09.08.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br

Por Dilson Kutscher

Começarei este meu sonho pelo fim, pois, essa visão poderia ser explicada pelo inicio, num periodo da minha vida, que se passou há muitos anos atrás.

Estava num lindo jardim, com belas árvores em volta, escutava água a correr, como um riacho, o céu era azul e o sol brilhava, havia passáros voando e escutava o que parecia o barulho de araras.

Vi uma pessoa que me acenava com a mão para que eu fosse ao seu encontro. Caminhei até ela. Era um homem, com vestes brancas, com sandálias nos pés.

Quando estava na sua frente, ele disse: Você nem imagina quem sou não é?
Respondi: Não imagino mesmo.
Ele disse: Sou o Roberto, lembra?
Eu disse: Desculpe, mas não lembro. Roberto de onde?
Ele disse: Na verdade, você sempre me chamou assim.
Eu disse: Olha amigo, realmente não estou compreendendo

Ele disse: Vamos ver se você vai lembar....

Então, num piscar de olhos, a fisionomia dele mudou, ficou mais velho, com barba e cabeludo.
E, ele disse: Agora lembra?
Eu disse: Roberto...Roberto...sim eu lembro de você.

(Me deixe esclarecer a quem lê este texto, quem era Roberto: Isto deve fazer cerca de 19 anos atrás, quando eu morava no extremo sul do Brasil. Roberto era um morador de rua, que dormia em frente a uma mercearia. Eu era amigo do dono desta mercearia, vez por outra eu passava por lá para conversar com o dono da mercearia. Roberto quando me via, atravessava a rua, enrolado sempre no seu cobertor velho e pedia algo para comer, uma moeda, queria um copo de vinho para se aquecer, um cigarro...enfim...

Na verdade, nós realmente não sabíamos o seu nome, colocamos o nome dele fictício de Roberto. Dar algo para o Roberto virou quase uma rotina diária. Ele aceitava qualquer coisa que se oferecesse. Mas não falava muito, aliás quase não falava nada, apenas ficava na nossa frente e já sabíamos que queria alguma coisa. Ele não incomodava, pegava seu alimento ou mesmo seu copo de vinho e voltava para seu lado da calçada. As vezes, ele sumia por um curto período, mas voltava. O dono da mercearia, não dava sempre alimentos ao Roberto, mas sempre que eu estava por lá, pronto...lá vinha o Roberto a pedir alguma coisa, eu sempre dava, as vezes parecia que o Roberto era da familia. Na época, eu não me importava muito com evangelização, era católico só de nome. Quando me mudei para outra cidade, nunca mais vi o Roberto. Até este sonho)

Continuando o sonho...

Roberto no sonho, já não estava com roupas rasgadas e sujas, nem o cobertor que ele sempre usava em volta do corpo, que as vezes arrastava pelo chão quando andava. Não tinha a barba cerrada, nem era mais cabeludo. Seu rosto estava mais novo, com uma aparência mais jovem. Eu nunca o reconheceria se não falasse quem era.

Eu disse: Roberto o que aconteceu contigo, estás bem diferente, mudastes de vida?
Ele disse: Eu já não sofro mais, encontrei a felicidade eterna e uma família para me amparar. Minha pobreza se transformou em riqueza, minha tristeza em alegria. Apesar de não lembrar muita coisa que passei, mas lembro de toda a ajuda que recebi, inclusive a sua.

Eu disse surpreso: Roberto isto por acaso é o céu?
Ele disse: Não, você está dentro do teu coração, isto é um sonho, eu estou nele. Mas espero com alegria que possa de verdade o rever um dia.

Depois destas palavras acordei.

Sei que é apenas um sonho, mas creio que toda a caridade que você fizer ao vosso semelhante, pobre e necessitado, ele sempre irá se lembrar desta sua ajuda por toda a eternidade. Quem sabe o pobre e necessitado, aquele que poucos dão algum valor em sua vida, não será ele que testemunhará a teu favor no Tribunal Divino, e colocará na Balança do Justo Juiz as tuas boas obras, abrindo as Portas do Céu para ti.

"Antes de tudo, mantende entre vós uma ardente caridade, porque a caridade cobre a multidão dos pecados" (Pr 10,12). (I São Pedro 4, 8)

Dilson Kutscher - www.rainhamaria.com.br