contínua. E o jovem pelos anos, mas rico de merecimentos, morre como um santo, às vezes ainda na aurora da vida. E nem com mais cem ou mil anos que fossem dados a ele, poderia ele ser mais santo do que já é, porque o amor a Deus e ao próximo, praticado de todas as formas, e com toda a generosidade, já o tornam perfeito.
No Céu não se olha para quantos anos alguém viveu, mas como foi que eles foram vividos.
Costuma-se pôr luto, por causa dos cadáveres. Chora-se sobre eles. Mas o cadáver não chora. Teme-se por se ter que morrer. Mas ninguém pensa em viver de tal modo, que não seja preciso tremer na hora da morte. E, por que é que não se chora e não se põe luto pelos cadáveres vivos, que são os verdadeiros cadáveres, os que levam em si uma vida morta, como se já estivessem no sepulcro? E, por que é que aqueles que choram, pensando que hão de morrer em sua carne, não choram sobre os cadáveres que eles têm dentro de si mesmos?
Quantos cadáveres Eu vejo, que riem e contam piadas, e não choram sobre si mesmos! Quantos pais, esposas, irmãos, filhos, amigos, sacerdotes, mestres Eu vejo chorarem estultamente por um filho, um esposo, um irmão, um pai ou mãe, um amigo, um fiel discípulo, mortos em evidente amizade com Deus, depois de uma vida, que é uma grinalda de perfeição, e que não choram sobre os cadáveres das almas de um filho, esposo, irmão, pai, um amigo, um fiel discípulo, que morreu por causa do vício, por causa do pecado, e morreu para sempre, e para sempre está perdido, se não se arrependeu? Por que não procurar ressuscitá-los? Isto é que é amor, sabeis? É o maior dos amores. Oh! Como são estultas as lágrimas derramadas sobre a poeira, para qual o homem voltou! Oh! Idolatria dos afetos! Oh! Hipocrisia dos afetos! Chorai, mas pelas almas mortas dos vossos mais queridos. Procurai levá-los à vida. E Eu falo especialmente a vós, ó mulheres que tanto poder tendes sobre aqueles que amais.
Agora, juntos, vamos olhar para o que a Sabedoria mostra como causa de morte e de vergonha.
Não fiqueis insultando a Deus, fazendo mau uso de vossa vida, que Ele vos deu, emporcalhando-a com más ações, que desonram o homem. Não fiqueis insultando os vossos pais, com uma conduta que joga lama sobre os cabelos brancos deles, e espinhos de fogo sobre os últimos dias deles. Não fiqueis proferindo insolências contra quem vos governa, porque não é com a rebelião contra os governantes que se tornam livres e grandes as nações, mas é com a conduta santa dos cidadãos que se obtém a ajuda do Senhor, o qual pode tocar o coração dos governantes, ou tirá-los de seu lugar ou até da vida, como muitas vezes nos ensinou a nossa história de Israel, quando eles passaram da medida, e especialmente quando o povo, santificando-se, merece o perdão de Deus, que por isso, tira o instrumento opressor do pescoço dos que estavam sendo castigados. Não profirais insolência contra a esposa, acusando-a de amores adulterinos, e não profirais insolências contra os vossos filhos inocentes, ao terdes notícias de seus ilícitos amores.
Sede santos diante deles, pois eles vêem em vós, por afeto ou por dever, aqueles que hão de ser para eles um exemplo em suas vidas.
Não podeis separar a santidade para com o próximo, que está mais perto de vós, da santidade para com Deus, porque uma gera a outra como os dois amores: o de Deus e o do próximo, nascendo um do outro.
Sede justos para com os amigos. A amizade é um parentesco da alma. Está escrito: “Quanto é belo para os amigos que eles andem juntos.” Mas é belo, quando eles andam pelo caminho do bem. Ai daquele que corrompe e trai a amizade, transformando-a em egoísmo, ou em uma traição, ou em um vício, ou em uma injustiça. São muitos demais aqueles que dizem: “Eu te amo”, para ficarem sabendo as coisas do amigo, e desfrutando delas em seu próprio favor. São muitos demais os que usurpam os direitos do amigo.
Sede honestos para com os juízes. Todos os juízes. Desde o Juiz Altíssimo, que é Deus, até o juiz íntimo, que é a nossa consciência, até aqueles amorosos e sofredores, que estão atentos em seu amor vigilante, como são os olhos de nossos familiares, até aquele severo, dos juízes do povo. Não mintais, invocando a Deus para dardes mais força à mentira.
Sede honestos no vender e no comprar. Quando estais vendendo, e a concupiscência vos diz: “Rouba, para teres lucro”, enquanto que a consciência vos diz: “Sê honesto, porque te arrependerias de ter roubado”. Daí ouvidos a esta última voz, lembrando-vos de que não deve ser feito aos outros o que não gostaríamos que fosse feito a nós mesmos. O dinheiro que vos é pago em troca de uma mercadoria, está muitas vezes molhado pelo suor e pelas lágrimas do pobre. Ele custou canseiras. Vós não sabeis quanta dor ele custa, quantas dores estão atrás daquela moeda, que a vós, vendedores, parece sempre muito pouco demais pelo que vendeis. Criaturas doentes, filhos sem pai, velhos com uns escassos trocados no bolso... Oh! Dor santa, Oh! Santa dignidade do pobre que o rico não compreende, porque não és meditada? Por que há honestidade em vender ao forte, ao poderoso, por medo de suas represálias, enquanto que se abusa do indefeso, e do irmão desconhecido? Isto já é um delito, mais contra o amor do que contra a própria honestidade. E Deus o amaldiçoa, porque lágrima derramada pelo pobre, que só tem o seu pranto como reação contra abuso, diante do Senhor tem a mesma voz que tem o sangue arrancado das veias de um homem por um homicida, por um Caim de seu próprio semelhante.
Sede honestos nos olhares, assim como nas palavras e nas ações. Um olhar dado a quem não merece, ou negado a quem o merece, é como um laço e um punhal. O olhar que se enlaça com a pupila despudorada da meretriz, e lhe está dizendo: “Tu és bonita!”, é pior do que o punhal no corredio para a garganta do sufocado.
O olhar negado ao parente pobre ou amigo que caiu na miséria, é semelhante a um punhal fincado no coração daqueles infelizes.
E assim o olhar de ódio, ou de desprezo, voltado para o inimigo ou o mendigo. O inimigo é perdoado e amado, pelo menos com o nosso espírito, quando nossa carne se recusa a amá-lo. O perdão é sempre o amor do espírito, o não vingar-se é amor do espírito. O mendigo é amado, porque ninguém o conforta. Não basta jogar uma esmola, e ir para adiante com desdém. A esmola é boa para a carne esfaimada, nua, sem abrigo.
Mas a piedade, que sorri ao dar, que se interessa pelo pranto do infeliz, essa é um pão para o coração. Amai, amai, amai.
Sede honestos nos dízimos e nos costumes, honestos no interior de vossas casas, não exigindo do empregado além da medida, e não cometendo atentado contra a empregada, que dorme em vossa casa. Ainda que o mundo não saiba do furto cometido no segredo de uma casa, o furto feito à vossa mulher, que não o sabe e à empregada que desonrais, Deus sabe de vosso pecado.
Sede honestos na língua. E honestos em educar filhos e filhas. Está escrito: “Faze isto, a fim de que tua filha não te torne o objeto do riso da cidade.” E Eu digo: “Fazei isso, para que o espírito de vossa filha não pereça.”
E agora ide. Eu também me vou, depois de vos ter dado uma provisão de sabedoria para a viagem. Que o Senhor esteja com aqueles que se esforçam por amá-lo.”
(De Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs. 168 a 173)
Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br (do amigo Antonio Calciolari)
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