22.07.2016 - Hora desta Atualização - 20h10
Nota de www.rainhamaria.com.br
Artigo publicado no site em 11.10.2014
A santidade do sacerdote capuchinho Francesco Forgione – nascido em Pietrelcina (Itália), em 1885 – era uma devota certeza para muitos fiéis, mesmo antes dos “dons” que a história e testemunhas constatam: estigmas, bilocações(estar em dois lugares ao mesmo tempo), capacidade de ler as consciências ao confessar, mediar em oração para que Deus curasse as pessoas… A devoção é anterior inclusive à sua canonização, em 2002.
O Padre Pio foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 e, em 1916, estabeleceu-se em San Giovanni Rotondo, onde permaneceu até a sua morte, em 1968.
Centenas de livros, filmes e sites contam sua vida e a ação da graça de Deus nela – que dá seus frutos até hoje nas almas. Por isso, muitos dos seus devotos se alegrarão com as revelações do livro “Padre Pio. La sua chiesa, i suoi luoghi, tra devozione storia e opere d’arte“, como indica em um recente artigo o conhecido vaticanista Andrea Tornielli.
A testemunha que entrevistou o próprio Padre Pio
Na obra, segundo Tornielli, está o relato de Angelo Battisti, diretor da Casa Alívio do Sofrimento e datilógrafo da Secretaria de Estado do Vaticano. Battisti foi uma das testemunhas no processo de beatificação do santo.
O cardeal József Mindszenty, arcebispo de Esztergom, foi preso pelas autoridades comunistas em dezembro de 1948 e condenado à prisão perpétua no ano seguinte. Ele foi falsamente acusado de conspirar contra o governo socialista.
Passou 8 anos na cadeia e em prisão domiciliar, até ser libertado na revolta popular de 1956, quando se refugiou na delegação comercial dos Estados Unidos, em Budapeste, até 1973, ano em que Paulo VI impôs sua saída e sua renúncia à arquidiocese.
Naqueles anos de prisão foi quando aconteceu o fato da bilocação, que levou o Padre Pio até a cela do cardeal.
Battisti descreve no livro a cena milagrosa:
“O capuchinho estigmatizado, enquanto se encontrava em San Giovanni Rotondo, foi levar ao cardeal o pão e o vinho destinados a transformar-se no Corpo e Sangue de Cristo.”
E acrescenta: “É simbólico o número de registro do detento impresso no seu pijama de presidiário: 1956 – ano da libertação do cardeal”.
“Como se sabe – conta Battisti –, o cardeal foi preso, colocado na cadeia e era vigiado permanentemente. Com o passar do tempo, crescia seu desejo de poder celebrar a Santa Missa.”
“Uma manhã, o Padre Pio se apresentou na frente dele, com tudo o que precisava para a Missa. O cardeal celebrou a Missa e o Padre Pio foi acólito. Depois, conversaram e, no final, o Padre Pio desapareceu, com tudo o que tinha levado.”
O autor também comenta: “Um padre vindo de Budapeste me falou confidencialmente sobre o fato, perguntando se eu poderia obter uma confirmação do Padre Pio. Eu lhe disse que, se tivesse perguntado uma coisa dessas, ele teria me expulsado, resmungando.”
Mas, em uma noite de março de 1965, no final de uma conversa, Battisti perguntou ao capuchinho estigmatizado:
– Padre, o cardeal Mindszenty o reconheceu?
Depois de uma primeira reação de irritação, o santo respondeu:
– Nós nos encontramos e conversamos. Você acha que ele não teria me reconhecido?
Isso confirma a bilocação à cadeia, que teria ocorrido alguns anos antes.
“Então – acrescenta Battisti –, o Padre Pio se entristeceu e disse: ‘O diabo é feio, mas deixaram o cardeal mais feio que o diabo‘, referindo-se aos maus tratos que o prelado sofria.”
Isso demonstra que o Padre Pio o teria assistido desde o início da prisão, porque não se pode conceber, humanamente falando, como o cardeal foi capaz de resistir a todo o sofrimento a que foi submetido e que ele descreve em suas memórias.
O Padre Pio concluiu a conversa dizendo: “Lembre-se de rezar por esse grande confessor da fé, que tanto sofreu pela Igreja”. Fonte: Aleteia
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