08.11.2015 -
Os caminhos que levam a Bento Rodrigues não espelham mais a alegria de desvendar a história de Minas, a emoção de visitar monumentos dos tempos coloniais e o prazer de saborear iguarias com os sabores da terra.
Tudo agora é passado – com o cheiro podre da lama, a visão fantasmagórica dos prédios destruídos e o lamento de quem conheceu a comunidade devastada pelos dejetos vazados das barragens do Fundão e Santarém, da Samarco.
O Estado de Minas percorreu as trilhas, encontrou moradores e gente que conheceu o lugar em outros tempos e hoje lastima o ocorrido na tarde da última quinta-feira. A estrada de terra unindo Camargos a Bento Ribeiro está interrompida pela lama, que desceu no sentido contrário ao Rio Gualaxo. A ponte desapareceu, ficou o vazio, um abismo colossal, que assusta muitos moradores da região.
No lugarejo de Cachoeira, há um contraste gritante, como se as forças da natureza, abatidas, ainda mostrassem o vigor de outros tempos. No meio do lamaçal, está a queda d'água e, de longe, pode -se ver dois homens se banhando nas águas cristalinas. Logo depois do refresco, eles calçam botas e voltam à labuta, retirando o que sobrou nos escombros da propriedade rural. Galinheiro arrebentado, pocilga em ruínas, caminhão atolado, enfim, desolação.
Quanto mais se anda, mais se fica impressionado com o cenário de destruição. Há barrancos caídos, árvores arrancadas inteiras, raízes expostas. “A gente sai daqui, mas não abandona”, diz Maria Inez Jorge, a dona Nezinha, de 76 anos.
“Temos muitos amigos em Bento Rodrigues. É um lugarejo dos tempos do ciclo do ouro. Estou horrorizada com esta destruição”, diz ela, ao olhar o caos ambiental instalado na região. Além dos encantos naturais, ela faz questão de destacar a produção de pimenta-biquinho, de geleia e conserva caseira, um charme a mais na culinária e chamariz para o paladar dos turistas.
Como o distrito de Camargos não tem escola, as crianças e jovens dali estudavam na Escola Municipal Bento Rodrigues. E é aí que o irmão de dona Nezinha, Ênio Jorge, entra nessa história. Todos os dias, antes das 16h, ele seguia para Bento Rodrigues, dirigindo sua kombi, a fim de buscar os alunos e trazê-los para casa.
Na quinta-feira, num determinado trecho, recebeu o alerta de um motoqueiro que vinha no sentido contrário. “Ele avisou que ocorrera o rompimento das barragens e não tinha mais estrada. Fui salvo pelo gongo, aliás, por São Bento, pois poderia sido atingido”, conta Ênio. Ele lembra, aliviado, que as crianças se salvaram. Fonte UAI
"Foi um tsunami", afirma morador afetado por mar de lama em Minas Gerais.
Moradores de distritos de Mariana, em Minas Gerais, afirmam que o rompimento de duas barragens na tarde de quinta-feira (5) foi assustador e que só deu tempo para correr com as roupas do corpo.
VEJA A REPORTAGEM.
Nota de www.rainhamaria.com.br
Diz na Sagrada Escritura:
"Porque as comportas do alto se abrem e os fundamentos da terra tremem. A terra se quebra, a terra é abalada violentamente, a terra é fortemente sacudida. A terra cambaleia como um bêbado, é agitada como uma cabana. Sua rebelião pesa sobre ela, ela cairá e já não se levantará". (Isaias 24, 18-20)
"Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra a aflição e a angústia apoderar-se-ão das nações pelo bramido do mar e das ondas". (Lc 21,25)
"Quando os homens disserem: Paz e segurança!, então repentinamente lhes sobrevirá a destruição, como as dores à mulher grávida. E não escaparão". (1Ts 5,3)
"Estava grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz". (Apocalipse 12, 2)
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