Santo Afonso de Ligório: Maria Santíssima, modelo de caridade com o próximo


09.04.2016 - Hora desta Atualização - 13h12

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Hoc mandatum habemus a Deo: ut qui diligit Deum, diligat et fratrem suum — “Nós temos de Deus este mandamento, que o que ama a Deus, ame também a seu irmão” (1 João 4, 21).

O amor para com o próximo nasce do amor para com Deus. Ora, como nunca existiu, nem jamais existirá, quem mais que Maria Santíssima amasse a Deus, assim nem houve, nem haverá, quem mais que a Santíssima Virgem tenha amado e ame o próximo. Basta saber que esta sua caridade a levou a oferecer à morte, entre as dores mais acerbas, e pela nossa salvação, o seu Filho unigênito. Felizes de nós se soubermos imitar uma Mãe tão carinhosa. Ela usará para conosco da mesma caridade que tivermos para com o próximo.

O amor para com Deus e para com o próximo nos é imposto no mesmo preceito: Nós temos de Deus este mandamento, diz São João,que o que ama a Deus, ame também a seu irmão. A razão é óbvia, diz Santo Tomás; porque quem ama a Deus, ama todas as coisas amadas por Deus. Mas visto que não existiu, nem jamais existirá, quem mais que Maria amasse a Deus, também não houve, nem haverá, quem mais que a Santíssima Virgem tenha amado o próximo. Sobre esta passagem dos Cânticos: Ferculum fecit sib rex Salomon… media caritate constravit, propter filias Ierusalem (1) —– “O rei Salomão fez para si uma liteira… revestiu-a de caridade por causa das filhas de Jerusalém”, o Padre Cornélio a Lapide diz que esta liteira foi o seio de Maria, no qual habitou o Verbo incarnado, enchendo sua Mãe de caridade, a fim de que auxiliasse a qualquer que a ela recorresse.

Vivendo neste mundo, foi Maria tão cheia de caridade, que socorria os necessitados, mesmo sem que lho pedissem; como fez precisamente nas bodas de Caná, quando pediu ao Filho o milagre do vinho, expondo-Lhe a aflição daquela família: Vinum non habent (2) — “Eles não tem vinho”.

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— Oh, quanto ela se apressava quando se tratava de socorrer o próximo! Quando, por ofício de caridade, visitou a casa de Isabel, foi com pressa às montanhas: abiit in montana cum festinatione (3). Não pode, porém, demonstrar melhor a sua grande caridade que oferecendo à morte o seu Filho pela nossa salvação, pelo que São Boaventura diz: “Maria amou o mundo de tal modo, que deu por ele o seu Filho unigênito.”

Esta caridade de Maria para conosco não é menor agora que ela está no céu; muito ao contrário, como diz o mesmo São Boaventura, ali muito se tem aumentado, porque conhece melhor as nossas misérias. Pobres de nós, se Maria não rogasse a nosso favor! Revelou Jesus Cristo à Santa Brígida que, se as súplicas da divina Mãe não intercedessem por nós, não haveria esperança de misericórdia.

Bem-aventurado aquele (diz a divina Mãe), que presta atenção aos meus preceitos e observa a minha caridade, para depois, à minha imitação, praticá-la com os outros: Beatus homo qui audit me(4) — “Bem-aventurado o homem que me ouve”.

Afirma São Gregório Nazianzeno que, para adquirirmos o afeto de Maria, não há coisa melhor do que usar caridade para com o próximo. Por isso, assim como Deus nos exorta: Sede misericordiosos, como vosso Pai é misericordioso (5); assim parece que Maria diz a todos os seus filhos: Sede misericordiosos, assim como é misericordiosa a vossa Mãe.

É certo que segundo a caridade que nós usarmos para com o próximo, Deus e Maria a usarão para conosco, conforme diz Jesus Cristo, que nos medirá com a mesma medida com que tivermos medido aos outros (6).Numa palavra, conclui o Apóstolo, a caridade para com o próximo é útil para tudo, e nos faz felizes nesta vida e na outra, porque tem a promessa da vida presente e da futura (7); e quem socorre os necessitados faz com que o próprio Deus lhe fique sendo devedor (8).

Ó Mãe de misericórdia, vós sois cheia de caridade para com todos; não vos esqueçais de minhas misérias. Vós as conheceis. Recomendai-me a Deus, que nada vos nega. Alcançai-me a graça de poder imitar-vos na santa caridade tanto para com Deus como para com o próximo. — E Vós, ó meu Jesus, tende piedade de mim; perdoai-me todos os desgostos que Vos dei, particularmente pela minha pouca caridade com o próximo. Perdoai-me, Senhor, e não me entregueis à mercê das minhas paixões, como mereceria. Se prevedes que para o futuro eu tenho de Vos ofender novamente, deixai-me antes morrer agora, que espero estar na vossa graça. Fazei-o pelos merecimentos da caridade de Maria Santíssima, vossa querida Mãe. (*I 260.)

Cant. 3, 9.
2. Io. 2, 3.
3. Luc. 1, 39.
4. Prov. 8, 34.
5. Luc. 6, 36.
6. Luc. 6, 38.
7. 1 Tim. 4, 8.
8. Prov. 19, 17.

Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II – Santo Afonso

Fonte: http://catolicosribeiraopreto.com

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Lembrando novamente...

Profetizou São Basílio de Kronstadt, no ano 1700

Sobre os cristãos do Fim dos Tempos...

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"O amor entre os homens não será mais do que uma palavra sem significado sobre a qual se farão mil floreados. (discursos com belas palavras, mas não praticadas) Quem possuir ainda o dom do amor será visto como um homem diferente, um sobrevivente de uma guerra travada por um povo de vista curta, contra o sentimento do amor ao próximo. Não faltará a fé da palavra, mas faltará a fé do coração e será uma grande confusão entre o que floresce pelos lábios e o que morre no coração. (vão falar no amor ao próximo, mas não vão praticar em seus corações verdadeiramente este amor ao próximo) Os cristãos serão numerosos, mas terão esquecido as leis cristãs e a sua fé será de palavras. (não mais de atos concretos) Porque todos falarão de amor, mas já ninguém terá amor pelo próximo".

 

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