29.03.2016 - Hora desta Atualização - 07h27
Nota de www.rainhamaria.com.br
Artigo publicado em 17.06.2015
Frei Daniele foi companheiro inseparável do Padre Pio durante longos anos e passou por uma experiência sobrenatural extraordinária, narrada em detalhes no livro “Omaggio a Fra’ Daniele, capuchino”, escrito pelo Pe. Remigio Fiore, cujo excerto é traduzido abaixo, a partir da versão em espanhol publicada na revista Sol de Fátima, número 188, página 26-27 (Novembro-Dezembro de 1999). Os eventos descritos abaixo, com inúmeros depoimentos confirmatórios, constituem mais uma prova da vida singular do Santo Pio de Pietrelcina.
Sou um simples irmão capuchinho. Passei toda a minha vida fazendo o trabalho que me correspondia: porteiro, sacristão, pedinte de esmolas, cozinheiro. Frequentemente ia com a minha mochila para pedir esmolas de porta em porta. Fazia as compras diariamente para o convento. Todo mundo me conhecia e me queriam bem. Sempre que comprava alguma coisa, davam-me descontos e aquelas poucas liras que recolhia, em vez de entregá-las ao meu superior, as conservava para as despesas com as correspondências, para as minhas pequenas necessidades e também para ajudar os soldados que vinham bater à porta do convento.
Imediatamente após a guerra, eu estava em San Giovanni Rotondo, minha cidade natal, no mesmo convento do Padre Pio. Pouco tempo depois, eu comecei com algumas dores no sistema digestivo e, após me consultar, o médico me diagnosticou uma doença incurável: eu tinha um grave tumor.
Pensando na iminência da morte, eu me dirigi ao Padre Pio para lhe fazer a comunicação e ele, depois de me ouvir, falou de pronto: "você tem de operar". Confuso, repliquei: “Padre, não vale a pena. O médico não me deu nenhuma esperança. Agora eu sei que vou morrer."
"Não importa o que o médico disse: você deve operar, mas em Roma em tal clínica e com tal cirurgião."
O Padre Pio falou com tanta segurança e convicção, que eu simplesmente concordei:
"Sim, Padre, eu vou." Então ele olhou para mim com grande ternura e acrescentou comovido:
"Não tema, eu estarei sempre com você."
Na manhã seguinte, viajei para Roma e, sentado no trem, sentia uma presença misteriosa ao meu lado: era Padre Pio cumprindo a promessa de estar comigo.
Quando cheguei a Roma, soube que a clínica tinha o nome de ‘Regina Elena’ e que o cirurgião chamava-se Ricardo Moretti. Internei-me ao entardecer. Parecia que todos me esperavam, como se alguém tivesse anunciado a minha chegada e me receberam imediatamente.
Às 7 horas da manhã já estava na sala de cirurgia. Prepararam-me para a operação. Apesar da anestesia, permanecia consciente e orava ao Senhor com as mesmas palavras que Ele se dirigira ao Pai antes de morrer: "Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito".
A operação teve início e eu percebia tudo o que diziam. Sofria dores atrozes, mas não me lamentava; ao contrário, estava feliz de suportar tanta dor que oferecia a Jesus, uma vez que todos aqueles sofrimentos purificavam a minha alma dos meus pecados. Pouco tempo depois, eu adormeci.
Quando recuperei a consciência, disseram-me que eu havia estado três dias em coma antes de morrer. Apresentei-me diante do Trono de Deus. Via Deus não como um juiz severo, mas como um Pai afetuoso e cheio de amor. Então compreendi que o Senhor havia sido amor puro por mim desde o primeiro até o último momento da minha vida, amando-me como se eu fosse a única criatura existente sobre a terra.
Mas percebi também que eu, não somente não tinha correspondido àquele imenso amor divino, mas que o tinha totalmente negligenciado.
Eu fui condenado a duas / três horas no Purgatório.
"Mas como?” - eu me perguntava - somente duas / três horas? E depois posso ficar junto de Deus, amor eterno? Dei um salto de alegria e me senti um filho predileto. A visão desapareceu e eu me vi então no Purgatório.
As duas / três horas de Purgatório me foram dadas principalmente por ter faltado com o voto de pobreza, ou seja, por ter conservado para mim umas poucas liras, como havia dito antes.
As dores eram terríveis e não sei de onde vinham, porém eu as sentia intensamente. Nos sentidos com os quais eu havia ofendido mais a Deus neste mundo: os olhos, a língua ... experimentava dores tremendas e era espantoso porque, no Purgatório, cada um se sente como se tivesse corpo e conhece / reconhece os demais como ocorre no mundo.
Ainda assim, embora não tivesse passado mais que alguns momentos com tais penas, me parecia ter sido uma eternidade. O que mais faz sofrer no Purgatório não é tanto o fogo - que é muito intenso, mas o sentimento de se estar alijado de Deus, e o que é mais angustiante é saber que se teve todos os meios disponíveis para a salvação e não se utilizou deles com sabedoria.
Foi então que eu pensei ir a um irmão do meu convento para lhe pedir para rezar por mim que estava no Purgatório. Aquele irmão ficou espantado porque percebia a minha voz, mas não podia me ver e me perguntou:
"Onde você está, por que eu não lhe vejo?"
Eu insistia, vendo que não era possível chegar até ele, porque meus braços não o alcançavam. Só então me dei conta que não tinha um corpo. Contentei-me, então, em insistir com ele para que rezasse muito por mim e, assim, me tirar do Purgatório.
"Mas como?” - dizia a mim mesmo. “Não deveria estar eu somente duas / três horas no Purgatório? E já se passaram trezentos anos?” Pelo menos, assim me parecia. De repente, surgiu diante de mim a Bem-Aventurada Virgem Maria; ao vê-la, roguei insistentemente, supliquei, dizendo-lhe: "Ó Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, alcançai-me a graça do Senhor de retornar à terra para viver e trabalhar apenas por amor a Deus."
Corri também diante o Padre Pio e igualmente implorei: "Por suas dores excruciantes, por suas benditas chagas, Padre Pio, rogai por mim a Deus para me livrar dessas chamas e conceder-me a graça de continuar meu Purgatório na terra."
Depois, não vi mais nada, mas dei-me conta que o Padre Pio falava com a Virgem.
Momentos depois, apareceu-me de novo a Bem-aventurada Virgem Maria: era Nossa Senhora das Graças, porém vinha sem o menino Jesus; acenou com a cabeça e sorriu. Naquele mesmo momento, tomei posse do meu corpo, abri meus olhos e estendi meus braços. Então, com um movimento brusco, me libertei do manto que me cobria. Estava feliz, eu tinha recebido a graça. A Santíssima Virgem havia me escutado.
Imediatamente a seguir, os que me assistiam e velavam, com grande susto, correram para fora da sala a chamar médicos e enfermeiras. Em poucos minutos, a clínica ficou lotada de pessoas. Todos achavam que eu era um fantasma e decidiram fechar as portas e ir embora, com grande temor a espíritos.
Na manhã seguinte, levantei-me muito bem disposto e sentei-me em uma poltrona. Apesar da porta ser cuidadosamente controlada, algumas pessoas conseguiram entrar e me pediam para lhes explicar o que tinha acontecido. Para tranquilizá-los, disse-lhes que estava para chegar o médico de plantão, o qual diria a eles o que havia acontecido comigo. Normalmente os médicos não chegariam antes das dez horas mas, esta manhã, embora não fosse ainda sete horas, disse aos presentes:
"Olhe, o médico está chegando, e agora está estacionando o carro em tal posição."
Mas ninguém acreditava em mim. E eu continuava a dizer-lhes:
"Agora está atravessando a rua, levando o casaco sobre o braço e passando a mão sobre a cabeça como se estivesse preocupado, não sei o que será ...”
Porém, ninguém dava crédito às minhas palavras. Então eu disse: "Para que vocês creiam que eu não estou mentindo, eu afirmo que o médico está subindo pelo elevador e está prestes a chegar à porta." Mal terminara de falar, abriu-se a porta e entrou o médico surpreendendo todos os presentes. Com lágrimas nos olhos, o médico disse:
"Sim, agora eu creio em Deus, creio na Igreja e creio no Padre Pio ...".
Aquele médico que antes não acreditava e cuja fé era como água de rosas, confessou que, naquela noite, não tinha conseguido pregar os olhos pensando na minha morte, que ele havia comprovado antes, sem dar mais detalhes. Disse que, apesar do atestado de óbito que tinha escrito, tinha voltado para se certificar de que era aquilo mesmo que tinha acontecido já que tivera tantos pesadelos à noite, com base no fato de que aquele falecido (que era eu) não era como os demais, o que agora se confirmava efetivamente.
Conclusão: Após esta experiência, Frei Daniele realmente viveu o Purgatório nesta terra, purificando-se por meio de enfermidades, sofrimentos e dores, conformando-se sempre e em tudo com a vontade de Deus. Recordo aqui algumas operações que passou posteriormente: próstata, coliciste, aneurisma da veia abdominal com uso de prótese, operação após um acidente de rua perto de Bolonha, além de outras dores, não somente físicas, mas também morais.
Á irmã Felicetta, que lhe perguntou como se sentia de saúde, Frei Daniele lhe confidenciou: "Minha irmã, há mais de 40 anos que não me recordo o que significa ‘estar bem’.”
Para terminar, poder-se-ia dizer que este relato de Frei Daniele é mais um episódio que prova o seu grande amor pela Virgem Maria. Frei Daniele morreu em 6 de julho de 1994. Seus restos mortais foram dispostos na capela da enfermaria do Convento dos Capuchinhos em San Giovanni Rotondo e, ao se recitar o rosário em sufrágio de sua alma, pareceu a muitos dos presentes que Frei Daniele movia os lábios para acompanhar as ave-marias do Rosário. A voz se difundiu tão claramente que o superior, Padre Livio de Matteo, quis ter certeza de que não se tratava de morte aparente. Por tal motivo, fez trazer ao local o Dr. Nicholas Silvestri, assistente de Medicina Legal, e o Dr. José Pasanella, também assistente de Medicina Legal, que procederam à realização de um eletrocardiograma a Frei Daniele, tomando também a temperatura do corpo, pelo que confirmaram indubitavelmente sua morte.
Frei Daniele certamente goza agora da visão beatífica de Deus e, do céu, nos sorri, abençoa e nos protege a todos.
Fonte: Sendarium
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Lembrando o artigo publicado em 10.05.2015
O Purgatório existe: é uma fornalha, e não um salão de beleza
Realmente o modernismo católico vai aos poucos minando a fé dos católicos, embora em muitos destes haja ainda reservas morais que os preservam. Conversando com uma senhora, ela me disse que acreditava na existência do Purgatório, o que para mim foi uma surpresa, pois os católicos modernistas negam veemente sua existência e a do Inferno com um argumento falso sobre a Misericórdia de Deus.
Pois bem, essa senhora me contou que um padre (modernista, é claro) lhe havia dito que o Purgatório era como um salão de beleza para onde as pessoas vão após a morte, a fim de irem em seguida para o mais belo Paraíso. De fato devemos concordar que as almas chegam imundas ao purgatório, pois embora tenham se salvado pelo arrependimento de seus pecados, têm que pagar a pena devida. Daí a importância das indulgências e a correta devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, hoje esquecidas da imensa maioria dos católicos.
Ocorre que o padre que falou tal leviandade dá a entender que o Purgatório seria um lugar onde as pessoas lavam e escovam seus cabelos, fazem suas unhas e passam um perfume. Ainda bem que não é assim, pois do contrário não haveria ali lugar para os homens. Só as mulheres é que passariam por lá.
Mas poderíamos dizer que o Purgatório é um lugar onde as almas se lavam dos pecados cometidos na vida terrena, mas nele o que lava não é a água, e sim um fogo, comparado ao do Inferno, com a diferença de que as penas do Inferno são eternas, enquanto as do Purgatório são temporárias.
De qualquer jeito, se há um lugar pelo qual eu não gostaria de passar após a morte é o Purgatório, e em vida, um “salão de beleza”.
Vejamos então o que diz Santa Faustina em seu diário:
“Em determinado momento, à noite, veio ter comigo uma das nossas irmãs, que morreu há dois meses. Era uma irmã do primeiro coro. Eu a vi num estado terrível. Toda em chamas, o rosto retorcido de dores. Isso durou um breve momento e logo desapareceu. Um tremor atravessou a minha alma, porque não sabia onde sofria, se no Purgatório ou no Inferno; contudo dobrei as minhas orações por ela. Na noite seguinte veio novamente, mas a vi em estado mais terrível, em chamas ainda mais intensas; no seu rosto estampava-se o desespero.
Fiquei muito admirada porque, depois das orações que por ela ofereci, vi-a em pior estado e perguntei: “Não lhe ajudaram as minhas orações?” Respondeu-me que nada lhe ajudaram as minhas orações e nada ajudariam. Perguntei: “As orações que toda a Congregação lhe tinha oferecido, também essas não lhe trouxeram nenhuma ajuda?” – Respondeu-me que nenhuma. “Essas orações beneficiaram outras almas”. Disse-lhe então: “Se as minhas orações nada ajudaram à Irmã, peço que não volte mais a mim.” E desapareceu imediatamente. No entanto, não cessava de rezar. Depois de algum tempo, veio visitar-me novamente à noite, mas num estado diferente. Já não estava em chamas, como antes, e o seu rosto estava radiante, os olhos brilhavam de alegria e disse-me que eu de fato possuía verdadeiro amor ao próximo, que muitas outras almas tiraram proveito de minhas orações e encorajara-me a não deixar de rezar pelas almas que sofrem no Purgatório e disse-me que ela já não ficaria muito tempo no Purgatório.”
Em outra parte do seu diário encontramos:
“Vi o Anjo da Guarda que me mandou acompanhá-lo. Imediatamente encontrei-me num lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem nenhum resultado para si mesmas; apenas nós podemos ajudá-las. As chamas que as queimavam não me tocavam.
O meu Anjo da Guarda não se afastava de mim nem por um momento. E perguntei a essas almas qual era o seu maior sofrimento. Responderam-me, unânimes, que o maior sofrimento delas era a saudade de Deus. Vi Nossa Senhora que visitava as almas no Purgatório. As almas chamam a Maria ‘Estrela do Mar’. Ela lhes traz alívio. Queria conversar mais com elas, mas o meu Anjo da Guarda fez-me sinal para sair. Saímos pela porta dessa prisão de sofrimento. Ouvi então uma voz interior que me dizia: A Minha misericórdia não deseja isto, mas a justiça o exige. A partir deste momento, me encontro mais unida às almas sofredoras.
Para quem quiser conhecer mais testemunhos de Santa Faustina Kowalska sobre a existência do Purgatório, recomendo que deixe de lado a preguiça e comece a leitura de seu Diário.
Por Lucas Janusckiewicz Coletta
Fonte: http://devotosdamisericordiadivina.blogspot.com.br
Veja também...
Padre Francisco Alves: Como é longo o tempo no Purgatório!