07.11.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br
A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.
Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.
O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.
Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.
Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.
O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.
Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.
O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)
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Parábola dos Verdadeiros Filhos de Deus
Jesus diz:
“Em verdade, em verdade, Eu vos digo que aqueles que parecem ser uns bastardos são filhos verdadeiros, e que os filhos verdadeiros se tornam bastardos. Ouvi vós todos uma parábola. Há tempo houve um homem que, por causa de algumas suas dívidas, teve que ausentar-se por muito tempo de casa, deixando seus filhos, que eram ainda pouco mais do que umas crianças. Do lugar onde estava, escrevia cartas aos seus filhos maiores, para conservá-los sempre no respeito a seu pai distante, e para fazê-los lembrarem-se dos seus ensinamentos. O último filho, nascido depois que ele tinha viajado, estava ainda com a ama de leite, uma mulher que morava longe de lá, das terras da esposa, mas que nem era de sua raça. A mulher veio a morrer, enquanto este filho ainda estava pequeno e longe de casa. Os irmãos disseram: “Vamos deixá-lo lá onde está, com os parentes de nossa mãe. Talvez o pai não se lembrará mais dele e com isso nós, levemos vantagem, tendo que dividir a herança com um de menos, quando o nosso pai vier a morrer.” E assim fizeram. Dessa maneira, o menino, que estava longe, viveu criado por seus parentes do lado da mãe, sem ter conhecido os ensinamentos do pai, sem saber que tinha um pai e irmãos, ou pior, conhecendo o que é a amargura de ter que repetir assim: “Eles todos me repudiaram, como se eu fosse um bastardo”, e chegou até a pensar que o fosse, pelo tanto que se sentia rejeitado pelo pai.
Quis o destino que ele, tendo-se tornado homem, e tendo-se colocado em um emprego, irritado como estava por aqueles pensamentos, tinha começado a odiar até a família de sua mãe, que ele reputava culpada de adultério, aquele jovem tinha ido à cidade onde estava o seu pai. E, sem saber quem era ele, dele se aproximou, e teve a oportunidade de ouvi-lo falar. O homem era um sábio. E, como não tinha o prazer de tratar com os seus filhos, porque eles estavam longe, --- eles resolviam as coisas por si mesmos, mantendo apenas um relacionamento convencional com o pai distante, apenas para fazê-lo lembrar-se que eles eram os “seus” filhos e que, por isso, não se esquecesse deles no testamento --- ele se ocupava muito em dar bons conselhos aos jovens dos quais ele conseguia aproximar-se no lugar onde morava. O jovem ficou atraído por aquela bondade de pai para com todos aqueles jovens e, não somente se aproximou dele, mas viu um tesouro em cada palavra dele, que ia tornando mais o seu espírito exasperado. O homem adoeceu, e teve que resolver voltar para sua terra. E o jovem lhe disse: “Seu Senhor, só tu és que me falaste com justiça, levantando o meu espírito. Deixa que eu te acompanhe como teu servo. Não quero recair no mesmo mal que antes.”
“Vem comigo. Ficarás no lugar do meu filho, do qual eu não pude mais ter notícia.”
E voltaram juntos para a casa paterna.
Nem o pai, nem os irmãos, nem o próprio jovem puderam ter a ideia de que o Senhor estivesse reunindo de novo os que eram do mesmo sangue debaixo de um mesmo teto. Mas o pai teve muito que chorar pelos filhos que ele conhecia, pois os encontrou esquecidos dos seus ensinamentos, insaciáveis, duros de coração, não tendo mais fé em Deus, mas ao contrário, com muitas idolatrias. E em seus corações: a soberba, a avareza, a luxúria eram os seus deuses, e não queriam ouvir falar de outra coisa, que não fosse alguma vantagem humana. O estrangeiro porém, sempre se aproximava do Senhor, tornava-se justo, bom, amoroso, obediente. Os irmãos o odiavam, porque o pai amava aquele estrangeiro. Mas ele os perdoava, porque havia compreendido que no amor é que está a paz.
Um dia o pai, desgostoso com o procedimento de seus filhos, lhes disse: “Vós estais desinteressados pelos parentes de vossa mãe, e até pelo vosso irmão. Mas, lembrai-vos da conduta dos filhos de Jacó para com o seu irmão José. Eu quero ir àquelas terras para saber notícias dele. Pode ser que eu o encontre, e que com isso me console.”
E se despediu, tanto dos filhos conhecidos, como do jovem desconhecido, dando a este uma provisão em dinheiro, a fim de que ele pudesse voltar ao lugar de onde tinha vindo, e lá se estabelecesse em algum pequeno comércio.
Tendo chegado às terras da falecida mulher, os parentes dela lhe contaram que o filho abandonado, cujo nome primitivo era Moisés, mas que tinha passado a chamar-se Manassés, porque realmente ele, ao nascer, tinha feito que seu pai se esquecesse de ser justo, tendo-o abandonado. “ Não sejais injusto comigo! Havia-me sido dito que do menino se tinham perdido todas as notícias, e eu nem esperava mais encontrar nenhum de vós. Mas falai-me dele. Como está? Cresceu forte? É parecido com minha amada esposa, que se finou, ao dá-lo à luz? Ele está bem? Ele me ama?”
“É forte, e é belo como sua mãe, só que tem uns olhos de uma cor negra pura. Mas da mãe ele herdou até a figura de uma alfarroba, que ela tinha de um lado. E de ti ele tem essa tua pronúncia, um pouco gaguejada. Depois de adulto, foi-se embora daqui, aborrecido com sua sorte, tendo dúvidas sobre a honestidade de sua mãe, e de ti tendo rancor. Ele andou para além dos montes e dos rios, chegando até Trapázio para...”
“Estais falando Trapázio? Lá no Sinópio? Oh! Falai! Eu morava lá, e conheci um jovem um pouco gago, sozinho e triste, e muito bom, ainda que por baixo daquela sua crosta de dureza. E ele? Falai-me dele?”
“Talvez seja ele. Torna a procurá-lo. Do lado direito ele tem a figura de uma alfarroba, em relevo e escura, como a tinha a tua mulher.”
O homem partiu precipitadamente, esperando encontrar ainda o estrangeiro em sua casa. Ele havia partido, para voltar à sua colônia em Sinópio. E o homem vai atrás dele... até que o encontrou. Fez que ele lhe descobrisse o lado. E o reconheceu. Caiu de joelhos, dando graças a Deus por ter-lhe restituído o filho, e melhor do que os outros, que cada vez mais se bestializavam, enquanto que este, naqueles meses que se tinham passado, se havia tornado sempre mais santo. E ao filho bom ele disse: “Tu terás a parte dos irmãos, porque tu, sem teres o amor de ninguém, te tornaste justo, mais do que qualquer outro.”
E não era justiça? Sim, que o era. Em verdade, Eu vos digo que são verdadeiros filhos de Bem aqueles que rejeitados pelo mundo e desprezados, odiados, vilipendiados, abandonados como uns bastardos, reputados como uma vergonha e uma morte, sabem superar os filhos que nasceram na casa, mas são rebeldes às Leis dela. Não é o ser de Israel que dá o direito ao Céu. Não é ser fariseus, escribas ou doutores o que assegura a sorte. Mas é ter boa vontade, e vir generosamente em busca da Doutrina de amor, para se renovarem nela, fazerem-se por meio dela filhos de Deus, em espírito de verdade.
Vós todos que estais ouvindo, ficai sabendo que muitos dos que se julgam seguros em Israel serão suplantados por aqueles que para eles são publicanos, meretrizes, gentios, pagãos e galeotes. O Reino dos Céus é de quem sabe renovar-se, acolhendo a Verdade e o Amor.”
(De Jesus à Valtorta, Vol. 6, pgs 15 a 18)
Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br (do amigo Antonio Calciolari)
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