03.03.2016 - Ante a possível legalização da eutanásia no Canadá, o Arcebispo de Ottawa, Dom Terrence Prendergast, indicou que a pessoa que pede o suicídio assistido não tem direito de receber a unção dos enfermos, pois está “rechaçando a esperança que supõe e que este sacramento tenta contribuir”.
Sacerdote dando a unção dos enfermos.
Este sacramento é concedido às pessoas idosas ou aos doentes em estado grave. Uma das graças concedidas é o perdão dos pecados. “Mas, não podemos ser previamente perdoados por algo que vamos fazer, como por exemplo realizar um suicídio assistido, o qual é um pecado grave”, comentou Dom Prendergast a ‘Canadian Catholic News.
Em fevereiro do ano passado, a Suprema Corte do Canadá aprovou por unanimidade que os médicos podem ajudar a acabar com a vida daqueles pacientes que sofrem de doenças severas ou incuráveis. Anteriormente, a lei penalizava o suicídio assistido com até 14 anos de prisão.
No dia 25 de fevereiro, o governo publicou um relatório final no qual indicava que todas as instituições públicas de saúde deviam praticar a eutanásia e o suicídio assistido. Esta resolução também afeta os centros e hospitais católicos.
Este relatório não protege os médicos que por motivos morais e religiosos rechacem aplicar o suicídio assistido. Esperam que o Parlamento tenha uma resposta em junho de 2016.
A reação dos bispos canadenses
Em janeiro deste ano, o Presidente da Conferência Episcopal do Canadá, Dom Douglas Crosby, manifestou ao Parlamento que “cuidar dos doentes não permite matá-los ou ajudá-los a cometer o suicídio” e que o governo deve garantir os direitos de consciência.
Dom Crosby também disse que o governo canadense deveria priorizar os cuidados paliativos, financiar as investigações e formações a fim de encontrar a forma de aliviar a dor dos pacientes e melhorar os programas de prevenção para o suicídio.
Por sua parte, os bispos da Diocese de Alberta lançaram uma mensagem pelo Dia Mundial do Enfermo, na qual advertiram que este tipo de resoluções acabava com os direitos de consciência dos médicos e outros profissionais de saúde que são contra o suicídio.
“A decisão da Suprema Corte do Canadá tornou legalmente permissível em algumas circunstâncias o que é moralmente incorreto: a privação da vida humana inocente. Isto é algo inaceitável em uma sociedade justa e ética”, assinalaram.
Do mesmo modo, disseram que “nenhum católico pode advogar, participar em certa forma, tanto pelo ato como pela omissão, no assassinato intencional de outro ser humano, realizado por meio do suicídio assistido ou da eutanásia”.
“Quando uma vida pode ser interrompida conforme a nossa vontade, a dignidade de todas as vidas é corroída e acabamos perdendo todo respeito pela vida humana na sociedade”.
Além disso, disseram que caso obriguem um médico a praticar um suicídio ou uma eutanásia, “deverá redefinir fundamentalmente o que significa ser um médico. Matar não é medicina”, expressaram.
Fonte: www.acidigital.com - via www.sinaisdoreino.com.br/
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Nota de www.raianhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Por que me perguntas a respeito do que se deve fazer de bom? Só Deus é bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos". (Mateus 19, 17)
"Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe". (Marcos 10, 19)
Nos Dez Mandamentos, encontramos um que diz: “Não matarás” (Ex 20,13). É certo que a expressão negativa enfática de não matar se refere às mais variadas formas que levam à morte. Dentre elas, lembramos do assassinato, da eutanásia e do aborto. O suicídio e a eutanásia também é considerado como a quebra desse mandamento, tendo em vista que significa autodestruição, ou negação da própria vida. O termo se origina do latim sui, que quer dizer a si mesmo, e caedere que significa cortar, matar.
O Papa João Paulo II, na encíclica Evangelium vitae: “A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom. (EV, 57).
Isso não impede que algumas formas de eutanásia sejam mais ou menos graves que outras. João Paulo II distingue também vários graus de gravidade (EV, 66).
A primeira forma de eutanásia é a que resulta de uma falsa piedade. Neste caso, suprime-se a vida do doente com o objetivo de poupá-lo de mais sofrimento. No entanto, para a Igreja, a verdadeira compaixão, de fato, torna solidário com a dor alheia, não suprime aquele de quem não se pode suportar o sofrimento”.
A decisão da eutanásia torna-se mais grave quando se configura como um homicídio, que os outros praticam sobre uma pessoa que não a pediu de modo algum nem deu nunca qualquer consentimento para ela.”
Finalmente, “atinge-se o cúmulo do arbítrio e da injustiça quando alguns, médicos ou legisladores, se arrogam o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer”.
A liberdade de escolha do paciente não justifica a eutanásia. Segundo alguns promotores da eutanásia, esta poderia se justificar pelo “princípio de autonomia” do sujeito, que teria direito de dispor, de maneira absoluta, da sua própria vida. Para rejeitar esse direito, a Igreja se baseia no valor inalienável e sagrado de toda vida humana.
Segundo este princípio, assim como haveria um “direito ao suicídio”, existiria também um “direito ao suicídio assistido”. A Igreja não reconhece nenhum destes supostos direitos.
Seu ensinamento recordou isso muitas vezes: “A morte voluntária ou suicídio, portanto, é tão inaceitável como o homicídio: porque tal ato da parte do homem constitui uma recusa da soberania de Deus e do seu desígnio de amor".