30.07.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br
A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.
Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.
O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.
Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.
Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.
O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.
Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.
O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)
O BOM USO DAS RIQUEZAS
OLHAI OS LÍRIOS DO CAMPO....
“A Paz esteja com todos vós! "
Ontem Eu falei da oração, do juramento, do jejum. Hoje quero instruir-vos sobre outras perfeições. Elas também são oração, confiança, sinceridade, amor, religião. A primeira, de que hoje falo é sobre o justo uso das riquezas, a serem transformadas pela boa vontade do servo fiel em outros tantos tesouros no Céu. Os tesouros da terra não duram. Mas os tesouros do Céu são eternos. Tendes em vós amor ao que é vosso? Ficais tristes por terdes que morrer, e de não poderdes mais cuidar de vossos bens, e de terdes que deixá-los? E, então, transportai-os para o Céu!
Vós dizeis: "No Céu não entra o que é da terra, e Tu nos ensinas que o dinheiro é a coisa mais suja da terra. Como, então poderemos transportá-lo para o Céu?" Não. Não podeis transportar as moedas, que são coisas materiais, para o Reino, onde tudo é espiritual. Mas podeis levar convosco o fruto das moedas. Quando dais a um banqueiro o vosso ouro, para que é que lho entregais? Para que o faça produzir frutos. Certamente não quereis privar-vos dele, nem mesmo momentaneamente, nem quereis que o banqueiro vo-lo entregue tal qual o recebeu. Mas vós quereis que sobre dez talentos ele vos entregue dez mais um, ou até mais. E, se assim for, ficais felizes, e falais bem do banqueiro. Se não for assim, vós dizeis: "Ele e um homem honesto, mas é um tolo." E, se acontecer que, em vez de dez mais um, ele vos entregue nove, dizendo: "Eu perdi o resto", vos o denunciais, e o pondes na cadeia. O que é o fruto do dinheiro? Por acaso o banqueiro semeia o vosso dinheiro, ou o rega, para fazê-lo crescer? Não. O fruto provem de um acertado manejo dos negócios, de tal modo que, por meio de hipotecas, ou empréstimos a juros, o dinheiro vá aumentando do ágio justamente pedido pelo favor do ouro que foi emprestado. Não é assim? Pois bem.
Então ouvi: Deus vos dá riquezas terrenas. A alguns dá muitas, a outros dá somente as de que eles precisam para viver, e vos diz: "Agora é contigo. Eu tas dei. Usa delas como de um meio para chegares a um fim como o meu amor o deseja para o teu bem. Eu as confio a ti. Mas não para que delas faças um mal. Pela estima que tenho por ti, por reconheceres os meus dons, faze que frutifiquem para a verdadeira Pátria os teus bens. E aí está o método para se chegar a esse fim. Não queirais acumular os vossos tesouros na terra, vivendo por eles, sendo cruéis por causa deles, sendo malditos pelo próximo e por Deus por causa deles. Não vale a pena. Eles estão sempre sem segurança aqui em baixo. Os ladrões sempre podem roubar-vos. O fogo pode destruir vossas casas. As doenças nas plantas e nos rebanhos podem acabar com o vosso gado e com os vossos pomares. Quantas coisas perseguem os vossos bens. Ainda que eles sejam imóveis e inatacáveis, como as casas e o ouro, podem ainda estar sujeitos a se estragarem em sua natureza, como todos os seres que vivem, os vegetais e os animais. E, por mais que sejam estofos preciosos, estão sujeitos à desvalorização.
Um raio que cai nas casas, o fogo e a água. Os ladrões, a ferrugem, a seca, os roedores, os insetos nas lavouras; a vertigem dos cavalos, as febres, o desconjuntamentos das pernas e a peste dos animais, tinhas e os camundongos nos tecidos preciosos e nos móveis de estimação; a erosão produzida pela oxidação nas vasilhas, nos lustres e grades artísticas; tudo, tudo está sujeito a estragar-se. Mas, se vós, de todos estes bens terrenos fazeis um bem sobrenatural, logo ele fica a salvo de todos os estragos do tempo, dos homens e das intempéries. Fazei para vós bolsas no Céu, lá onde não entram os ladrões, e onde não acontecem desventuras. Trabalhai com o amor misericordioso para com todas as misérias da terra.
Ainda que eu tenha dado muito em esmolas, tenho mais dinheiro e mais gordas foram as minhas colheitas e mais numerosos os meus rebanhos, eu, então darei duas, três vezes o que eu dei no ano passado. Porque todos, até os privados de seus próprios bens, participem da minha alegria, e possam gozar e bendizer comigo a Ti, Senhor Eterno."Esta é a oração do justo. A oração que unida à ação, transporta os vossos bens para o Céu, e, não só vo-los conserva para sempre, mas vos faz encontrá-los, aumentados pelos frutos santos do amor. Tende o vosso tesouro no Céu, para que lá tenhais o vosso coração acima e além do perigo, que não somente o ouro, as casas os campos e os rebanhos possam passar por desventuras, mas que o vosso coração seja insidiado e despojado, ou queimado e morto pelo espírito do mundo. Se assim fizerdes, tereis o vosso tesouro em vosso coração, porque tereis a Deus em vós, até o dia feliz no qual estareis nele. Mas, para não diminuir o fruto da caridade, tomai cuidado para que sejais caridosos, com um espírito sobrenatural. Como Eu disse da oração e do jejum, assim digo da beneficência e de todas as outras boas obras que possais fazer.
Conservai o bem que fazeis longe da violação pela sensualidade do mundo, conservai-o virgem dos louvores humanos. Não profaneis a rosa perfumada da vossa caridade e das vossas boas obras, - verdadeiro turíbulo de perfumes agradáveis ao Senhor. O que profana o bem e o espírito de soberba, o desejo de serdes vistos fazendo o bem e a procura de elogios. A rosa da caridade fica, então, babada e corroída pelas grandes lesmas viscosas do orgulho satisfeito, e no turíbulo caem palhas fedorentas da liteira na qual o soberbo se pavoneia, como um animal bem alimentado. Oh! Aquelas beneficências feitas só para dar que falar! Pois melhor, melhor mesmo, teria sido não fazê-las! Quem não as faz, peca por dureza de coração. E quem as faz, querendo que seja conhecida a importância que deu e o nome de quem a recebeu, está pedindo a esmola de um louvor, e peca por soberba, tornando conhecida a sua oferta, e é o mesmo que dizer: "Estais vendo quanto eu posso?"; peca por falta de caridade, porque humilha o beneficiado, tornando conhecido o seu nome; e peca por avareza espiritual, querendo acumular elogios humanos... que são palhas. Palhas, nada mais do que palhas.
Fazei que vos louve Deus com os seus anjos. Vós, quando derdes esmola, não fiqueis tocando a trombeta em vossa frente, para chamar a atenção dos que estão passando e para serdes elogiados, como os hipócritas que querem ser aplaudidos pelos homens e por isso só dão esmolas onde possam ser vistos por muitos. Também estes já receberam a sua recompensa, e não receberão outra de Deus. Que vós não incorrais na mesma culpa e na mesma presunção.
Mas, quando derdes esmola, que não saiba a vossa mão esquerda o que a direita está fazendo, porque escondida e discreta há de ser a vossa esmola, e, depois esquecei-vos dela. Não fiqueis a olhar repetidamente para vós mesmos, depois de terdes feito aquele ato, inchando-vos com ele, como faz o sapo, que fica se olhando nas águas do brejo, com seus olhos anuviados, e que, vendo refletidos na água parada as nuvens, as árvores e o carro parado perto da margem, e, vendo-se tão pequeno, diante de todas aquelas coisas maiores do que ele, começa a encher-se de ar, até estourar. Também a caridade que fizestes não é nada, em comparação com a infinita Caridade de Deus e, se quiserdes tornar-vos semelhante a Ele e tornar grande a vossa pequena caridade, e maior, para igualar a dele, ir-vos-íeis enchendo do vento do orgulho, e acabaríeis perecendo. Esquecei-vos disso. Até do ato em si mesmo, esquecei-vos. Estarvos-à sempre presente uma luz, uma voz, um mel, e vos tornará luminoso o dia, doce e feliz o dia. Porque aquela luz será o sorriso de Deus, aquele mel será a paz espiritual, que também é Deus, e aquela voz é a voz de Deus-Pai que vos dirá: "Obrigado". Ele vê o mal oculto e vê o bem escondido, e vos dará a recompensa...
... Perdoai, como Eu perdôo. Porque, se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai do Céu vos perdoará os vossos pecados. Mas, se guardardes rancor e não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas. E todos precisam do perdão.
Eu vos estava dizendo que Deus vos dará recompensa, mesmo se vós não lhe pedirdes um prêmio pelo bem que fizestes. Mas vós não façais o bem para terdes recompensa, para terdes uma fiança no dia de amanhã. Vós não façais o bem sob medida nem retidos pelo medo, dizendo: "E depois, ainda sobrará para mim ? E, se não sobrar, quem é que me ajudará? Será que encontrarei quem faça por mim o que estou fazendo pelo outro? E, quando eu não tiver mais nada para dar, serei ainda amado?"
Olhai bem: Eu tenho amigos poderosos entre os ricos, e amigos entre os miseráveis da terra. E, em verdade, Eu vos digo que não são os amigos poderosos os mais amados. Eu vou a eles, não por amor a Mim, ou por ser uma vantagem para Mim. Mas, sim, porque deles eu posso receber muito para quem não tem nada. Eu sou pobre. Não possuo nada. Gostaria de ter todos os tesouros do mundo e transformá-los em pães para quem está com fome, em casas para quem está sem casa, em roupas para quem está nu, em remédios para quem está doente. Vós me direis: "Mas Tu podes curar". Sim. Isto e outras coisas Eu posso. Mas nem sempre há fé nos outros, e Eu não posso fazer o que faria e quereria fazer, se encontrasse nos corações alguma fé em Mim. Eu quereria fazer o bem também a esses que não têm fé. E, visto que eles não pedem o milagre ao Filho do homem, eu quereria, de homem para homem, prestar-lhes socorro. Mas Eu não tenho nada. Por isso, estendo a mão a quem tem e peço: "Faze-me uma caridade, em nome de Deus" Aí está porque é que tenho muitos amigos lá no alto.
Amanhã, quando Eu não estiver mais na terra, aí ainda estarão os pobres, e Eu já não estarei aí nem para realizar milagres para quem tem fé, nem para dar esmolas e assim levá-los à fé. Mas, então, os meus amigos ricos terão aprendido, pois estiveram em contato comigo, como é que se faz a beneficência, e os meus apóstolos terão, também pelo contato que tiveram comigo, aprendido a pedir esmolas por amor dos irmãos. E assim os pobres serão sempre socorridos. Pois bem. Ontem Eu, de um que não tem nada, recebi mais do que tudo que me foi dado por todos aqueles que têm. É um amigo tão pobre como Eu. Ele me deu uma coisa que não se compra com nenhuma moeda, e que me fez feliz, fazendo-me lembrar das horas serenas de minha meninice e juventude, quando, cada tarde, sobre minha cabeça se impunham as mãos do Justo, e Eu ia descansar com sua bênção, que ficava guardando o meu sono. Ontem este meu amigo pobre me fez um rei com a sua bênção. Vede que isto que ele me deu nenhum dos meus amigos ricos nunca me deu. Por isso, não tenhais medo. Mesmo se não tiverdes mais o poder do dinheiro, contanto que tenhais amor e santidade, podereis fazer o bem a quem é pobre e está cansado ou aflito. E por isso vos digo: não fiqueis preocupados demais, por medo de terdes pouco. Vós tereis sempre o necessário. Não sejais preocupados demais, pensando no futuro. Ninguém sabe quanto de futuro tem ainda à sua frente. Não fiqueis pensando no que havereis de comer para sustentar-vos na vida, nem com que vos vestireis para conservar fluente o vosso corpo. A vida do vosso espírito é bem mais preciosa do que o ventre e os membros, vale muito mais do que o alimento e as vestes. E o vosso Pai sabe disso. Que vós também o saibais.
Olhai as aves do céu: não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros e, no entanto, não morrem de fome, porque o Pai dos Céus as nutre. Vós, homens, criaturas prediletas do Pai, valeis muito mais do que elas. Quem de vós, com toda a sua inteligência, será capaz de aumentar um côvado em vossa altura? Se não conseguis aumentar a vossa altura nem um palmo, como podeis pensar em mudar as vossas condições futuras, aumentando as vossas riquezas, para garantir para vós uma longa e próspera velhice? Podeis dizer à morte: "Tu só me virás buscar, quando eu quiser"? Não o podeis. Para que então, viverdes preocupados com o amanhã? E, por que ficardes tristes por medo de ficar sem com que vestir-vos?
Olhai como crescem os lírios do campo: eles não sofrem cansaço, não fiam, não vão aos vendedores de tecidos fazer suas compras.
E, no entanto, Eu vos asseguro que nem mesmo Salomão, com toda a sua glória, nunca se vestiu como um deles. Ora, se Deus veste assim a erva, que hoje existe, e amanhã já vai servir para aquecer o forno, ou para a pastagem do rebanho, e termina sempre virando cinzas, ou esterco, quanto mais não proverá Ele para vós, que sois seus filhos?
Não sejais pessoas de pouca fé. Não vos angustieis, porque o futuro é incerto, nem fiqueis dizendo: "Quando eu ficar velho, o que é que vou comer? O que é que vou beber? Com que me vou vestir?" Deixai essas preocupações para os pagãos, que não tem a sublime certeza da paternidade divina. Vós a tendes e sabeis que o Pai conhece as vossas necessidades, e vos ama. Confiai, pois, nele. Procurai primeiro as coisas verdadeiramente necessárias: a fé, a bondade, a caridade, a humildade, a misericórdia, a pureza, a justiça, a mansidão, as três e as quatro virtudes principais, e todas, todas as outras também, de modo que possais ser amigos de Deus e ter direito ao seu Reino. Eu vos asseguro que tudo mais vos será dado de acréscimo, sem que vós o pesais. Não há rico mais rico do que o santo e seguro mais seguro do que ele. Deus está com o santo. E o santo está com Deus. Para o seu corpo ele não pede e Deus o provê do necessário. Mas ele trabalha para o seu espírito, e a ele Deus se dá a Si Mesmo aqui neste mundo, e lhe dá o Paraíso depois desta vida. Não fiqueis sofrendo por uma coisa que não merece o vosso sofrimento. Afligi-vos, sim, por serdes imperfeitos, mas não por terdes poucos bens terrenos. Não vos preocupeis com o dia de amanhã. O dia de amanhã pensará por si mesmo, e vós pensareis nele quando já o estiverdes vivendo.
Por que pensar nele desde hoje? A vida já não está bem cheia das lembranças tristes de ontem e dos pensamentos desagradáveis de hoje, para sentirdes ainda necessidade de viver com o pesadelo de ficar pensando como será o dia de amanhã? Deixai para cada dia os seus problemas! Existirão sempre mais sofrimentos, do que nós quereríamos nesta vida, sem que fiquemos precisando aumentar os sofrimentos presentes com o pensamento dos futuros! Dizei sempre a grande palavra de Deus: "Hoje".
Sede seus filhos, feitos à sua semelhança. Dizei, pois com Ele: "Hoje".
E hoje Eu vos dou a minha benção. Que ela vos acompanhe até o começo do novo hoje, isto é, do amanhã, e então Eu vos darei de novo a paz em nome de Deus.
(O Evangelho como me foi Revelado – Maria Valtorta, Vol 3, pgs 107,108,109,110,111,112,113,114,115)
Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br (do amigo Antonio Calciolari)
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