04.08.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br
A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.
Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.
O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.
Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.
Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.
O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.
Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.
O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)
A PARÁBOLA DOS PEIXES
Jesus começa a falar:
“Uns pescadores saíram para o lago e jogaram sua rede ao mar. Depois do tempo necessário, puxaram a rede para bordo. Com muito trabalho eles iam assim fazendo a sua pesca, por ordem do patrão, que os havia encarregado de abastecer sua cidade de peixes de boa qualidade, dizendo-lhes assim: “Mas os peixes que fazem mal e os de qualidade inferior, não deveis nem levá-los para terra. Jogai-os de novo no mar. Outros pescadores os pescarão e, como eles são pescadores de um outro patrão, levarão os peixes para a cidade dele, para que lá se coma o que faz mal e o que faz ficar sempre mais feia a cidade do meu inimigo. Na minha cidade, que é bela, ilustre e santa, não há de entrar nada de mal.
Puxada, pois, para bordo a rede, os pescadores começaram o trabalho da separação. Os peixes eram muitos, de aspecto, tamanho e core diversos. Havia alguns muitos bonitos, mas cuja carne era cheia de espinhas, ou de sabor desagradável, ou que tinham o bucho cheio de lodo, de vermes ou de ervas podres, que aumentavam o mau gosto de suas carnes. Outros eram de aparência feia, com um focinho que mais parecia a carranca de um delinqüente ou de um monstro visto em um pesadelo. Mas os pescadores sabiam que a carne deles era especial. Outros, porque eram sem importância, passaram despercebidos. Os pescadores trabalhavam, trabalhavam. As cestas já estavam cheias de peixes especiais então, e na rede estavam os peixes insignificantes.
“Já basta. As cestas estão cheias. Vamos jogar todo o resto no mar”, disseram muitos pescadores. Mas um pescador, que até aí pouco tinha falado, enquanto os outros falavam bem ou mal de cada peixe que lhes chegava às mãos, ficou a rebuscar na rede e, por entre a miuçalha sem importância, descobriu ainda dois ou três peixes, que ele foi colocar por cima de todos os outros, nas cestas.
“Mas, que é que estás fazendo”, perguntaram-lhe os outros. “As cestas já estão cheias e bonitas. Tu as queres estragar, pondo por cima delas, e atravessado, esse pobre peixe aí! Parece até que tu o queiras premiar como mais bonito!”. “Deixai-me agir. Eu conheço esta raça de peixes e sei o seu rendimento e que prazer dão.”
Esta é a parábola, que termina com a bênção do patrão ao pescador paciente, esperto e silencioso, que soube separar, no grande montão, quais eram os melhores peixes. Agora escutai a aplicação da parábola. O patrão da cidade bonita, ilustre e santa é o Senhor. A cidade é o Reino dos Céus. Os pescadores são os meus apóstolos. Os peixes do mar são a humanidade, na qual estão presentes todas as categorias de pessoas. Os peixes bons são os santos. O patrão da cidade feia é Satanás. A cidade feia é o Inferno. Os pescadores dele são o mundo, a carne, as paixões más, encarnados nos servos de Satanás, sejam espirituais, isto é, demônios, sejam os homens que corrompem aos seus semelhantes. Os peixes maus são a humanidade que não é digna do Reino dos Céus: são os condenados.
Entre os pescadores de almas para a Cidade de Deus, sempre haverá os que imitarão aquela capacidade cheia de paciência do pescador que sabe perseverar na procura, precisamente nas diversas camadas da humanidade, onde os outros seus companheiros, mais impacientes, apanharam somente as coisas boas que apareceram à primeira vista. E infelizmente haverá também pescadores que, enquanto aquele trabalho de separação exigia atenção e silêncio, para ouvir as vozes das almas e as indicações sobrenaturais, não verão os peixes bons e os perderão. E haverá também os que por demasiada intransigência, repelem as almas que não são perfeitas em suas aparências exteriores, mas que são ótimas em tudo mais.
Que vos importa, se um dos peixes que pegardes para Mim, mostrar sinais de lutas passadas, apresentando mutilações resultantes de tantas causas, se depois elas não prejudicam ao seu espírito? Que vos importa, se um desses, para livrar-se do Inimigo, feriu-se, e se apresenta com essas feridas, se o seu interior mostra a sua clara vontade de ser de Deus? Almas provadas, almas garantidas. Mais do que aquelas, que são como crianças salvaguardadas por meio de faixas, do berço ou da mãe, e que dormem saciadas e boas, ou que sorriem tranqüilas, mas podendo mais tarde, com o uso da razão, com a idade e com as vicissitudes da vida que vão aumentando, dar até dolorosas surpresas de desvios morais.
Eu vos recordo a palavra do filho pródigo. Outras delas ouvireis ainda, porque Eu sempre estudarei para difundir em vos um discernimento reto: quanto ao modo de avaliar as consciências e de escolher a maneira como guiá-las, que são singulares, e cada uma delas tem o seu modo especial de sentir e de reagir às tentações e aos ensinamentos. Não penseis que seja fácil o discernimento dos espíritos. É tudo o contrário. Precisa-se ter um olho espiritual, completamente iluminado pela luz divina, precisa-se ter uma inteligência que tenha infusa em si a Sabedoria divina, precisa-se possuir as virtudes em grau heróico e, como primeira entre todas, a caridade. Precisa-se ter a capacidade para concentrar-se na meditação, porque a alma é como um texto obscuro, que há de ser lido e meditado. Precisa-se ter união contínua com Deus, esquecendo-nos de todos os interesses egoístas. Viver pelas almas e por Deus. Superar as prevenções, os ressentimentos, as antipatias. Ser doces como pais, férreos como guerreiros. Doces para aconselhar e encorajar. E férreos para dizer: “Isto não é permitido, não o faças. Ou, então: Isto é bom que se faça, e tu o farás”. Porque, pensai bem nisto, muitas almas serão jogadas nos tanques infernais. Mas não serão somente almas de pecadores. Também almas de pescadores evangélicos lá haverá: são as daqueles que faltaram com o seu ministério, contribuindo para a perdição de muitos espíritos.
Chegará o dia, o último dia da terra e o primeiro da Jerusalém perfeita e eterna, no qual os anjos, como os pescadores da parábola, separarão os justos dos maus, para que à ordem inexorável do Juiz, os bons vão para o Céu e os maus para o fogo eterno. Então é que se tornará conhecida a verdade a respeito dos pescadores e dos pescados, cairão por terra as hipocrisias, e aparecerá o povo de Deus como é, com os seus chefes e os salvos pelos seus chefes. Veremos, então, que muitos entre os mais sem importância pelo seu exterior, ou os maltratados em seu exterior, estarão nos esplendores do Céu e que os pescadores calmos e pacientes serão os que mais terão feito, brilhando agora com suas pedras preciosas, que serão tantas, quantos forem os seus salvos. A parábola foi contada e explicada.
Ainda há muitos neste mundo que, por um prato de lentilhas, renunciam à primogenitura.” “Mestre, outro dia Tu nos dizias que muitos são os que se deixam seduzir pelas coisas do mundo. Seriam também eles dos que pescam para Satanás?” pergunta Tiago de Alfeu. “Sim, meu irmão. Naquela parábola o homem se deixou seduzir pelo muito dinheiro, que lhe podia dar muitos prazeres, perdendo o direito ao Tesouro do Reino. Mas, na verdade, Eu vos digo que sobre cem homens só um terço sabe resistir à tentação do ouro, ou a outras seduções e desse terço só a metade é que sabe fazê-lo de uma maneira heróica.
O mundo morre asfixiado pelo agravamento voluntariamente aceito dos laços do pecado. Vale mais estar despojado de tudo, do que ter riquezas irrisórias e ilusórias. Procurai saber fazer como fazem os sábios joalheiros, os quais, tendo ficado sabendo que em certo lugar foi pescada uma pérola raríssima, não se preocupam mais em ter ou não ter tantas pequeninas alegrias em seus cofres, mas se despojam de tudo, para conseguirem aquela pérola maravilhosa.”
“E, então, por que Tu mesmo pões diferenças nas missões que dás aos que te acompanham e dizes que nós temos que considerar as missões como dons de Deus? Então, seria necessário renunciar também a elas, porque elas são como migalhas, em comparação com o Reino dos Céus.”, diz Bartolomeu. “
Migalhas, não. Elas são meios . Migalhas elas seriam, ou melhor ainda, seriam ciscos de palha suja, se tornassem-se uma meta humana na vida. Aqueles que trabalham para terem uma posição, ainda que santa, com a finalidade de conseguirem vantagens humanas, fazem de sua posição um cisão, uma palha suja. Mas fazei de vossa missão uma obediente aceitação, um dever cumprido com alegria, um holocausto total e, então, a transformareis em uma pérola raríssima. A missão é um holocausto, se for cumprida sem reservas, é um martírio e uma glória . A missão pinga lágrimas, suor, sangue, mas forma uma coisa de eterna realeza.”
“Tu sabes de fato responder a tudo!”
“Mas, me tereis compreendido? Compreendeis o que Eu digo, mas com comparações que Eu vou buscar nas coisas de cada dia, iluminadas, porém, por uma luz sobrenatural, que delas tira explicações para coisas eternas?”
“Sim, Mestre.”
“Lembrai-vos, então do método para instruir as turbas. Porque este é um dos segredos dos escribas e dos rabis. Lembrarem-se. Em verdade Eu vos digo que qualquer um de vós, instruído na Sabedoria de possuir o Reino dos Céus, é semelhante a um pai de família, que tira para fora do seu tesouro o que serve para a família, usando coisas antigas ou coisas novas, mas todas com o único fito de procurar o bem-estar de seus próprios filhos.
A chuva cessou. Deixemos em paz as mulheres, e vamos ao velho Tobias, que está para abrir os seus olhos espirituais para as auroras do além.
A paz esteja convosco, mulheres.
(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 4, pgs73,74,75,76)
Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br (do amigo Antonio Calciolari)
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