17.05.2016 - Hora desta Atualização - 11h03
Quantum glorificavit se et in deliciis fuit, tantum date illi tormentum et luctum – “Quanto se glorificou e esteve em delícias, tanto lhe dai de tormento e pranto” (Apoc. 18, 7).
É com razão que o inferno é chamado um lugar de tormentos, porque ali todos os sentidos e todas as faculdades do condenado terão o seu tormento próprio; e quanto mais tiver ofendido a Deus com algum dos sentidos, tanto mais terá de sofrer nesse sentido. Meu irmão, vê se a vida que levas te inspira confiança de não caberes naquele abismo. Quantos cristãos meditaram no inferno como tu, mas, porque não quiseram romper com o pecado e abusaram da divina misericórdia, estão agora queimando ali para sempre!
É um ponto da fé que há um inferno, horrível prisão destinada a punir os que se revoltaram contra Deus. O que é o inferno? Um lugar de tormentos: locus tormentorum, como o chama o mau rico condenado (1). É um lugar de tormentos, onde todos os sentidos e todas as faculdades do condenado terão o seu tormento próprio e quanto mais alguém tiver ofendido a Deus com algum dos sentidos, tanto mais terá a sofrer neste mesmo sentido: Quantum in deliciis fuit, tantum date illi tormentum.
A vista será atormentada pelas trevas. Que compaixão não sentiríamos, se soubéssemos que um pobre homem está encerrado num cárcere escuro por toda a vida, por quarenta ou cinqüenta anos! O inferno é um abismo fechado de todos os lados, onde nunca penetrará um raio de sol ou de qualquer outra luz. O fogo mesmo que na terra ilumina, no inferno deixará de ser luminoso, tão somente arderá.
O olfato terá também o seu suplício. Quanto não sofreríamos se estivéssemos num quarto junto com um cadáver em putrefação? De cadaveribus eorum ascendet foetor (2) – “De seus cadáveres levantar-se-á grande fedor“. O condenado deve ficar no meio de milhões e milhões de cadáveres, vivos com relação aos sofrimentos, mas verdadeiros cadáveres pelo mau cheiro que exalam. Diz São Boaventura que o corpo de um só condenado, se fosse atirado à terra, bastaria com a infecção para fazer morrer todos os homens.
E ainda há insensatos que dizem: “Se for para o inferno, não me hei de achar só″. Infelizes, quantos mais lá encontrarem, tanto mais sofrerão, por causa da infecção, dos gritos e do aperto, porque os réprobos estarão no inferno tão juntos uns dos outros, como ovelhas encerradas no curral durante a tempestade: Sicut oves in inferno positi sunt (3) – Como ovelhas são postos no inferno“. Para melhor dizer, serão como uvas esmagadas no lagar da cólera de Deus. – Daí nasce o suplício da imobilidade. Da maneira como o condenado cair no inferno no último dia, estará sempre, sem nunca poder mudar de situação, sem nunca poder mexer pés nem mãos, enquanto Deus for Deus.
No inferno será também atormentado o ouvido, pelos rugidos e queixas daqueles infelizes desesperados. Como não se sofre quando se quer dormir e se ouvem os gemidos contínuos de um enfermo, o ladrar de um cão ou o choro de uma criança? Qual não será então o tormento dos condenados obrigados a ouvir incessantemente durante toda a eternidade estes ruídos e clamores insuportáveis?
O gosto será atormentado pela fome. O condenado sentirá uma fome canina: Famem patientur ut canes (4), mas nunca terá nem uma só migalha de pão. Terá uma tal sede, que nem todas as águas do mar bastariam para lh’a apagar; mas nem terá uma só gota. O mau rico pediu-a, mas nunca a obteve e nunca a obterá, nunca.
Aqui, Senhor, tendes aos vossos pés aquele desgraçado que tão pouco caso fez das vossas graças e dos vossos castigos! Ai de mim, se não tivésseis tido piedade! Quantos anos teria passado já nessa fornalha infecta, onde ardem tantos dos meus semelhantes! Ó meu Redentor, quanto este pensamento me abrasa no vosso amor! Como poderei no futuro pensar em Vos ofender? Ah, não! Meu bom Jesus, nunca isso aconteça; fazei-me antes mil vezes morrer.
Já que haveis começado, acabai a vossa obra. Tirastes-me do lodaçal dos meus muitos pecados e convidastes-me a Vos amar. Fazei com que empregue o tempo, que ainda me dais, todo para Vós. Com que ardor não desejariam os condenados um dia, uma hora desse tempo, que me concedeis! E eu continuarei a consumi-lo em coisas que Vos desagradam? Não, meu Jesus, peço-Vos, pelos merecimentos de vosso Sangue, que não o permitais. – Amo-Vos, soberano Bem, e porque Vos amo, pesa-me de Vos haver ofendido. Não quero mais ofender-Vos, mas sim, amar-Vos sempre. – Minha Rainha e minha Mãe, Maria, rogai a Jesus por mim, e obtende-me o dom da perseverança e do seu santo amor. (II 118)
Luc. 16, 28.
2. Is. 34, 3.
3. Ps. 48, 15.
4. Ps. 58, 15.
Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso
Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Por Dilson Kutscher
Quando morre uma pessoa, o que mais ouvimos: "Este descansou, está com Deus, rezemos por ele".
Se for alguém famoso ainda dizem: "Foi para o andar de cima, o Céu esta em festa, deve estar revendo fulano..."
Então, vamos lembrar do seguinte...
"Hás de morrer na hora menos pensada. Quer penses, quer não penses nisso, quer acredites, quer não acredites, morrerás e serás julgado, e te salvarás ou condenarás, conforme o bem ou o mal que houveres praticado; disso não escaparás por mais que digas ou faças. E que te aproveitará ganhar todas as riquezas e alcançar todas as honras, e dar ao corpo todos os prazeres, se vier a perder a tua alma?" (Santo Antônio Maria Claret)
São Camilo de Lélis, ao aproximar-se de alguma sepultura, fazia estas reflexões: "Se estes mortos voltassem ao mundo, que não fariam pela vida eterna?"
E eu, que disponho de tempo, que faço eu por minha alma? Este Santo pensava assim por humildade; mas tu, querido irmão, talvez com razão receies ser considerado aquela figueira sem fruto, da qual disse o Senhor: “Três anos já que venho a buscar frutas a esta figueira, e não os achei” (Lucas 13,7).
Tu, que há mais de três anos estás neste mundo, quais os frutos que tens produzido? Considera — disse São Bernardo — Que o Senhor não procura somente flores, mas quer frutos.
"Eu ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Felizes os mortos que doravante morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, descansem dos seus trabalhos, pois as suas obras os seguem". (Apocalipse 14,13)
"Todo o que não foi encontrado inscrito no livro da vida foi lançado ao fogo". (Apocalipse 20, 15)
"Por isso, se tua mão ou teu pé te fazem cair em pecado, corta-os e lança-os longe de ti: é melhor para ti entrares na vida coxo ou manco que, tendo dois pés e duas mãos, seres lançado no fogo eterno". (São Mateus 18, 8)
"Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: - Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos". (São Mateus 25, 41)
"Os tíbios, os infiéis, os depravados, os homicidas, os impuros, os maléficos, os idólatras e todos os mentirosos terão como quinhão o tanque ardente de fogo e enxofre, a segunda morte". (Apocalipse 21, 8)
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