Maria Valtorta, mística italiana, que teve revelações de Jesus: Parábola da Gota que Escava a Rocha


15.07.2015 - Nota de www.rainhamaria.com.br

A Igreja Católica define de forma muito clara (CIC 65, 66) que a revelação pública, oficial, está concluída e é a que vemos nos livros canônicos da Bíblia. Corresponde à fé cristã compreender gradualmente seu conteúdo.

Isso não impede que haja revelações privadas (CIC 67), que não melhoram nem completam a Revelação definitiva de Cristo, mas sim podem ajudar a vivê-la mais plenamente em uma determinada época histórica. Ou seja, pode haver livros inspirados, mas não canônicos.

O especialista François Michel Debroise nos dá uma informação muito completa sobre o tema.

Maria Valtorta, mística italiana falecida em 1961, foi um exemplo de alma extraordinária com vida extraordinária. Foi uma das 18 grandes místicas marianas. Aos 23 anos, um anarquista a espancou com uma barra de ferro, deixando-a com limitações físicas. Ficou 9 anos de cama. E uniu todas as suas dores à paixão de Jesus.

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Seu confessor, ao ver a grandeza dessa alma, pediu-lhe que escrevesse sua biografia. Tudo isso aconteceu em plena guerra mundial. Depois de escrever sua biografia, de 1943 a 1950, ela começou a receber uma série de visões, que transcreveu em 17 volumes, entre eles sua obra mais conhecida e polêmica: “O Evangelho como me foi revelado”. Em 4800 páginas, ela relata a vida de Cristo, dia a dia.

O Papa Paulo VI apoiou a leitura da obra de Maria Valtorta, assim como o Padre Pio. A Madre Teresa de Calcutá era uma leitora assídua dos seus escritos. A celebração dos 50 anos da morte de Maria Valtorta foi acompanhado por altas personalidades da Igreja.

Do ponto de vista histórico, os biblistas se surpreendem com como uma pessoa que não teve estudos possa ter um conhecimento tão detalhado.

O leitor desta narração fica preso, porque a obra o introduz nas cenas da vida de Jesus como um espectador presente. É uma narração extraordinária do ponto de vista teológico, histórico e científico. (Fonte: Aleteia)

 

PARÁBOLA DA GOTA QUE ESCAVA A ROCHA.

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Jesus fala com os Siquemitas, ou escuta o que eles estão falando. É evidente que os samaritanos estão orgulhosos por terem em seu meio o Mestre, e estão sonhando mais do que convém. Chegam ao ponto de dizerem a Jesus, mostrando os altos montes, que ficam á esquerda de quem esta indo para o norte: “ Estás vendo? É feia a fama que tem o Rebal e o Garizim. Mas eles, pelo menos para Ti, são muito melhores do que Sião. E o seriam totalmente, se Tu o quisesses, escolhendo-os para a tua morada. Sião é sempre um esconderijo para os Jebuseus. E os de agora são para Ti ainda mais inimigos do que os antigos para Davi. Ele, tendo feito uso da violência, tomou a cidadela. Mas Tu, que não usas violência, lá não reinarás. Nunca. Fica conosco, Senhor, e nós te honraremos.”
Jesus lhes responde: “ Dizei-me: ter-me-íeis amado se, com violência Eu vos tivesse querido conquistar?
Na verdade, não. Nós te amamos mesmo, mas porque és todo amor.
Então por ele, isto é, pelo amor, Eu reino em vossos corações?
Assim é, Mestre. Mas é porque nós escolhemos o teu amor. Eles, os de Jerusalém, não te amam.
É verdade. Eles não me amam. Mas, vós que tendes todos muita experiência no comércio dizei-me: quando quereis vender, adquirir ou ganhar, será que ficais desanimados porque em certos lugares não vos amam, ou fazeis tranquilamente o que tendes que fazer, preocupando-vos somente em fazer boas compras e boas vendas, sem ficardes preocupados em pensar se o dinheiro que ganhais é um dinheiro sem amor por parte daqueles de quem comprastes ou a quem vendestes?
É só com o negócio que nos preocupamos. Pouco nos importa se para isso falta o amor daquele com quem negociamos. E, terminando o negócio, termina também o nosso relacionamento. Fizemos um bom negócio... e o resto não tem valor.
Pois bem. Eu também, que vim para tratar dos negócios de meu Pai, só devo preocupar-me com isso. Agora, se lá onde Eu trato deles Eu encontro amor ou desprezo, ou aspereza, isso não me preocupa. Em uma cidade comercial não é com todos que se obtém ganhos e se fazem boas compras e boas vendas. Mas, mesmo quando só se faz um bom negócio com um bom ganho, dizemos que nossa viagem não foi inútil, e lá voltamos repetidas vezes. Porque o que não se obtiver só com um na primeira vez, vai-se obter com três na segunda, com sete na quarta e com dez mais dez nas outras. Não é assim? Eu também, a fim de conquistar pessoas para o Céu, faço como vós em vossas feiras. Eu insisto, continuo, acho que já é bastante até o que é pequeno, no número, no tamanho, porque até uma só alma, se for salva, já é uma grande coisa e uma grande compensação para o meu cansaço.
Cada vez que Eu vou lá, e consigo vencer todo tipo de reações do homem, até conquistar, como Rei do espírito, ainda que seja apenas um súdito, não, Eu não digo que foi inútil a minha viagem, inúteis as minhas dores, inúteis os meus cansaços. Mas Eu digo que foram bons, amáveis e desejáveis os desprezos, as injúrias e acusações. E Eu não seria um bom conquistador, se parasse diante dos obstáculos e das fortalezas de granito.
 
Mas te seriam necessários muitos séculos para venceres tudo isso. Tu... és um homem. Não viverás muitos séculos. Por quê ficas perdendo o teu tempo onde não te desejam?
Eu viverei muito menos. Pelo contrário, daqui a pouco não estarei entre vós, não verei mais auroras e o por do sol, que são como os marcos miliários de dias que surgem e de dias que já se foram, mas os contemplarei apenas como belezas naturais, e louvarei por elas o Criador que as fez, e que é o meu Pai. Não verei mais florirem as plantas nem amadurecerem as frutas, nem terei mais necessidade dos frutos da terra para conservar a minha vida, porque, tendo voltado para o meu Reino, me nutrirei com o amor. E, no entanto, Eu abaterei essas muitas fortalezas fechadas, que são os corações dos homens. Observai aquela pedra ali, por baixo daquela nascente, do lado do monte. A nascente é muito fraca, parece, até que não escorre, mas que somente pinga: é uma gota que cai, talvez há séculos, sobre aquela rocha que se lança para fora do lado da montanha. E a pedra é muito dura. Não é um calcário quebradiço, nem um macio alabastro, mas um basalto duríssimo. E, no entanto, olhai como no centro do penhasco convexo, e que não obstante seja ele assim – se tenha formado um pequenino espelho de água, não mais largo do que o cálice de um nenúfar, mas suficiente para refletir o céu azul e matar a sede dos passarinhos. Aquela convexidade do penhasco talvez tenha sido feita pelo homem, para fazer aparecer uma pedra preciosa no centro do penhasco escuro, ou uma taça de refrigerante para os passarinhos? Não. O homem não se ocupou com isso. Talvez nos muitos séculos em que os homens vieram passando pela frente deste penhasco, uma gota, há séculos tenha vindo escavando, com um sincopado, inexorável trabalho – e somos nós os primeiros que o observamos – este basalto negro, com sua turquesa líquida no centro, e admiramos sua beleza, e louvamos o Eterno, por tê-la querido para delícia dos nossos olhos e refrigério para os passarinhos que fazem seus ninhos aqui por perto.
Mas dizei-me uma coisa. Terá sido talvez a primeira gota, que brotou por baixo da grande cornija basáltica, que está sobreposta ao penhasco, e que cai daquela altura sobre esta rocha, a que escavou a taça para refletir o céu, o sol, as nuvens e as estrelas? Não. Milhões e milhões de gotas, uma depois da outra, se foram sucedendo, brotando lá de cima como uma lágrima, e descendo com o seu brilho para bater sobre o penhasco e, com uma nota de harpa, morrer sobre ele, e foram arranhando cada vez, até uma profundidade quase nula, pelo tanto que o material era duro. E assim, durante séculos, com um movimento como o da areia em uma clepsidra marcando o tempo: há tantas gotas por hora, tantas na duração, de uma vigília, tantas entre aurora e, o pôr do sol, tantas durante o dia, tantas de um sábado até o outro, tantas de uma lua nova a outra, de um Nisã a outro, e de um século a outro.
Resistente o penhasco, persistente a gota.
 
O homem que é soberbo, e por isso impaciente e ocioso, joga para um lado o macete e a goiva, depois das primeiras batidas, dizendo: “Isso não se pode escavar.” Mas a gota escavou. E era isso que ela tinha que fazer. Para isso ela foi criada. E gemeu, soltando uma gota atrás da outra, durante séculos, até escavar o penhasco. E depois não ficou parada, dizendo: “ Agora que o céu se preocupe com o trabalho de encher a taça, que eu escavei, com seus orvalhos e chuvas, com suas geadas e neves.” Mas continuou a cair, e ela sozinha enche a minúscula taça nos calores do verão, nos rigores do inverno, enquanto as chuvas, violentas ou mansas, enrugam o espelho, mas não podem nem embelezá-lo, nem alargá-lo, nem torná-lo mais fundo, mas ele já está cheio, é útil e belo. A nascente sabe que suas filhas, as gotas, vão morrer lá na pequena bacia, mas não as detém, e sim, as empurra para o seu sacrifício e, para que não fiquem sozinhas e tristes, manda-lhes novas irmãs, a fim de que quem morrer não deixe o lugar da morta desocupado, mas seja ocupado por outras.
 
Assim, Eu também, batendo uma primeira vez e depois cem ou mil vezes nas fortalezas duras dos duros corações, e perpetuando-me em meus sucessores, que Eu hei de enviar até o fim dos séculos, abrirei nela muitas passagens, e a minha Lei entrará como um sol em todos os lugares em que estiverem as criaturas. E, se depois elas não quiserem a Luz, e fecharem as passagens que trabalhadores incansáveis tiverem aberto, Eu e meus sucessores não teremos culpa disso, aos olhos do nosso Pai. Se aquela nascente procurasse ir para outro caminho, ao perceber a dureza do penhasco, e tivesse gotejado mais, lá onde o terreno é de ervas, dizei-me vós, que teríamos tido aquela jóia luminosa, e os passarinhos aquele limpo e cristalino alimento?
Ela não seria nem vista, Mestre.
Quando muito, um pouco de erva, mais viçoso até o verão, e que mostraria o lugar onde a nascente gotejava.
Ou, então... menos ervas do que em outros lugares, porque murchariam, pela contínua umidade, as raízes delas.
E pela lama. Nada mais. Portanto, seria um gotejar inútil.
Assim o dissestes. É um gotejar inútil e ocioso. Eu também, se tivesse que preferir unicamente os lugares onde os corações estão dispostos a acolher-me, por justiça ou por simpatia, Eu faria um trabalho imperfeito. Porque Eu trabalharia, isto sim, mas sem me cansar, com um complacente compromisso entre o dever e o prazer. Não é pesado trabalhar onde o amor nos ordena e onde o amor torna dóceis as almas que hão de ser trabalhadas. Mas, se não há cansaço, não há merecimento, e não há muito ganho porque poucas conquistas se fazem, se nos limitarmos só aquelas que são justas. Eu não sentia, Eu, se não procurasse redimir, primeiro para a verdade, e depois para a Graça todos os homens.
 
E achas que conseguirás? Que mais poderás fazer, além de tudo o que já fizeste, para persuadir os teus adversários a aceitar a tua palavra? Que mais? Se nem mesmo a ressurreição do homem de Betânia valeu para que os judeus dissessem que Tu és o Messias de Deus?
Eu tenho ainda alguma coisa a fazer, uma coisa muito grande, muito maior do que as já feitas.
Quando Senhor?
Quando a lua de Nisã estiver cheia. Portanto, prestai atenção.(Aqui Jesus está falando de sua morte na cruz para a redenção dos homens.)
 
(O Evangelho como me foi revelado – Maria Valtorta, Vol 9,pgs24,25,26,27)
 
Fonte: www.provasdaexistenciadedeus.blogspot.com.br  (do amigo Antonio Calciolari)

 


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